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Atletismo

Paulo André treina normalmente e mira eventos no 2º semestre

Com a pista da Vila Olímpica, em Vila Velha, no Espírito Santo, à disposição, Paulo André segue treinando em tempos de pandemia

Paulo André em Bragança Paulista (Daniel Worley/CBAt)

Melhor velocista do país nos últimos três anos, Paulo André Camilo de Oliveira (Pinheiros) garante estar pronto para manter o seu reinado, apesar de todas as limitações impostas pela pandemia da Covid-19 e as restrições do isolamento social.

“Estou podendo treinar normalmente na pista da Vila Olímpica e só improviso um pouco na musculação, já que a academia está fechada. Mas estou pronto e ansioso para competir. Quando os Jogos Olímpicos de Tóquio foram adiados para 2021, decidi com a minha equipe manter a preparação”, comentou Paulo André, tricampeão dos 100 m no Troféu Brasil de Atletismo (é o recordista do evento, com 10s02).

“Treino isolado, uso máscara e tomo os cuidados com a higiene, como lavar as mãos e usar álcool em gel. Essa quarentena durante a pandemia afeta todo o mundo também mentalmente. Por isso, é preciso manter-se sempre ocupado”, concluiu o atleta.

Em live promovida pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) na última segunda-feira (18/5), Paulo André mostrou-se muito confiante aos 21 anos, sonhando em alcançar uma medalha olímpica e superar diversas vezes a barreira dos 10 segundos nos 100 m.

Os 10 segundos

Em constante evolução, motivos não faltam para o otimismo do velocista paulista de Santo André, que é radicado desde criança na cidade de Vila Velha, no Espírito Santo.

“Mantive a regularidade nos 10 segundos e agora quero correr várias vezes na casa dos 9. Estou pensando alto, em 9s90 ou 9s80. Preciso ratificar isso, com marca homologada. Não adianta correr 9s99. Tem de ser mais baixo”, destacou o velocista.

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O objetivo está claro: correr a prova abaixo dos 10 segundos e tornar-se o primeiro sul-americano a alcançar esse proeza na história. No Troféu Brasil de 2019, Paulo André venceu os 100 m, com 9s90, mas a marca não pôde ser homologada porque havia vento favorável de 3.2 m/s, bem acima do limite de 2 m/s.

No aguardo

O velocista, orientado pelo pai e treinador Carlos José Camilo de Oliveira, ficou mais animado ainda depois que a World Atlhetics (ex-Associação Internacional de Federações de Atletismo), durante a pandemia, divulgou um calendário provisório de competições para o segundo semestre de 2020. “Se tiver oportunidade, quero participar de alguns meetings porque estou mais pronto do que nunca”, disse o semifinalista dos 100 m no Mundial de Atletismo de Doha-2019.

Paulo André também sonha com o revezamento 4×100 m. “Nossa realidade hoje é o 4×100 m. Temos um grupo muito forte e unido, que já provou ser competitivo”, lembrou.

Paulo André segue treinando normalmente mesmo durante a pandemia
O brasileiro Paulo André vibra ao cruzar a linha de chegada e vencer a final do 4 x 100 m livre no Mundial de revezamentos (Crédito: Iaaf)

A equipe formada por Rodrigo Nascimento, Jorge Vides, Derick Souza e Paulo André conquistou em maio de 2019 o título inédito do Campeonato Mundial de Revezamentos, em Yokohama, no Japão. “A vitória foi inesquecível. A gente vinha sofrendo com resultados não tão bons nos treinos nos Estados Unidos e depois no Japão e, de repente, tudo encaixou”, disse.

O revezamento 4×100 m masculino conquistou também em 2019 a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, repetindo a formação de Yokohama. No Mundial de Doha, o pódio escapou por muito pouco.

A equipe, que teve Vitor Hugo dos Santos no lugar de Jorge Vides, terminou em quarto lugar, com 37s72, novo recorde sul-americano. O recorde anterior era de Sydney-2000, com 37s90, e durou 19 anos.

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