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Basquete

Demétrius e Bauru: do começo como atleta ao auge como técnico

Demétrius Ferracciú Corinthians
Luiz Pires/LNB

Filho de jogador, Demétrius nasceu para o basquete em Bauru e foi na cidade do interior, que já como técnico, conquistou o título do NBB 9

Nascido em uma família do basquete, Demétrius marcou sua geração. Armador um pouco diferente do que se vê hoje, privilegiava o passe e conseguia fazer a leitura dos jogos como poucos. Começou sua carreira na base da Associação Luso Brasileira, com passagem por Franca, Vasco, Corinthians, Fluminense, Telemar, Minas e Rio Claro. O ex-atleta foi campeão brasileiro seis vezes e Sul-Americano em três oportunidades. Pela Seleção Brasileira, foi bicampeão Pan-Americano.

Tudo começou aos oito anos de idade, por influência do pai,  Edson Ferracciú Sobrinho, que foi jogador e levava o filho para os jogos. Demétrius fez toda a base no Luso, chegando à seleção paulista. O primeiro convite profissional foi de Hélio Rubens para jogar em Franca. O então armador aceitou, jogava nas categorias de base e no time profissional e assim começou a viver da modalidade.

A carreira fora das quadras começou como assistente técnico em Limeira, passou para a função de técnico principal logo depois e conquistou o título paulista de 2010. Passou pelo Minas antes de chegar ao Bauru, cidade onde nasceu para a modalidade como jogador e onde conquistou o título do NBB 2016/2017 como treinador.

Para o agora técnico, a diferença principal entre ser jogador e treinador está na forma como se vê o jogo. “Um jogador pensa em si e no que vai fazer nas jogadas e partidas. O técnico tem que pensar e analisar o todo, pensar nos 12 que estão na partida, em toda a competição, analisar os adversários, ver as alternativas possíveis”, comentou Demétrius.

Com as dificuldades passadas nessa temporada, seja com lesões, suspensões, perda de patrocínio e dificuldade para montagem do elenco, Bauru teve que se adaptar ao que foi apresentado. Apesar de ter suas preferências de estilo de jogo, Demétrius trabalha com o que tem e vê isso como uma grande qualidade de sua função.

“Eu gosto muito do estilo europeu de basquete, valorizando a posse de bola e movimentação, mas não adianta eu querer jogar assim se meu time não tem essas características. Essa temporada eu dei confiança e minutagem para todos os jogadores, para que agora, nos playoffs, todos estivessem próximos do melhor momento. Eu vejo isso, de trabalhar todos os atletas e conseguir tirar o máximo de cada um, o grande feito de qualquer treinador”, comentou Demétrius.

Seleção Brasileira

Com passagens por seleções de base, sendo técnico da Sub-17 a Sub-20, Demétrius integrou a comissão técnica da Seleção Brasileira principal durante alguns anos e saiu após a última edição dos Jogos Olímpicos em 2016. Com a saída confirmada de Rúben Magnano, o técnico do Bauru teve seu nome ventilado para assumir a equipe nacional, o que não aconteceu com a entrada de César Guidetti no comando da CBB e a posterior contratação do técnico Aleksandar Petrović.

Mesmo respeitando quem ocupa o cargo e vendo um bom caminho sendo traçado na Seleção Brasileira, Demétrius não se vê integrando qualquer cargo da comissão técnica da equipe no futuro próximo. Para ele, a saída do comandante argentino ao fim da Olimpíada era a chance para que um brasileiro ocupasse o cargo de treinador principal.

“Achava que era o momento de ser um brasileiro. Éramos eu, Gustavo de Conti e o José Neto, que estávamos sendo preparados para assumir a Seleção e, pela meritocracia, acredito que o mais correto seria o José Neto se tornar o técnico principal”, finalizou Demétrius.

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