A seleção brasileira de vôlei sentado masculino chega em Paris-2024 com uma mescla de atletas veteranos, que atuavam no vôlei convencional, e jovens talentos revelados para o Movimento Paralímpico nas Paralimpíadas Escolares, evento promovido anualmente pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). É essa junção que quer a primeira medalha do país em Jogos Paralímpicos.
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A seleção masculina de vôlei sentado bateu na trave por um pódio inédito nas últimas duas edições paralímpicas, ao perder a disputa de bronze na Rio-2016 e em Tóquio-2020. Agora, o técnico paraibano José Agtônio Guedes reuniu jogadores de gerações e bases técnicas distintas para tentar mudar essa escrita e a história da modalidade no país.
“Nosso desafio a cada ciclo é planejar o processo de renovação da seleção, identificar ao final quem pode compor a seleção na trajetória até os Jogos Paralímpicos subsequentes ciclo. Esse trabalho de trazer os talentos das [Paralimpíadas] Escolares é uma estratégia passa muito pelo trabalho nas seleções de base. E a integração com os mais experientes se dá no dia a dia, de forma que eles possam passar seu empenho, vontade, hábitos de um atleta profissional dentro e fora da quadra”, explicou Guedes.
Experiência de gerações
Os centrais Levi e Luís Fabiano fizeram carreira no vôlei para atletas sem deficiência – Levi, aliás, chegou a disputar a Superliga -, antes de aderirem ao vôlei sentado. Levi tem artrodese no tornozelo direito e chega para sua terceira participação paralímpica. “O vôlei sentado é mais dinâmico e mais rápido que a versão para atletas sem deficiência”, explicou ele, presente em Londres-2012 e na Rio-2016. “Agora, a modalidade está sendo mais divulgada, estão surgindo mais atletas novos”, completou.
Luís Fabiano, de 48 anos, que tem sequela de poliomielite nas pernas, começou no juvenil do Palmeiras e representou as agremiações de Montes Claros (MG) e Chapecó (SC), dentre outras. “A bola no vôlei sentado é muito rápida, o que nós tentamos sempre passar é a ideia da tranquilidade. A calma é essencial para concluir muito bem as jogadas. Quando começamos no vôlei também tínhamos nossa afobação, mas com o tempo fomos nos adaptando”, explicou.
Revelações das Paralimpíadas Escolares
Ao mesmo tempo em que conta com os experientes, a seleção masculina de vôlei sentado também apresenta os novatos, revelados pelas Paralimpíadas Escolares. É o caso de Raysson Ferreira, líbero que integrou a equipe de Goiás na edição de 2019 do evento, que aconteceu nas quadras do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP).
Um ano antes, o time de São Paulo contava com um atleta que agora também vive a expectativa de disputar os Jogos Paralímpicos pela primeira vez. O ponteiro Thiago Costa, de 24 anos, capixaba de Vila Velha, mas radicado em São Paulo desde os dez, é uma das peças importantes do técnico Guedes. “Eu treinei muito para estar aqui. Passei pelas Seleções de base, queria muito chegar até a principal. É um sonho representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos”, admitiu Thiago, eleito o melhor do país no vôlei sentado no ano passado.
O Brasil estreia nos Jogos Paralímpicos contra a Alemanha, na sexta-feira, 30, às 13h (de Brasília), pelo grupo B. Maior potência do vôlei sentado mundial, o Irã, do central Morteza Mehrzad, de 2,47m, é o segundo adversário da seleção de Guedes, no domingo, dia 1º, às 7h. O terceiro jogo da primeira fase será contra a Ucrânia, às 13h da terça-feira, 3. Os dois primeiros do grupo avançam à semifinal.
Além da equipe masculina, o Brasil também conta com sua seleção feminina de vôlei sentado em Paris-2024. Atual campeão mundial, o time chega na capital francesa buscando seu terceiro pódio paralímpico seguido, após bronzes na Rio-2016 e em Tóquio-2020.
*Do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)