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Tóquio 2020

Martine e Kahena repetem Rio-2016 e conquistam o ouro na 49er FX

Ousadas do começo ao fim, Martine Grael e Kahena Kunze controlam as adversárias e são bicampeãs olímpicas

Martine Grael e Kahena Kunze Jogos Olímpicos de Tóquio
Jonne Roriz/COB

De Tóquio – Martine Grael e Kahena Kunze são as donas da 49er FX! O bicampeonato veio na Ilha de Enoshima, palco das competições da vela nos Jogos Olímpicos de Tóquio. As velejadoras brasileiras repetiram o desempenho da Rio-2016 e conquistaram o segundo ouro de suas carreiras.

A dupla da 49er FX terminou no terceiro lugar da regata da medalha, atrás dos barcos da Argentina e da Noruega, respectivamente. Contudo, o resultado foi mais que suficiente para garantir o ouro dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Martine Grael e Kahena Kunze largaram na regata da medalha em segundo lugar na classe 49er FX. A dupla da Holanda, formada por Annemiek e Bekering, saiu na primeira colocação pelo critério de desempate. Mas de cara, as brasileiras pegaram uma rota totalmente diferente das demais e deram um nó nas principais adversárias.

A ideia veio de Martine Grael, que viu que a corrente estava mais forte à direita da largada e resolveu seguir seus instintos. Ao se separar do grupo, o barco ganhou velocidade e as brasileiras deixaram as principais adversárias para trás.

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O barco holandês terminou apenas na nona colocação, mas conseguiu garantir o bronze. Já as alemãs Tina Lutz e Susann Beucke terminaram no quinto lugar e ficaram com a prata.

A vitória na regata da medalha ficou com as argentinas Victoria Travascio e Maria Sol Branz, que terminaram na quinta colocação geral da 49er FX.

Martine Grael Kahena Kunze Jogos Olímpicos de Tóquio 49er FX
Dupla Martine e Kahena comemora o bicampeonato olímpico (Jonne Roriz/COB)

O Brasil na vela dos Jogos Olímpicos

A Vela é o segundo esporte que mais deu medalhas para o Brasil em edições de Jogos Olímpicos, 18 no total, atrás apenas do judô com 22 láureas olímpicas. O Brasil conquistou até os dias de hoje sete ouros, três pratas e oito bronzes e no quesito de medalhas douradas é a modalidade com mais títulos olímpicos para o Brasil. 

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Muito antes das medalhas, o esporte chegou no país no século XIX, trazido por famílias europeias que imigraram para o Brasil no período. Muito por essa influência familiar, vários dos medalhistas olímpicos do Brasil tem raízes europeias, especialmente alemãs, suecas e dinamarquesas. 

De todas essas tradicionais famílias da vela brasileira, quem se destaca sem dúvidas são os Grael, respeitadíssimos no mundo todo da modalidade. Além dos cinco pódios de Torben, os Grael também conquistaram o ouro na classe 49erFX nos Jogos do Rio, com Martine Grael, filha de Torben, formando dupla com Kahena Kunze, outra atleta de uma família de velejadores. O ouro das duas foi o primeiro da vela feminina brasileira. A dupla está classificada para Tóquio-2020 e é uma das maiores chances de medalha do Time Brasil em Tóquio. 

Outro Grael de sucesso foi Lars, irmão de Torben, que conquistou dois bronzes olímpicos na classe Tornado. O primeiro em Seul-88 com Clínio Freitas e o outro em Atlanta-96, com Kiko Pelicano. Infelizmente, em setembro de 1998, Lars sofreu um grave acidente em Vitória, Espírito Santos, causado pela irresponsabilidade do comandante de um iate, o que causou a mutilação de uma das pernas do atleta. Seguiu anos depois praticando vela, especialmente na classe Star.

Haja medalha

Além dos ouros conquistados por Robert Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira e Martine Grael e Kahena Kunze, o Brasil conquistou outras duas medalhas douradas nos Jogos de Moscou-80. Os ouros de Lars Sigurd Bjorkström e Alexandre Welter na classe Tornado e Marcos Soares e Eduardo Penido na classe 470 foram conquistados com minutos de diferença e presentearam na ocasião os primeiros títulos olímpicos do Brasil desde o bicampeonato do salto triplo de Adhemar Ferreira da Silva em Melbourne-56, um tabu de 24 anos. 

As outras medalhas brasileiras olímpicas ainda não citadas foram conquistadas por Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes, bronze na Flying Dutchman, na Cidade do México-1968. Novamente, Reinaldo Conrad bronze na mesma categoria em Montreal-76, mas desta vez velejando com Peter Ficker. E o histórico bronze de Fernanda Oliveira e Isabel Swan na classe 470 em Pequim-2008, a primeira medalha feminina do Brasil.

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