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Tóquio 2020

Insaciável, Verthein vai à Final B no remo sonhando em ser campeão olímpico

Brasileiro do remo não se classificou para a disputa da medalha agora em Tóquio, mas já tem resultado histórico para o Brasil e, aos 23 anos, diz que vai seguir trabalhando duro. “Estou só começando”

Lucas Verthein remo Jogos Olímpicos Brasileiro de Remo
(Miriam Jeske/COB)

Tóquio – O brasileiro Lucas Verthein disputou na manhã japonesa desta quinta-feira (29), noite de quarta (28) no Brasil, uma das semifinais do remo single skiff masculino nos Jogos Olímpicos. Ele fechou na 5ª colocação com o tempo de 7min02s87, sendo que apenas os três melhores passaram para a disputa da medalha. Com isso, vai competir a Final B, que define do 7º ao 12º melhores colocados da Olimpíada de Tóquio. Será na noite de quinta-feira do Brasil, às 21h15.

Mesmo antes da disputa, porém, ele já havia igualado o melhor resultado do remo brasileiro na prova de single-skiff na história dos Jogos Olímpicos, repetindo feito de Paulo Cesar Dvorakowski em Moscou 1980. O jornalista Guilherme Costa acrescenta que, contando todas as modalidades, o país não colocava um atleta entre os 12 melhores desde Barcelona-1992. Nada, porém, que deixe Lucas Verthein satisfeito. “Eu nunca vou estar satisfeito, no dia que eu for campeão olímpico, vou buscar ser bi, tri. Eu não fico satisfeito. Tenho isso”, disse, após a semifinal.

Resultados inéditos

O brasileiro de 23 anos considera “muito positiva” a campanha nos Jogos Olímpicos. “histórica para o remo brasileiro”. Acrescenta que vem buscando, dentro do possível, resultados inéditos em nove anos de carreira. E vem conseguindo. Além do feito em Tóquio, foi terceiro colocado no Mundial Júnior em 2016 e conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos Lima-2019. Tudo isso dividindo a rotina de treinos com faculdade, trabalho em uma loja de eletrônicos e entregas de comida preparadas pela mãe.

“Faço isso porque eu amo. Estar entre os 12 melhores skifistas do mundo, inédito para o Brasil, é algo muito bom. Infelizmente hoje não consegui a classificação. Tenho uma Final B muito importante que vai me colocar entre o sétimo e o 12º. E mais uma vez, como nas outras etapas da competição, vou dar o meu melhor para conseguir um lugar mais alto para o Brasil. É o mínimo que eu posso fazer”. Lucas Verthein diz que não chegou aos Jogos Olímpicos pensando exatamente em um resultado. “É consequência do trabalho e eu sempre trabalhei muito. Daqui pra frente o trabalho vai continuar muito duro, assim que eu sair dos Jogos eu vou continuar treinando muito, pensando sempre em fazer coisas históricas, assim como eu estou fazendo aqui. Tem muito ainda o que desbravar nesse esporte. Estou só começando.”

Lucas Verthein remo Jogos Olímpicos

Sobre a semifinal, admitiu que não conseguiu desenvolver tecnicamente a remada em condições adversas, “diferente dos outros dias”, por conta do vento, da água e do que chamou de marola. “Foi muito uma questão técnica hoje. A variação do vento junto com a remada, que estava um pouco presa, não estava fluindo solta. Tem dias que você rema muito bem, tem dias que rema muito mal. Faz parte, é igual à vida”. Nada que desanime para a última apresentação em Tóquio. “Vou conversar com o treinador e vamos planejar a estratégia para amanhã. Também será uma prova duríssima. A gente saber que no remo os 12 primeiros estão em uma categoria à parte. Cada dia é um dia. A gente vai se reunir, se concentrar, ver os tempos pra ver o que fazer amanhã.”

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Massificação do esporte

Além dos objetivos pessoais, Lucas Verthein pensa também no remo. Tem um objetivo de massificar o esporte, por hora, através dos resultados, da imagem. “Mas futuramente, quem sabe, tendo condição de ter um projeto, trazer mais pessoas para conhecer esse esporte. No nosso país a porcentagem de pessoas que pratica esse esporte é muito pequena, então conforme elas forem acompanhando os Jogos Olímpicos elas tenham mais essa vontade de conhecer e praticar o esporte. Promover saúde, algo que só faz bem para o ser humano.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

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