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Tóquio 2020

Seletiva na pandemia tem cansaço no fim e Cachorrão como exceção

Felipe Domingues, head coach da Oxygen, analisa para o OTD o terceiro dia de competição da Seletiva Olímpica Brasileira da natação

guilherme costa
Sátiro Sodré

Por Felipe Domingues, que analisa a convite do OTD a Seletiva Olímpica Brasileira de natação*

Terceiro dia de atividades na seletiva olímpica brasileira para a natação e quatro provas caíram na água em busca de quebrarem o índice e garantir classificação para os jogos de Tóquio. A primeira prova que mergulhou foi o 800m livre masculino, que tinha como índice olímpico a marca de 07:54.31. Guilherme Costa é o detentor do recorde brasileiro e sul-americano atualmente, marca que fez em 2019 nadando cerca de 7s abaixo do necessário para se classificar para Tóquio.

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Ele foi o único atleta a fazer o índice registrando 07:50.41, um pouco abaixo da sua melhor marca. Ele nadou muito bem, já saiu na frente e foi abrindo distância. A prova toda manteve média de 29s a cada 50 metros, numa performance muito regular. Ele é muito constante e muito bem treinado então parabéns para ele pela classificação e para o treinador pelo ótimo trabalho feito com ele. Em segundo Miguel Leite Valente e em terceiro Diogo Villarinho. Ambos ficaram distantes do índice em cerca de 5s, que é um intervalo alto na natação. Merece destaque também o nadador Stephan Steverink quebrou o recorde júnior brasileiro da prova, ainda em sua primeira seletiva olímpica. Um bom nome para ficarmos de olho no futuro.

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Segunda prova a nadar foi o 200m medley feminino. Atualmente a recordista sul-americana e brasileira é a Joanna Maranhão. A marca dela perdura desde 2017 quando nadou em Budapeste. O índice olímpico para Tóquio foi de 02:12.56. Foi uma excelente prova da Nathalia Almeida, nadando para seu melhor tempo da vida. Fechou em 02:13.25, baixando em cerca de dois segundos sua marca anterior e se aproximou do índice. Ela nadou as parciais para 28.75 no borboleta 33.30 no costas, 39.15 no peito e 32.15 para finalizar. Faltou um pouquinho no final, se ela tivesse nadado a última parcial um pouquinho mais rápido, na casa de 31s, teria feito o índice. Então é um detalhe que pode ser corrigido nos treinamentos. Aproveito e parabenizo o professor Fernando Possenti pelo excelente trabalho com essa atleta.

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A segunda foi Fernanda Gomes e Fernanda Goeij terminou na terceira posição, ambas já bem distantes do índice. Vale salientar que a atleta Gabrielle Roncatto, que tinha o terceiro tempo na eliminatória, não nadou essa prova para se dedicar aos 200m livre na mesma etapa.

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Terceira prova do dia foi o 200m borboleta masculino. O recorde brasileiro e sul-americano, de Kaio Marcio de Almeida, vem de 2009, ainda na época dos trajes tecnológicos. O índice para Tóquio foi de 01:56.48.
E nessa prova conseguimos o nosso segundo índice olímpico do dia e ele veio com Leonardo de Deus que nadou em 01:56.01. O Léo foi bem consistente nos 150m e sentiu um pouquinho para fechar a prova. Seus parciais foram 25.68, 29.05, 29.77 e 31.51, então fechou sentindo um pouquinho, cansou. Vale destacar a melhora do atleta Matheus Gonche, de 22 anos. Nadou para o melhor tempo da vida dele em segundo, mostrando um trabalho muito bem feito pelo professor Fernando Vanzella.

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Encerrando o dia de atividades com os 200m livre feminino. Manuela Lyrio detém o recorde brasileiro e sul-americano. A marca da atleta foi de 01:57.28, que inclusive foi exatamente o mesmo índice olímpico da seletiva. Nenhuma atleta conseguiu chegar no índice.

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Aline da Silva Rodrigues foi quem mais se aproximou da marca, com 1:59.14. Fez uma prova bem dividida, mas sentiu um pouco o final da prova, que fez para parciais de 28.14, 29.81, 30.38 e 30.81. Se tivesse fechado um pouquinho melhor poderia ter melhorado sua marca, mas ficou ainda assim bem distante do índice. Já Larissa Martins, a favorita para a prova, nadou muito bem para durante a manhã, mas sentiu um pouco o final da prova também. Nathalia Siqueira foi a surpresa na terceira posição. Ela tinha acabado de nadar os 200m medley e nadou para 1:59.78, sua melhor marca pessoal. Então foi um excelente resultado para a Nathalia.

E para completar o time que vai tentar uma tomada de tempo no revezamento 4×200 livre Gabrielle Roncatto. Então valeu a pena ela descansar nos 200m medley e conseguir a quarta posição. Agora fica nossa torcida para as meninas nadarem bem juntas para garantir o Brasil também nesta prova.

*Felipe Domingues é o head coach da Oxygen, plataforma de treinamento individualizado e especializado em nadadores de alto rendimento. Em décadas dedicadas à preparação de atletas de primeira linha, participou da conquista de mais de uma dezena de medalhas Paralímpicas, Pan-Americanas e Mundiais

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