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Tênis de Mesa

Fenômeno do paralímpico, Bruna Alexandre sonha com Olimpíada

Bruna Alexandre tem como espelho a maior rival Natalia Partyka, polonesa número 1 do mundo, que também joga no olímpico e no paralímpico

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Bruna Alexandre é uma atleta diferente. Fenômeno do tênis de mesa, ela tem duas participações em Jogos Paralímpicos: em Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016. Nos Jogos do Rio, conquistou duas medalhas de bronze, no individual classe 10 e por equipes classes 06-10. Foi também campeã mundial por equipes em 2017, na Eslováquia. “Eu nunca imaginei que ia conquistar tanta coisa assim tão cedo.”, comemora.

Bruna é um fenômeno porque também se destaca na modalidade olímpica, sem restrições corporais. Natural de Criciúma (SC), a atleta de 24 anos teve que ter o braço direito amputado com apenas 3 meses, depois de uma aplicação errada de vacina. Começou no esporte aos 7 anos, depois de ver o irmão jogar. Apenas com 12 anos, descobriu que o tênis de mesa possuía a modalidade paralímpica; antes sempre havia jogado com crianças que tinham os dois membros.

“O paralímpico tem muita dificuldade no equilíbrio, a falta do braço dificulta o deslocamento. E o olímpico não tem nenhuma deficiência, joga normal, nunca cai para os lados, sempre está firme nas bolas. Não sei como eu consegui me adaptar, mas estou conseguindo jogar.”, comemora.

E ela vai bem nos dois. Tanto é verdade que a atleta aparece em ambos os rankings mundiais do tênis de mesa. No ranking olímpico está em 303º, é a 4ª melhor brasileira, atrás de Bruna Takahashi (49ª), Jéssica Yamada (148ª) e Caroline Kumahara (155ª). Lin Gui que estava em 142ª se aposentou este ano. Sobre o sonho de ir para Tóquio para participar das Olimpíadas, a atleta não perde as esperanças.: “É mais difícil, são três vagas, mas hoje eu estou em 4º entre as meninas, então não é impossível. É trabalhar.”, diz, ansiosa.

No ranking paralímpico, Bruna perdeu posições depois de ficar sem jogar os torneios desde setembro do ano passado até outubro deste ano. Antes número 2 do mundo, a catarinense agora está na 4ª posição, atrás de Melissa Tapper e Qian Yang, ambas da Austrália. Até Tóquio, no entanto, Bruna joga 7 torneios e tem grandes chances de retomar seu 2º lugar no ranking.

Depois de um ano ruim, Bruna voltou com tudo em 2019. No Aberto da China, disputado em outubro, conseguiu vencer as donas da casa e ganhou a medalha de ouro do campeonato pela primeira vez na carreira. No último torneio internacional do ano, na Holanda, conquistou uma medalha de prata ao ser derrotada pela maior rival Natalia Partyka, da Polônia, a número 1 do ranking. “Parece que você vai ganhar mas nunca ganha, entendeu?”, brinca ao falar sobre a rival polonesa. “Eu acho que estou seguindo os passos dela faz tempo. Acho que o caminho está certo, mas melhorar fisicamente também é um grande passo para aguentar até o final e ser mais regular no fim dos jogos.”

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Mais do que rival, Natalia Partyka se tornou inspiração. A polonesa também joga torneios paralímpicos e olímpicos e é número 1 do mundo desde 2017. “Acho que ela me inspira desde que eu a conheci. E acho que ver ela jogar no Olímpico faz, não só eu, mas também os outros atletas, ver que tudo é possível.”

Bruna nunca conseguiu uma vitória sobre Natalia Partyka. Portanto, não é difícil imaginar o que ainda falta na lista de conquistas da brasileira. “Ainda não conquistei uma coisa que agora eu coloquei como meta: ser campeã paralímpica. Porque medalha paralímpica eu consegui, mas o objetivo é vencer a Natalia. Quero ir com a Natalia na final.”, completa.

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