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Após anúncio da volta, Romboli comenta sobre o novo cenário

Tenista brasileiro comentou sobre o retorno do calendário de torneios, anunciado nesta quarta-feira (17)

Fernando Romboli
Tenista brasileiro em ação antes da parada por conta da pandemia (Divulgação Fernando Romboli)

Nesta quarta-feira (17), aconteceu a confirmação oficial da volta do circuito da ATP. O retorno acontecerá em agosto, com o ATP 500 de Washington sendo o primeiro do calendário, que começará no dia 10 e será jogado na capital americana e sem público. Depois, terá o Masters 1000 de Cincinnati. O tenista brasileiro Fernando Romboli, atual 93º no ranking de duplas da ATP comentou sobre o novo cenário da modalidade.

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“Não vejo muito risco na volta do tênis. O mundo vai ter que andar para frente. A gente já viu que é um vírus que tem um grau de contágio muito grande, mas o mundo inteiro vai começar a criar anticorpos. Se for feito de uma forma gradual e consciente essa volta, não vejo riscos”, disse Romboli.

Segundo o tenista brasileiro, com as devidas precauções, é possível retornar às competições. “Nós, praticantes, sempre vimos o tênis como um esporte que poderia voltar rapidamente depois da pandemia. É um esporte que não tem contato físico. O pessoal fica bem longe um do outro, exceto na dupla que a gente fica perto, mas fora isso, é um distanciamento muito grande”.

Torneios antes da pandemia

Antes da pandemia, Romboli conseguiu jogar uma série de quatro torneios da ATP (250 de Córdoba, 250 de Buenos Aires, 500 do Rio de Janeiro e 250 de Santiago). Ele considera que será difícil entrar em um desses torneios divulgados no novo calendário.

Fernando-Romboli Luisa Stefani
Fernando Romboli costuma disputar os Challengers pelo mundo (ilustração Challenger de Biella)

“ATP 500 é difícil. Quando tem quali, é pequeno, geralmente com quatro duplas. No Rio Open eu entrei por sorte. Com o meu ranking, normalmente eu não entraria. Pode ser que entre, mas é difícil se programar para isso. Vou esperar o calendário dos Challengers”.

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Em relação aos Challengers, o brasileiro também se mostrou preocupado sobre a organização dos torneios, que segundo ele, possuem uma situação bem mais incerta.

“Um cara que faz um Challenger não lucra muita coisa, é sempre uma conta muito apertada. Como toda a economia mundial retraiu, com certeza o pessoal que fazia esses campeonatos perdeu patrocínios. Então, para os promotores desses torneios, vai ser complicado, porque além dessa perda de patrocínio, com certeza terão alguns gastos novos, como medidas de segurança. Um torneio que dependia de venda de ingressos, não vai ter. Eu não vejo uma solução de imediato”.

Preocupação com os Challengers

Os eventos do circuito Challenger, mais frequentado pelo brasileiro, que ganhou cinco edições em 2019, também está sendo debatido. O impasse atual está na questão do financiamento. A ideia é retomar todos os circuitos simultaneamente, mas até o momento, ainda não há uma posição da ATP. A dificuldade financeira enfrentada pelos torneios das categorias mais baixas pode ser um entrave. Como não possuem um grande aporte, ficam à mercê dos patrocínios, sendo que muitos foram perdidos durante a quarentena. Há a possibilidade a ATP e a ITF assumirem.

Fernando Romboli
Tenista se prepara para o retorno do calendário de torneios (Divulgação Fernando Romboli)

Há a discussão envolvendo a necessidade de testes massivos, distanciamento social, medidas especiais de transporte e outras questões que variam de acordo com o estado da pandemia do COVID-19 em cada local em que o torneio for disputado. Existem também propostas paralelas, como redução no número de participantes e até mesmo ter um Circuito Sul-Americano de Challengers, com aproximadamente 10 torneios ainda sem local definido, já que tudo dependerá das condições sanitárias e de saúde nos países.

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Sobre essa discussão, Fernando entende que, apenas quando a economia mundial melhorar, os Challengers retornarão a sua normalidade. “O que pode acontecer é a diminuição do tamanho das chaves, fazer um torneio menor, pra ver se consegue cortar alguns gastos. Só quando realmente a economia mundial voltar aos níveis pré-crise para esses torneios conseguirem mais patrocínios e fazer com mais tranquilidade toda a estrutura necessária”.

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