Siga o OTD

Pequim 2022

Suspensão de russos beneficia Paraesqui cross-country do Brasil

Com Rússia e Belarus fora dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022, Brasil fica mais perto de conquistar uma inédita medalha

Cristian Ribera Pequim 2022 esqui cross-country paralímpico brasileiros Paraíba Rondônia paraesqui cross-country
Sem os rivais da Rússia, Cristian Ribera ficaria com o ouro no Sprint no Mundial realizado em janeiro (Ale Cabral/CPB)

O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) surpreendeu o mundo esportivo nessa quinta-feira, 3 de março. A entidade voltou atrás de sua decisão e decidiu suspender a participação de atletas da Rússia e de Belarus nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022. A decisão é polêmica, mas extremamente benéfica ao paraesqui cross-country do Brasil.

Isso porque as chances de medalhas, que já eram reais para os atletas brasileiros na modalidade, aumentam de forma significativa. Os atletas russos e belarussos estão entre os principais favoritos das três categorias. Além do sitting, também acumulam medalhas no standing (amputados nos membros superiores) e visually impaired (deficientes visuais).

No último Mundial Paralímpico de esportes na neve, Rússia e Belarus ganharam 13 das 27 medalhas femininas no esqui cross-country – quase a metade (48%). Entre os homens o domínio foi maior: 20 dos 27 pódios (74%). Ou seja, a cada três medalhas distribuídas, praticamente duas eram destinadas aos representantes dos dois países.

Com eles fora da disputa nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2022, abre-se uma oportunidade para delegações que normalmente ficam a segundos do pódio. É o caso do paraesqui cross-country do Brasil. Aline Rocha e Cristian Ribera, por exemplo, beliscam as medalhas no Mundial e em etapas da Copa do Mundo.

A medida do Comitê Paralímpico Internacional foi uma reação à invasão russa, com apoio de Belarus, no território da Ucrânia nos últimos dias. Diversas federações internacionais adotaram sanções contra as duas nações. Inicialmente, o IPC permitiu que os atletas competissem como independentes. Entretanto, mudou de ideia após forte pressão internacional.

Ouro e Top 5 em todas as provas para Cristian Ribera

Se a punição fosse adotada no Mundial Paralímpico, realizado no fim de janeiro em Lillehamer, na Noruega, o time brasileiro já teria um desempenho bem melhor. Cristian Ribera, por exemplo, ficaria no Top 5 nas três provas individuais e seria o primeiro campeão mundial do país em um esporte de inverno.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOK E FACEBOOK

Estrela do paraesqui cross-country do Brasil, o atleta foi prata na disputa do Sprint no Mundial, atrás apenas do russo Ivan Golubkov. O representante da Rússia, aliás, foi um dos destaques da competição ao conquistar o ouro nas três provas da categoria sitting.

Nas outras duas provas, Cristian ficaria no Top 5. Sem os russos e belarussos, ele passaria da sexta para a quarta colocação na disputa de longa distância e da oitava para a quinta posição na média distância. A diferença para o pódio seria de apenas oito segundos nas duas provas. Ou seja, algo possível de ser alcançado em Pequim 2022.

Aline Rocha conquistaria uma medalha de bronze

Não seria apenas o Cristian Ribera que conquistaria medalhas no Mundial Paralímpico nessa situação hipotética. Aline Rocha, representante feminina do paraesqui cross-country do Brasil, também subiria ao pódio na competição.

A brasileira, quarta colocada da longa distância, ficaria com o bronze no lugar de Valiantsina Shyts, de Belarus. Aline ficaria atrás apenas das estadunidenses Oksana Masters e Kendall Gretsch e ainda teria dois minutos de vantagem para a quarta colocada.

Na disputa de média distância, ela também subiria uma posição com a ausência da competidora belarussa e terminaria na quarta posição. Já no Sprint, em que terminou na décima colocação, ela subiria para a sexta posição. Ou poderia conquistar até um resultado melhor, uma vez que disputaria a bateria final.

Aline Rocha fica em 5º e Cristian Ribera em 8º no Mundial Paralímpico de inverno no paraesqui cross-country
Aline Rocha conquistaria uma medalha de bronze no Mundial sem Belarus (Instagram/alinerocha.oficial)

Paraesqui cross-country do Brasil tem agenda cheia

Com uma delegação recorde de cinco atletas, o paraesqui cross-country do Brasil vai ter uma semana movimentada nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022. Aline Rocha é a representante feminina, enquanto que Cristian Ribera terá a companhia de Robelson Lula, Guilherme Rocha e Wesley dos Santos entre os homens. A estreia do país vai ser com a prova de longa distância a partir das 23h do dia 5 de março (horário de Brasília). O Sprint vai começar às 22h55 do dia 8 de março e a média distância às 23h do dia 11. Já os revezamentos (misto e aberto) serão às 23h do dia 12.

Mais em Pequim 2022