O domingo (15) no Mundial de Judô de Budapeste teve alguns feitos históricos. Para o Brasil, Daniel Cargnin foi medalha de prata, tendo o retorno de um judoca a uma final masculina após oito anos. Mas o lutador brasileiro não quer cair na armadilha do último ciclo olímpico e tenta aproveitar mais o momento do que projetar o futuro. Com mais maturidade, vai ajudar o país na busca de medalhas na competição por equipes.
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Inicialmente, Daniel poderia se lamentar por chegar tão perto da medalha de ouro no Mundial e não olhar para o fato de ser o segundo melhor judoca da categoria até 73kg. Contudo, resolveu encarar a conquista e o pódio de uma forma diferente. “Agora é aproveitar essa medalha de prata. Lógico, acabei de perder a disputa da final, mas muita felicidade pela postura que eu tive dentro do tatame, a cabeça que tive. Me manter resiliente, porque as derrotas não podem ser o fim do mundo e as vitórias também não podem ser o motivo de parar de treinar. Então, agora é botar a cabeça no lugar para tentar ajudar a equipe o máximo possível”.
Uma nova filosofia
Anteriormente, Daniel, que foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, obteve o bronze no Mundial de Tashkent (UZB) dois anos mais tarde. Isso o fez vislumbrar mais um pódio olímpico na edição de Paris 2024, porém sofrendo com muitas lesões, não chegou em suas melhores condições. Assim, veio a frustração no ciclo e o judoca precisou repensar seus projetos para ter um retorno triunfante.
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“É muito importante, costumamos dizer que o Mundial, às vezes, é até mais difícil que a própria Olimpíada, porque pode dobrar algumas categorias. Mas, em relação a Los Angeles, agora é manter o pé no chão. No ciclo passado, quando eu medalhei no Mundial, já pensei: ‘vou medalhar na Olimpíada também’. Estava pensando só no futuro e não aproveitava os momentos do presente”, refletiu Daniel.
Na arte do caminho suave, Daniel passa a olhar e usufruir mais da jornada do que o destino final. O brasileiro mostra que não é apenas Joan-Benjamin Gaba, que levou o ouro que tem motivos para comemorar. Aliás, foi o 60º francês campeão do Mundo, 50 anos após Jean-Luc Rougé, primeiro lutador do país a subir no lugar mais alto. Falando em pioneirismo, Eteri Liparteliani, da categoria até 57kg, hoje se tornou a primeira campeã mundial pela Georgia, um país que era forte apenas entre os homens.