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Judô

Judocas do Brasil viajam ao Japão em busca do sonho olímpico

A pergunta feita durante a live do Olimpíada Todo Dia aos judocas Charles Chibana e Eric Takabatake, teve a mesma resposta. Qual o sonho de vocês? “A medalha olímpica. Ser campeão olímpico”. Foi o que tanto um quanto o outro responderam sem pestanejar. Ambos estão entre os dez melhores do mundo em suas categorias, mas querem mais. O objetivo só poderá ser alcançado em 202o. Tem muito chão pela frente e um pouco do caminho eles poderão experimentar esta semana. Junto com outros 17 atletas da Seleção Brasileira, eles desembarcam nesta quarta-feira no Japão para conhecer a cidade de Hamamatsu, que vai servir de base da equipe nacional às vésperas dos Jogos, e depois seguirão para Tóquio para participar de uma série de treinamentos junto com a seleção japonesa.

“A gente vai conhecer Hamamatsu, onde o judô brasileiro vai ficar para Tóquio 2020. Ficaremos uns cinco dias lá e depois partimos para Tóquio, onde a gente se encontra com a seleção principal do Japão, mais um monte de japonês forte para caramba e mais outras seleções de outros países que vão estar nesse treino. Vai ser um treinamento bem duro”, explica Charles Chibana, nono colocado do ranking mundial na categoria até 66kg, que recentemente conquistou a medalha de prata no Grand Slam de Ecaterimburgo, na Rússia.

Eric Takabatake, campeão pan-americano em 2017  e atual terceiro colocado do ranking na categoria 60kg, faz coro com Chibana. “É sempre bom treinar no Japão. É o judô que a gente tenta copiar. Lá, normalmente, a gente aprende bastante coisa, técnicas novas. É sempre um aprendizado”, acredita.

Esta fase de treinos no Japão faz parte da preparação para o Mundial de judô, principal competição do ano, que será disputada em agosto na Hungria. Boa parte da equipe masculina que viajou treina no Pinheiros, clube de Eric e Charles. No clube paulistano, eles têm exemplos próximos de gente que já chegou ao que eles querem alcançar.

“Já escutei várias histórias do Tiago (Camilo, prata em Sydney 2000 e bronze em Pequim 2008), do Baby (Rafael Silva, bronze em Londres 2012 e no Rio 2016) e do Leandro (Guilheiro, bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008). Eu vejo o Leandro, que é o Leandro, com tantas lesões que ele já teve, com duas medalhas olímpicas e em Mundial (prata em Tóquio 2010 e bronze em Paris 2011) e ele continua treinando duro e pensando em Tóquio. Eu penso: se tem um cara que conquistou tudo o que eu quero conquistar que está ali batalhando, eu tenho que fazer muito mais do que ele. Temos exemplos dentro do clube. Temos que escutar e seguir. São pessoas que já chegaram lá e sabem o caminho”, revela Chibana.

Na Olimpíada de 2016, Charles Chibana teve azar no sorteio das chaves e foi eliminado logo de cara pelo japonês Masashi Ebinuma, tricampeão mundial, e que conquistou sua segunda medalha de bronze olímpica no Rio de Janeiro. Já Eric Takabatake brigou até o final do ciclo com Victor Penalber e mesmo tendo um ranking um pouco melhor do que o rival às vésperas dos Jogos, acabou preterido pela comissão técnica da Seleção Brasileira.

“Eu gosto de pensar pelo lado positivo. Me ajudou a crescer bastante, amadurecer. E agora, neste ciclo, está dando muita coisa certa. Estou começando com o pé direito. Tem muita coisa ainda para acontecer nos quatro anos. O importante é continuar treinando e manter os bons resultados”, analisa Eric, que acredita que não pode ficar pensando na Olimpíada de Tóquio desde já. Precisa ir passo a passo, treino a treino, torneio em torneio, conquistando seu espaço para transformar a vaga e depois e medalha em realidade.

Charles Chibana pensa da mesma maneira: “Comecei em Dusseldorf e perdi na segunda luta, um pouco pela ansiedade do começo do ano. Depois, fui melhorando. No Open de Santiago eu fui prata e ganhei o Open de Peru. Fui bronze no Grand Prix de Tbilisi e fui prata na Rússia. Agora tem que ser assim, um passo de cada vez para chegar bem no Mundial e depois na Olimpíada”.

Veja abaixo os atletas convocados para o treinamento de campo em Hamamatsu/Tóquio.  

Seleção Masculina

Eric Takabatake 60kg – FPJUDO/E.C. Pinheiros

Daniel Cargnin 66kg – FGJ/Sogipa

Charles Chibana 66kg – FPJUDO/E.C. Pinheiros

Eduardo Barbosa 73kg – FPJUDO/Clube Paineiras

Eduardo Yudy Santos 81kg – FPJUDO/E.C. Pinheiros

Rafael Macedo 90kg – FGJ/Sogipa

Rafael Buzacarini 100kg – FPJUDO/Clube Paineiras

Leonardo Gonçalves 100kg – FGJ/Sogipa

Rafael Silva +100kg – FPJUDO/E.C. Pinheiros

Ruan Isquierdo +100kg – FJERJ/Instituto Reação

 

Seleção Feminina

Stefannie Arissa Koyama 48kg – FPJUDO/E.C. Pinheiros

Erika Miranda 52kg – FGJ/Sogipa

Jéssica Pereira 52kg – FJERJ/Instituto Reação

Rafaela Silva 57kg – FJERJ/Instituto Reação

Mariana Silva 63kg – FMJ/Minas Tênis Clube

Maria Portela 70kg – FGJ/Sogipa

Samanta Soares 78kg – FPJUDO/E.C. Pinheiros

Maria Suelen Altheman +78kg – FPJUDO/E.C. Pinheiros

Beatriz Souza +78kg – FPJUDO/E.C. Pinheiros

PROGRAMAÇÃO 

Período – 06 a 22 de junho

06 de junho – Embarque aéreo

08 de junho – Chegada à Hamamatsu

08 a 12 de junho – Treinamento em Hamamatsu

12 a 21 de junho – Treinamento em Tóquio

22 de junho – Retorno

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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