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Após quase 30 anos, cartola do handebol é afastado da confederação brasileira

Decisão do STJD impugnou a eleição de Manoel Luiz Oliveira. Depois de 28 anos, cartola é afastado da presidência da Confederação Brasileira de handebol

Manoel Luiz Oliveira, ao lado de seu vice- Ricardo Souza, durante a eleição da CBHb, em fevereiro (Crédito: Divulgação)

Manoel Luiz Oliveira, ao lado de seu vice- Ricardo Souza, durante a eleição da CBHb, em fevereiro (Crédito: Divulgação)

Primeiro, foi no basquete, depois nos esportes aquáticos e também no taekwondo. Nesta quinta-feira (4), foi a vez do handebol brasileiro experimentar uma troca de comando. Mesmo de forma indireta, por decisão do STJD, a CBHb (Confederação Brasileira de Handebol) terá um novo presidente, depois de quase 30 anos. Manoel Luiz de Oliveira teve sua eleição, realizada no início deste ano, impugnada. Um novo pleito deverá ser convocado em até no máximo 40 dias.

Oliveira era um dos mais longevos cartolas no esporte olímpico brasileiro. Com a saída de Coaracy Nunes da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), preso por acusação de desvio de recursos públicos, e agora de Oliveira, a lista dos dirigentes eternos vai ficando mais reduzida. O “líder” agora é João Tomazini Schwertner, que comanda a CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) desde 1989.

Embora o handebol brasileiro tenha experimentando um período de indiscutível crescimento técnico nos últimos anos, a gestão da CBHb tem sido caótica. A mesma modalidade que viu o Brasil ser campeão mundial feminino em 2013 sofre com inúmeras dificuldades financeiras. A oposição da entidade baseou-se para fazer as denúncias que derrubaram Oliveira após uma série de reportagens do site “Jogo Limpo”, do portal ESPN.

São diversas denúncias de fraudes em prestações de conta, superfaturamento, atraso no pagamento de bolsas-atletas das seleções, entre outras irregularidades. Outro grande vexame é uma dívida da confederação com a IHF (Federação Internacional de Handebol), por conta da realização do Mundial feminino em São Paulo, em 2011. O valor chegou a ter parcelas abatidas, mas ainda está em cerca de R$ 2 milhões.

Uma fonte ouvida pelo blog revelou que Manoel Luiz Oliveira ainda tem uma carta na manga para permanecer no poder. Um agravo, obtido no último dia 2, anularia todos os atos do STJD. Mas como o tribunal esportivo já tomou a decisão de impugnar a eleição e afastar Oliveira, teoricamente não tem valor. A tendência é que o dirigente tente se apegar a este agravo para tentar se manter na CBHb.

Como o STJD não chegou a ser notificado, deverá ocorrer uma audiência de conciliação na próxima semana, na qual as partes irão definir a situação jurídica da confederação.

Há um outro problema, que pode respingar dentro da quadra. Daqui a a 50 dias, ocorrerá o Campeonato Pan-Americano feminino, classificatório para o Mundial. Até agora, a Seleção Brasileira não tem técnico, desde a saída de Morten Soubak. Se ocorrer um impasse jurídico para a nova eleição, a participação da Seleção está ameaçada.

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