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COB fará enfim sua troca de guarda?

Carlos Arthur Nuzman será eleito para seu sexto (e provavelmente último) mandato como presidente do Comitê Olímpico do Brasil, mas novamente não irá enfrentar nenhum candidato na eleição

Carlos Arthur Nuzman

Carlos Arthur Nuzman será reeleito na terça-feira como presidente do COB. Mas não terá adversário (Crédito: Saulo Cruz/Exemplus/COB)

* Coluna Apito Inicial, publicada na edição desta sexta-feira (30/9) do LANCE!

Na próxima terça-feira, dia 4, será realizada a eleição para escolher o novo presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Mas ao contrário do pleito marcado para este domingo, quando serão escolhidos prefeitos e vereadores de todos os municípios do país, a votação que ocorrerá no órgão que comanda o esporte olímpico será praticamente um evento protocolar, sem surpresas. Pela sexta vez consecutiva, Carlos Arthur Nuzman será aclamado presidente do COB, cargo que ocupa desde 1995. Tudo indica que isso acontecerá pela última vez, mas não por sua vontade.

Uma lei federal aprovada em 2013, de número 9.615, regulamentou que dirigentes esportivos de entidades que recebem dinheiro público só poderão ser reeleitos para o cargo de presidente uma vez. Ainda que se possa questionar que essa será a primeira eleição após a aprovação da lei (abrindo assim espaço para um sétimo mandato), nos bastidores do COB o comentário mais forte é que Nuzman irá apenas cumprir o próximo ciclo olímpico, até Tóquio-2020, para depois seguir sua carreira de dirigente esportivo no comando da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), que, dizem, seria sua nova ambição política.

Mas se está próximo de promover a troca de guarda no comando do COB, Nuzman mais uma vez terá que conviver com o fato de vencer uma eleição sem adversários. O único que ensaiou criar uma oposição, Alaor de Azevedo, presidente da CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa), viu sua intenção ser barrada na Justiça. Em sua defesa, Nuzman pode argumentar que o estatuto do COB exige que uma chapa de oposição seja registrada oito meses antes da eleição, com pelo menos dez assinaturas de presidentes de confederações.

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Mas como criar uma chapa de oposição às vésperas da Olimpíada Rio-2016 sem sofrer retaliações? Essa foi a argumentação de Azevedo para entrar com liminar e registrar a chapa em abril. Em agosto, porém, a liminar foi cassada. Será que na próxima eleição do COB veremos uma disputa eleitoral como qualquer outra, com chapas de situação e oposição?

Águas turbulentas

A vida anda pouco tranquila na CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Além de ser investigada pelo Ministério Público de São Paulo por irregularidades administrativas, aprovou mudanças polêmicas em seu estatuto, como tirar o peso decisório da comissão de atletas. Vem mais confusão aí.

Cadê o prêmio?

Outra confederação com problemas é a de taekwondo (CBTKD). A Justiça do Rio de Janeiro determinou que um interventor ocupará o cargo de Carlos Fernandes, suspeito de fraudes e desvio de verba pública. A mesma CBTKD que ainda não pagou o prêmio de R$ 12,5 mil prometido ao medalhista de bronze na Rio-2016, Maicon Andrade.

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