Siga o OTD

Handebol

Seleção Brasileira convoca 16 jogadores para o Mundial de handebol masculino

O técnico Washington Nunes definiu os 16 atletas que irão representar o Brasil no Campeonato Mundial de handebol masculino na França, a partir de 11 de janeiro. Como já era previsto, o treinador optou por manter a base da equipe que disputou os Jogos Olímpicos do Rio e acrescentou alguns jovens talentos que irão completar o elenco. Antes da estreia no Mundial, no dia 11, em Paris, contra os donos da casa, a Seleção embarca no dia 2 para uma última fase preparatória na Suíça, onde irá disputar também um torneio amistoso com os suíços, a Eslováquia e a Romênia.

Washington Nunes deixou três atletas que jogaram a Olimpíada de fora por causa de contusões

No percurso desde antes da Rio 2016, a equipe sofreu algumas perdas importantes por lesões e, além disso, está passando por um processo de início de um novo ciclo. “A escolha dos jogadores se deu tentando, da melhor forma, manter a base da Olimpíada. Dos 14 que estiveram no Rio, teremos 11 no Mundial de handebol masculino. Daquela lista estão fora Diogo, pois entramos em um início de renovação, e Léo e Alemão, que estão fora por problemas de lesão”, explicou o treinador.

O jovem Gabriel Ceretta, que joga no Barcelona B, é uma das novidades da convocação

Washington fez algumas escolhas que demonstram o pensamento também de olho no futuro da equipe e não somente no presente, mesclando jogadores experientes com alguns bastante jovens, mas já com destaque até mesmo internacional. “Resolvemos optar pela entrada do Ceretta, que é um lateral direito muito jovem e competente, que apostamos em um futuro brilhante. Acho que essa experiência de passar por esse Mundial vai dar bagagem para ele. Na ponta esquerda tivemos uma situação difícil, porque perdemos Alemão e Borges. Esses dois jogadores foram fundamentais em todo o andamento do ciclo olímpico passado, principalmente para fazer a função de avançados na nossa defesa 5×1, que foi nossa marca. Cleryston e Guilherme foram escolhidos para essa posição. O Cauê, que havia sido convocado para o Quatro Nações, teve uma fratura no pé e vai ter que ficar fora”, explicou.

Washington aponta várias qualidades das ‘novidades da equipe’ e acredita que eles possam ser peças fundamentais para o sucesso da Seleção no Mundial de handebol masculino. “O Cleryston é mais velho, passou pelo período do ciclo olímpico e sabe marcar o avançado, e o Guilherme que é bem mais jovem, ainda Juvenil, mas é um talento, um jogador diferenciado e vale a pena colocá-lo. Tem a entrada também do Thiago Ponciano, que é um atleta que passou pelas categorias de base e teve um destaque interessante no campeonato espanhol. Sabemos do potencial defensivo dele. Ele vai nos ajudar muito tanto na defesa 5×1 quanto 6×0, pois sabemos que vamos ter de enfrentar diferentes situações, principalmente quando estivermos em inferioridade numérica.”

O técnico acredita que toda a experiência que o Brasil vem obtendo nas últimas competições, possa contar nesse Mundial de handebol masculino. “Nossa expectativa é a melhor possível. Saímos muito bem dos Jogos Olímpicos. Temos pretensão de chegar novamente às oitavas de final e passar por esse obstáculo. Nos últimos dois Mundiais conseguimos ir para as oitavas, então, temos que pensar para a frente. A chave é muito dura, mas vemos possibilidade de dar continuidade, inclusive depois dos cruzamentos.”

Seleção encerrou nesta quinta um período de dez dias de preparação com atletas mais jovens

Nesta quinta-feira (22), Washington e toda a comissão técnica encerraram uma fase de treinamento com a Seleção. Os treinamentos contaram com vários atletas que estão sendo analisados já para o próximo ciclo. Alguns deles irão seguir para o Mundial, como Claryston, Guilherme Torriani e José Guilherme. Eles estavam em atividade no Centro Nacional de Desenvolvimento do Handebol, em São aberrando do Campo (SP), desde o dia 12.

Durante o período, o grupo trabalhou em treinos técnicos, táticos e analisou um grande número de vídeos. Para o treinador, esse tempo de preparação foi importante também para dar ‘maturidade’ aos jogadores mais jovens dentro de quadra e adaptá-los à Seleção principal. Washington esperava mais dificuldades, mas avalia que os atletas superaram as expectativas e ele encerra esse ciclo satisfeito com o resultado. “Nós tínhamos como projeto dar continuidade ao trabalho que foi feito com a Seleção mais jovem. A última fase que eles participaram, em Bauru, foi muito difícil, pois ainda apresentavam dificuldade para entender e executar algumas ações e táticas de jogo. Vieram para o treinamento extremamente modificados e acabou sendo tudo muito mais fácil.”

Segundo o técnico do Brasil, os jogadores evoluíram com os treinamentos e adquiriram nova visão para o que devem fazer em quadra, e que quando se reuniram foi perceptível que estavam mais motivados. Ele acredita que também foi importante o trabalho realizado nos clubes de origem, o que permitiu que os mais jovens estivessem preparados para essa fase de treinos. “Cabe agora um enorme agradecimento aos clubes pelo trabalho desenvolvido com os atletas. Eles vieram para cá com uma cabeça muito boa e espírito de Seleção”, comentou Washington.

Os outros atletas que compõem a Seleção adulta para a disputa do Mundial de handebol masculino ainda estão terminando seus compromissos e só se juntam ao grupo no dia 2 de janeiro. Washington comentou a importância de ter um atleta mais experiente nesta fase. “O Zé traz um plus. Nós falamos para os meninos que é diferente ser um jogador olímpico, e ele traz essa diferença para cá. Mesmo com toda a juventude que ele tem, pois ainda é muito novo e tem a idade parecida com a dos outros atletas, o jogo dele é diferente. Dessa forma, eles olham para ele e pensam: eu também posso.”

Indo além, o treinador já pensa em futuro, e ressalta que o trabalho de agora é uma constante, e tudo pode ser visto como preparação para a Olimpíada de Tóquio, em 2020.

“Tudo que fazemos hoje com a Confederação visa um planejamento, e o pico disso vai ser 2020. Tudo que começamos agora já visa 2020, 2024, assim como o Mundial que será daqui a um mês. Vejo como um trem que está andando, e muitas coisas vão acontecendo nesse caminho. Alguns meninos são muito jovens. O caminho ainda é longo”, encerrou.

Convocação para o Mundial de handebol masculino

Goleiros – César Augusto de Almeida ‘Bombom’ (OIF Arendal-Noruega) e Maik Santos (AL-Rayyan-Qatar).

Armadores – Gabriel Ceretta Jung (FC Barcelona-Espanha), Haniel Lângaro (BM Naturhouse La Rioja-Espanha), José Guilherme de Toledo (Orlen Wisla Plock-Hungria), Oswaldo Maestro Guimarães (Anaitasuna-Espanha), Thiago Alves Ponciano (BM Ciudad Encantada-Espanha) e Thiagus Petrus Gonçalves dos Santos (Mol-Pick Szeged-Hungria).

Centrais – Henrique Teixeira (CB Huesca-Espanha) e João Pedro Francisco da Silva (Chambery Savoie Handball-França).

Pontas – Claryston David Cordeiro Novais (ADJF/Independência Trade-MG), Guilherme Torriani (Vegus/Guarulhos-SP), Lucas Cândido (BM Guadalajara-Espanha) e Fábio Chiuffa (KIF Kolding Kobenhav-Dinamarca)

Pivôs – Alexandro Pozzer (Fertiberia Puerto Sagunto-Espanha) e Rogério Moraes (WC Vardar-Macedônia) .

Comissão técnica

Técnico: Washington Nunes

Assistente técnico: Hélio Lisbo Justino

Treinador de goleiros: Diogo Castro

Preparador físico: Fernando Millaré

Fisioterapeuta: Gustavo Barbosa

Supervisor: Cássio Marques

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

Mais em Handebol