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Ginástica Artística

Movimento contra abusos na ginástica cresce nos EUA

Federação de Ginástica dos EUA reconhece necessidade de processos mais transparentes e rápidos contra abusos no esporte no país

Ginastas - Ginasta - EUA - Abusos
Biles foi uma das primeiras ginastas a denunciar o médico Larry Nassar (Instagram/Simonebiles)

Após o escândalo de abuso sexual envolvendo o ex-médico da seleção de ginástica artística dos Estados Unidos, Larry Nassar, mais casos de abuso, não somente sexual, têm vindo à tona no país. Muitos ginastas passaram a relatar casos sofridos, como no mês passado, quando Maggie Haney, uma importante treinadora dos EUA, foi suspensa por oito anos por abusos emocionais e verbais.

Uma ex-ginasta, cujo nome não foi divulgado, escreveu em suas redes sociais que a suspensão de Haney confirmou sua perspectiva sobre abusos sofridos pela sua própria ex-treinadora. Assim, segundo o jornal The New York Times, ela está organizando um grupo de antigos e atuais ginastas que passaram por histórias de abusos com esta treinadora em questão para denunciarem os casos em público. Além disso, o grupo quer pressionar pela resolução de casos pendentes.

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Ainda segundo a publicação, a ginasta e outros envolvidos acreditam que este é um momento no qual será possível exigir que a USA Gymnastics (Federação de Ginástica dos EUA) preste contas mais rigorosamente e aplique punições aos casos de abusos de treinadores.

Movimento crescente

Os Estados Unidos contam hoje com a United States Center for SafeSport, um órgão independente que investiga delitos de conduta nos esportes olímpicos. 

Li Li Leung, que assumiu a presidência da USA Gymnastics no começo de 2019, admitiu em entrevista por telefone este mês ao NY Times que os casos precisam ser revisados mais rapidamente e que é preciso haver mais transparência no processo.

Ela classificou, ainda, a suspensão de Haney como um passo na direção certa, porque demonstra que a federação reconhece um problema e está disposta a assumir a responsabilidade por ele.

Casos pendentes

Apesar do movimento contra abusos ser cada vez maior nos EUA, ainda há casos pendentes, como o do treinador Qi Han. Ele foi acusado de abusos emocionais, verbais e físicos, mas não sexuais, formalmente há três anos, mas ainda não houve uma conclusão do caso. Ashton Locklear, uma das reservas da equipe americana na Rio-2016, foi uma das ginastas abusadas por Han.

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Locklear disse inclusive ter pensado em se matar em certo momento para não precisar mais treinar com Han. Ela destacou ainda que ficou muito assustada em denunciar o treinador publicamente, medo comum entre a maioria das pessoas que sofrem abusos.

Assim, como maneira de combater os abusos, Locklear sugeriu que USA Gymnastics contratasse fiscais para visitar os ginásios e os locais de competição para monitorar o comportamento dos treinadores.

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