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Tóquio 2020

Nathalie Moellhausen, a esperança da esgrima em Tóquio

Atual campeã mundial, Nathalie quer seguir fazendo história na esgrima brasileira e, quem sabe, com uma inédita medalha olímpica

Nathalie Moellhausen - Esgrima - Tóquio-2020
Nathalie Moellhausen foi campeã mundial em 2019 (Instagram/nathaliemoellhausen)

Nathalie Moellhausen quer fazer – mais – história na esgrima brasileira. Daqui exatamente um ano, a atleta ítalo-brasileira estará na estreia da espada feminina na Olimpíada de Tóquio-2020, carregando consigo o apoio de toda a torcida verde e amarela. Afinal de contas, ela é o principal nome e a grande esperança de medalha do país na modalidade. 

Conexão Itália – Brasil

Nathalie Moellhausen nasceu em Milão, na Itália, mas tem cidadania brasileira desde os cinco anos, mesma idade com que começou a praticar esgrima. Ela queria mesmo era ser bailarina, mas foi com a esgrima, esporte que considera um “balé com espada”  que se tornou protagonista.

Antes de defender as cores do Brasil a partir de 2014, Nathalie já competia na esgrima pelo país de origem, sendo até campeã mundial por equipes pela Itália. Mas a raiz brasileira que vem da mãe falou mais alto.

“Minha relação com Brasil é desde criança. Fui pela primeira vez quando tinha um ano. Depois disso, dos cinco aos doze, sempre passei minhas férias de Natal no Brasil com a família da minha avó. Mais para frente voltei ao Brasil com 23 anos e quando cheguei tive a sensação de estar casa. Em um dos dias fui com meu treinador italiano no Pão de Açúcar e comentei com ele que, não sabia o porque, mas tinha a sensação que deveria fazer alguma coisa pelo Brasil”, contou a atleta em uma live com o Olimpíada Todo Dia.

E como fez. 

Nathalie Moellhausen - Tóquio-2020
Nathalie tem cidadania italiana e brasileira (Instagram/nathaliemoellhausen)

Construindo a tradição

A esgrima ainda é um esporte não muito conhecido no Brasil. E Nathalie tinha um obstáculo a mais nessa história. “O percurso foi muito difícil e suado, pois mudar da Itália para o Brasil não foi fácil porque tem muita discriminação o fato de representar dois países. Sabia que precisava de um destaque esportivo para conquistar minha nova nação”.

E podemos dizer que ano após ano, Nathalie vem quebrando essa barreira e conquistando a torcida com resultados para lá de expressivos.

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Tudo começou nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, quando Nathalie Moellhausen conquistou duas medalhas de bronze na espada feminina, no individual e por equipes. No ano seguinte, foi a vez de escrever mais um capítulo vitorioso, mas desta vez, em uma Olimpíada. 

Na Rio-2016, ela chegou até as quartas-de-final, terminando entre as 8 melhores da Olimpíada. Foi o melhor desempenho da história da esgrima brasileira em Jogos Olímpicos, feito igualado alguns dias depois por Guilherme Toldo. 

Nathalie Moellhausen
Nathalie fez história na Rio-2016 (Instagram/nathaliemoellhausen)

Mas foi no ano passado que ela colocou seu nome de vez na história do esporte brasileiro. Em Budapeste, na Hungria, Nathalia levou o Brasil ao topo do mundo pela primeira vez ao se sagrar campeã mundial na espada feminina.  

“As imagens daquele momento trazem uma grande emoção. Olho essas fotos e me pergunto: sou eu? Aconteceu de verdade isso na minha vida? Aquele dia foi realmente a realização do sonho de uma vida. Quando falo isso é porque, seguramente, foi o sonho que dediquei mais tempo, energia, dedicação e noites em branco pensando se conseguiria ou não”.

+Nathalie Moellhausen ainda não tem ideia da dimensão de seu feito

Nathalie Moellhausen - Tóquio-2020
A medalha de ouro no Mundial de Budapeste 2019 (Instagram/nathaliemoellhausen)

Embalo para Tóquio

O título no Mundial alçou Nathalie a uma posição de favorita em Tóquio-2020. No mês passado, ela e a CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) confirmaram ao Olimpíada Todo Dia que sua vaga nos Jogos está matematicamente garantida. 

Assim, ela chega forte para a disputa da Olimpíada. E não “só” como campeã mundial, mas também como atual número 2 do ranking da FIE (Federação Internacional de Esgrima).

Com isso, as etapas de Copa do Mundo que Nathalie for disputar até os Jogos em Tóquio – se a pandemia deixar – servirão de treino, preparação e estudo dos adversários, uma vez que ela não precisa mais de pontos para poder estar no Japão. E isso pode ser um grande diferencial para Nathalie e sua busca pela inédita medalha olímpica brasileira na esgrima em Tóquio-2020.

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