De Assunção – Marco La Porta ressaltou novamente o compromisso do Comitê Olímpico do Brasil em auxiliar três esportes que distribuem muitas medalhas nos Jogos Olímpicos. São, portanto, fundamentais para consolidar o Brasil como uma potência olímpica capaz de entrar no top 10 dos Jogos. O presidente do COB valorizou os bons trabalhos no remo e no tiro, que tiveram boas campanhas nos Jogos Pan-Americanos Júnior Assunção-2025, enquanto acredita que o trabalho do ciclismo ainda está começando.
“Muito desse resultado aqui, obviamente, é fruto do trabalho dessas confederações. Elas vêm fazendo um trabalho há muito tempo, e vão colhendo os frutos disso. Essas modalidades específicas nos interessam, porque dão muitas medalhas em Jogos e precisam ser desenvolvidas e de uma atenção especial”, disse ao final.
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Ele ressaltou que tem mantido muitas conversas com os presidentes Luiz Felipe, do remo, que assumiu em abril deste ano, Jodson Edington, do tiro, reeleito também em abril deste ano, e Jamil Suaiden, do ciclismo, eleito em março deste ano. “O presidente Jamil, que assumiu agora, tem um desafio grande, que é desenvolver mais essa modalidade. A nossa presença aqui (no Pan Júnior) foi importante pelo convívio com outros países”, mencionando a possibilidade de intercâmbio com países da América do Sul, onde o ciclismo e remo já são fortes.
“Podemos começar a aumentar esse intercâmbio com os países da América do Sul, que é muito mais barato do que ir para a Europa. Então, esse é um trabalho que estamos procurando fazer com essas modalidades. A gente sabe que, para chegar onde queremos, temos que medalhar em 18, 19, 20 modalidades nos Jogos Olímpicos. Hoje, a nossa realidade é de 12, 13 modalidades”.
Brasil possui apenas cinco velódromos em atividade
O ciclismo de pista é um dos maiores gargalos em relação à estrutura esportiva no Brasil. Armando Camargo Filho é técnico de Indaiatuba, e responsável por Luan Rodrigues e Pedro Freitas. A dupla conquistou a única medalha na modalidade em Assunção-2025, na madison. O ciclismo ainda conquistou outras três medalhas: duas na mountain bike e uma na BMX freestyle. Armando contou em entrevista ao Olimpíada Todo Dia no Paraguai que só existem cinco pistas em atividade no Brasil. Além do velódromo olímpico no Rio de Janeiro, as de Americana, Indaiatuba, no estado de São Paulo; Curitiba e Maringá, no Paraná.
+ Medalha do ciclismo de pista no Pan Júnior veio após quatro anos de entrosamento entre Luan Rodrigues e Pedro Freitas
Muito emocionado com a conquista de seus atletas – “Pedro começou a treinar comigo quando tinha 13 anos” –, ele confia que seu esporte voltará a progredir com a nova geração. “É muito importante termos esta base para fomentar, para que a gente sonhe com os Jogos Olímpicos novamente. Temos uma gama de atletas muito bons e com o incentivo da Confederação Brasileira”, completou Armando, que disputou os Jogos Pan-Americanos Santiago-2023. Ele ainda ressaltou a entrada de Gideoni Monteiro, seu antigo companheiro de equipe, como Diretor de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Ciclismo, como um ponto positivo na nova gestão.
Atletas pedem por mais competições
Quando perguntado sobre as declarações do Presidente do COB após a eleição, Luan Rodrigues respondeu ao Olimpíada Todo Dia que também começa a perceber uma mudança de panorama no ciclismo de pista. “Eu escutei isso sendo dito. Vi que esse ano teve uma procura pelo ciclismo de pista, que fazem 10 anos que eu corro pista o pista e eu não via. Eu fico muito feliz que o COB está fazendo isso e eu espero que eles continuem, porque realmente o ciclismo de pista traz muitas medalhas”, afirmou, antes de complementar “e é um esporte muito divertido”.
No entanto, ele ressalta que é importante ter um circuito de competições para que melhores resultados surjam. Ele contou ainda que a disputa é importante para que o atleta melhore e passe a obter resultados mais expressivos. Ana Paula Finco e Ana Júlia Santos, representantes da madison no feminino, reiteraram a necessidade de mais experiência na pista.
As duas treinam principalmente ciclismo de estrada, um caminho natural para muitos atletas do país. Ana Paula passou três meses na Bélgica neste ano e pretende retornar no ano que vem. Ela conta que o período de treinos é motivado por questões climáticas na Europa: no verão se treina e compete em ciclismo de estrada e os atletas vão para a pista durante o inverno. Já Ana Júlia nunca havia participado de uma prova de madison antes. “Eu sei que se a gente continuar, consegue resultados melhores”, disse a atleta.