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Esportes de Gelo

Seletiva de bobsled pretende rejuvenescer equipe do Brasil

Com seletiva contínua, CBDG quer recrutar novos atletas para o bobsled e rejuvenescer a equipe nos próximos anos

Seletiva de Bobsled realizada pela CBDG
CBDG realiza primeiro teste presencial de sua seletiva de bobsled contínua (Felipe Braun/CBDG)

De tempos em tempos, a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) anuncia seletiva de bobsled para recrutar novos talentos. Contudo, são iniciativas pontuais que preenchem algumas lacunas, mas que não rejuvenesce sua equipe. Agora, a entidade dá um passo nesse sentido ao lançar um recrutamento contínuo.

Dessa forma, os atletas interessados podem realizar a inscrição de forma on-line em qualquer época do ano, compartilhando vídeos de acordo com as recomendações da CBDG. Os que se destacarem serão convidados a fazer testes presenciais. O primeiro foi em 6 de novembro de 2020 e contou com seis interessados.

O objetivo é montar uma equipe masculina permanente com 10 atletas. O objetivo é ter essa delegação formada já nesta temporada, que termina em março de 2021 e foi impactada pela pandemia de Covid-19. Assim, o conjunto brasileiro pode se preparar de forma adequada para a temporada 2021/2022, que vai definir as vagas para os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim-2022.

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“Faltando duas temporadas, a gente viu que era necessário abrir espaço para novos potenciais talentos”, explica Gabriel Karnas, gerente de esportes da CBDG, com exclusividade ao Brasil Zero Grau e Olimpíada Todo Dia.

A preocupação com esta seletiva de bobsled é válida porque a equipe brasileira não tem uma renovação significativa desde 2014/2015. Edson Bindilatti, 41 anos, e Odirlei Pessoni, 38, por exemplo, são veteranos no esporte, com mais de uma década na modalidade. Edson Martins, 31, entrou em 2013, quando a modalidade foi retomada pela entidade. ´

Erick Vianna, 27, Rafael Souza, 24, e Marley Linhares, 21, são os mais novos de idade e de tempo na equipe. Marley, destaque nos Jogos da Juventude de Inverno de 2016, assumiu o posto de piloto da equipe neste ciclo olímpico. Mas é preciso ter mais jovens como opções para manter a evolução do país nos próximos anos.

Confira matéria exclusiva com Gabriel Karnas sobre a seletiva de bobsled:

Seletiva de bobsled feminino e de skeleton em 2021

Neste primeiro momento, a CBDG vai recrutar apenas atletas homens para a equipe brasileira. Isso ocorre porque a entidade pretende criar um conjunto forte capaz de não só brigar por vagas no 2-man e 4-man, mas principalmente por conseguir os melhores resultados do país na modalidade em Jogos Olímpicos de Inverno.

A proposta é estender a seletiva de bobsled também para as mulheres e o time de skeleton (masculino e feminino) a partir de 2021. Nesses casos, porém, o foco não estará na classificação para Pequim-2022, mas em montar uma delegação forte tanto para os Jogos da Juventude de Inverno de 2024 e os Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, na Itália.

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Vale ressaltar que o Brasil tem duas atletas em boas condições de conseguir uma vaga olímpica tanto no monobob feminino (que faz sua estreia em Jogos Olímpicos) quanto no skeleton feminino. Marina Tuono e Nicole Silveira, respectivamente, seguem o planejamento desde 2018.

Perfil de atleta: força, potência e explosão muscular

A seletiva de bobsled é aberta a todos os interessados, mas trata-se de um esporte de alto rendimento. Logo, a inscrição é recomendada apenas para quem possui excelente forma física e atende os pré-requisitos da modalidade de gelo: explosão muscular para correr, puxar e saltar o trenó na largada.

Na fase de inscrição on-line, por exemplo, o interessado deve enviar quatro vídeos de testes físicos: corridas de 15 m e 30 m, saltos e arremessos. Cada um deles possui um indicador de desempenho que serve de parâmetro à CBDG. Se os vídeos agradarem, o atleta ainda passará por mais testes físicos presenciais, que avaliarão também aspectos psicológicos e comportamentais.

Não se trata, portanto, de uma iniciativa amadora. Na verdade, a seletiva de bobsled é uma prática comum a todos os países da elite do esporte, que recrutam pushers e breakmen todos os anos.

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