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A grandeza de Muhammad Ali nasceu nas Olimpíadas

Muhammad Ali foi não apenas o maior boxeador de todos os tempos, como uma lenda do esporte mundial. Mas sua grandeza nasceu nas Olimpíadas

Muhhamad Ali ouro Roma 1960
O boxeador Muhhamad Ali, então conhecido como Cassius Clay, recebe a medalha de ouro no boxe da Olimpíada de Roma-1960 (Reprodução)

A morte de Muhhamad Ali anunciada na madrugada deste sábado, um dos maiores gênios do esporte em todos os tempos, vem nos brindando, desde o momento do anúncio de sua partida, uma repercussão que retrata bem a grandeza de um homem que não foi somente o maior boxeador que já existiu.

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Ali foi muito mais do que um esportista, na realidade. Um ícone na luta pelos direitos dos negros e outras causas sociais, alguém que não teve medo de peitar os poderosos, negando-se a participar da estúpida guerra que os Estados Unidos travavam no Vietnã em 1967, postura que lhe custou um de seus cinturões mundiais dos pesos pesados.

A grandeza de Ali não foi demonstrada somente em sua brilhante carreira no profissionalismo. Não é exagero afirmar que Cassius Marcellus Clay Jr (ele só adotaria o nome de Muhammad Ali após se converter ao islamismo, em 1964) apresentou ao mundo suas credenciais de lenda do esporte mundial ao conquistar de forma brilhante a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma 1960.

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Para início de conversa, Ali não foi campeão atuando como peso pesado, onde imortalizou seu nome na história do boxe. Ele lutou em Roma na categoria meio pesado (com limite de peso até 81 kg). A campanha olímpica em Roma foi absoluta e sem contestação. Disputou quatro lutas, vencendo três delas por decisão unânime dos jurados e em uma delas obrigou o árbitro a interromper o combate, tamanho o castigo que o jovem americano, então com 18 anos, impunha a seu adversário.

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Confira abaixo o vídeo as imagens da final dos Jogos de Roma 1960

Veja como foi a campanha de Cassius Clay nos Jogos de Roma 1960, na categoria meio pesado:

Primeira rodada

Classificado automaticamente

Segunda rodada

Cassius Clay (EUA) venceu Yvon Becot (BEL) por decisão do árbitro no 2º assalto

Quartas de final

Cassius Clay (EUA) venceu Gennadiy Shatkov (URSS), 5:0

Semifinal

Cassius Clay (EUA) venceu Anthony Madigan (AUS), 5:0

Final

Cassius Clay (EUA) venceu Zbigniew Pietrzykowski (POL), 5:0

Arrisco a dizer que Ali também acabou sendo o responsável por marcar o ponto de partida de uma série de fantásticos boxeadores americanos que primeiro brilharam em Jogos Olímpicos para depois chegar ao profissionalismo. Apenas nos anos 60, temos os casos de Joe Frazier (ouro em Tóquio 1964) e George Foreman (ouro no México 1968), o mesmo rival com quem Ali travaria aquela que é considerada por muitos como a maior luta de todos os tempos, em 1974, no Zaire (atual República do Congo). Depois ainda brilhariam Sugar Ray Leonard (ouro em Montreal 1976) e Evander Holyfield (bronze em Los Angeles 1984).

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Muhammad Ali ainda foi responsável por um dos momentos mais emocionantes da história dos Jogos Olímpicos, quando já sofrendo do Mal de Parkinson, que se manifestou pouco tempo depois de encerrar a carreira, teve a honra de acender a pira olímpica da Olimpíada de Atlanta 1996. Neste Jogos, ele ainda recebeu uma réplica da medalha de ouro que ganhou em Roma, pois a original ele atirou no rio Ohio, em Louisville, sua cidade natal, revoltado após terem lhe negado um hambúrger e um milk shake apenas por ser negro.

Relembre o momento épico de Muhammad Ali acendendo a pira olímpica em Atlanta 1996:

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