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Coronavírus

Joaquim Cruz diz que esporte nos EUA sofreu nocaute de US$ 2 bi

Atual treinador-chefe da equipe norte-americana de atletismo paralímpico, o brasileiro duas vezes medalhista olímpico fala do impacto causado pelo coronavírus no esporte e das chances do atletismo do Brasil em Tóquio

Joaquim Cruz diz que esporte nos EUA sofreu nocaute de US$ 2 bi
crédito: divulgação Team USA

Apesar de ainda ser considerado recente, o novo coronavírus já trouxe muitos prejuízos financeiros ao esporte olímpico mundial. Nos Estados Unidos, maior potência esportiva do planeta, o impacto econômico foi de mais de 2 bilhões de dólares (Cerca de 11 bilhões de reais), de acordo com o medalhista olímpico Joaquim Cruz, atual treinador-chefe da equipe norte-americana de atletismo paralímpico.

Há 15 anos morando na cidade de Chula Vista, próxima a San Diego, no estado da Califórnia, e vivendo uma ‘experiência fantástica,’ Joaquim Cruz teve sua rotina bastante afetada pela pandemia do coronavírus. Em entrevista à Agência Brasil, o campeão dos 800m nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984 comentou um pouco de impacto do vírus em sua vida no esporte americano em geral.

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“O esporte, em geral, sofreu um nocaute nos Estados Unidos. Vai sofrer um prejuízo econômico de mais de 2 bilhões de dólares por conta do coronavírus. Até dois dias atrás, eu ainda estava podendo usar o centro de treinamento de Chula Vista para dar treino. Mas, por ordem do governador do estado, de manter isolamento e distância entre as pessoas, o CT teve que fechar os portões para todos não residentes,” declarou Joaquim.

Apesar disso, o brasileiro duas vezes medalhista olímpico acredita que a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) em adiar os Jogos para julho de 2021 foi acertada.

“A preparação e o bem estar do atletas tem que permanecer acima de tudo. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos foram criados para servirem de palcos. Para que, neles, os atletas pudessem exibir e celebrar suas condições físicas e psicológicas durante a realização de seus sonhos,” disse o brasileiro.

Cruz disse ainda que o adiamento histórico só aconteceu devido a imensa mobilização feita por todos, algo que ele nunca havia visto antes na história do esporte.

“Pela primeira vez na história do esporte olímpico, atletas e treinadores se uniram de forma rápida e definitiva para se manifestarem contrários à vagareza da autoridade máxima do esporte na tomada de decisão de cancelar o jogos. As mídias sociais foram importantes e serviram de plataforma para transmitir o descontentamento dos treinadores e atletas,” afirmou Joaquim.

Atletismo brasileiro em 2021 na visão de Joaquim Cruz

Questionado sobre as possibilidades de medalha do Brasil nos jogos Olímpicos de Tóquio, o atual técnico da seleção norte-americana não foi muito otimista, mesmo com atletas do país apresentando bons resultados, como Darlan Romani, no arremesso do peso, e o revezamento 4×100 masculino.

“A expectativa de medalha não é boa, igual às outras edições do Jogos Olímpicos anteriores. O atletismo do Brasil não conseguiu colocar ninguém no pódio no Mundial de Doha em 2019. Nas provas individuais, vai depender muito da decisão e preparação de cada atleta. O revezamento é sempre uma esperança. Uma medalha vai depender muito de um excelente desempenho da equipe e muita sorte nos erros nas passagens de bastão das outras equipes mais fortes” finalizou Joaquim Cruz.

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