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Pan 2019

Aline Silva é prata e Laís Nunes fica com o bronze em Lima

Medalha de prata é a terceira da carreira de Aline Silva em Jogos Pan-Americanos. Já o bronze de Laís Nunes foi a primeira da lutadora

Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Aline Silva foi prata em Guadalaraja 2011. Em Toronto 2015, foi bronze. Em Lima, a paulistana de 32 anos queria o ouro da categoria até 76kg, a medalha que faltava em sua galeria de conquistas. Mas, não deu. Foi por pouco! Depois de derrotar Diana Cruz, do Peru, e Mabelkis Capote, de Cuba, ela enfrentou na final a canadense Justina Di Stazio, campeã mundial na categoria não olímpica até 72kg em 2018. Foi uma luta dura e muita equilibrada, só decidida no finazinho a favor da atleta da América do Norte.

“Era o ouro para completar, né? Foi quase, mas a gente chega lá. Vamos continuar lutando que a gente chega lá”, afirmou Aline Silva já com a medalha de prata no peito. A lutadora, como foi dito no parágrafo anterior, veio a Lima querendo ser campeã, mas não há como negar o sabor especial desta medalha. Não só por ela ter se transformado na primeira brasileira a ter três medalhas em Jogos Pan-americanos, mas por ter superado um longo período de inatividade causado por uma lesão no joelho seguido de uma trombose.

“Estou muito feliz com meu retorno porque eu fiquei um pouco mais de dez meses afastada e eu estava super receosa para voltar e meu retorno acabou sendo muito melhor do que eu esperava. Eu fui agora para uma temporada Europa e as três competições que eu disputei eu subi no pódio com duas finais. Eu estou super feliz por este retorno, mas para mim só representa trabalho que precisa ser feito porque foram três finais que eu perdi”, explicou Aline Silva. “É trabalho que a gente tem que buscar porque Tóquio está aí. Falta um ano”, observou, mas se mostrou aliviada. “Estou feliz por saber que o período que eu fiquei afastada por causa da cirurgia não me atrapalhou. Eu voltei super bem a competir e estou super confiante no trabalho que estamos realizando”.

O próximo objetivo de Aline Silva será o Mundial de wrestling, que será realizado no Cazaquistão, em setembro. Ela precisa ficar entre as cinco primeiras colocadas da competição para carimbar o passaporte para a Olimpíada de Tóquio. “É a intenção e a gente tem condições disso. O Brasil já tem feito sua história, está criando sua tradição. Já não é como antes, quando a gente chegava totalmente desacreditadas nas competições. Hoje eles respeitam a gente, principalmente o feminino, e sabem que não estamos lá para brincadeira. Então, essa é a intenção: buscar a vaga no Mundial já”, afirma a atleta, que é a pioneira por trilhar o caminho das vitórias para o wrestling brasileiro ao conquistar a prata no Mundial de 2014.

“Eu sou! Eu gosto de falar que sou revoltada. Quantas vezes eu já cheguei em campeonatos internacionais e tive que ouvir na minha cara, de países como Azerbaijão, Rússia, o cara virar e falar para mim que o Brasil era país de samba, carnaval, futebol não de wrestling. Então, cada vez que eu bato em uma dessas atletas de países tradicionalíssimos, eu lembro disso”, contou se divertindo com a lembrança.

Laís Nunes

Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br

Além de Aline Silva, Laís Nunes também subiu no pódio nesta sexta-feira. A goiana de Barro Alto chegou a Lima como favorita por ser a atual segunda colocada do ranking mundial, mas foi surpreendida na estreia pela americana Kayla Miracle. “Infelizmente na primeira luta eu tive um revés, mas como ela foi para a final eu consegui ir para a disputa do bronze e estou muito feliz pela medalha por ser meus primeiros Jogos Pan-Americanos, únicos Jogos que faltavam na minha carreira. Então, ter saído com a medalha foi satisfatório apesar de não ter sido a que eu queria”, analisou.

Depois de perder para Miracle, Laís Nunes teve que vencer a venezuelana Nathali Griman para ficar com o terceiro lugar. “Depois que eu perdi, a gente tem que continuar, ainda mais quando você tem a oportunidade de brigar por uma medalha. É tudo ou nada. É você dar tudo de si. Na disputa ali eu fui com tudo porque eu queria muito essa medalha. Queria muito voltar para casa com essa medalha e comemorar muito na semana que vem lá em casa com a minha família. Então, eu tive que me recompor, bater a poeira e continuar em frente”.

Mesma sorte não teve Daniel Nascimento na categoria até 57kg estilo livre masculino. O brasileiro foi para a disputa do bronze com o cubano Reineri Andreu, foi derrotado e foi embora de Lima sem medalha.

 

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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