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Volta Olímpica

Quais as chances do Brasil no Mundial de Doha, no Catar?

Seleção chega ao Mundial com duas boas possibilidades de pódio, Zanetti nas argolas e Flavia na trave, mas pode surpreender em outros aparelhos e na equipe feminina

Reprodução/Instagram

Tem início nesta quinta-feira (24), em Doha, no Catar, o Campeonato Mundial de ginástica artística, mas o Brasil só entra em ação na sexta-feira (25), com as eliminatórias do masculino, e no domingo, com as mulheres. Depois de não ir ao pódio nos Mundiais de 2015 e 2017, a equipe verde-amarela tem boas chances de medalha no evento deste ano.

Candidatos ao pódio

Arthur Zanetti – Duas vezes medalhista olímpico e outras três em Campeonatos Mundiais, ele chega ao Mundial como um dos cotados na argola. A nota que obteve no Campeonato Brasileiro, 15,350,é a terceira melhor do planeta neste ano, sendo que a liderança é do grego Petrounias, que disputará o Mundial lesionado, e a segunda melhor é de um chinês que não estará na competição. No ano passado, foi sétimo, mas nesta temporada parece estar em melhor forma e, segundo ele mesmo diz, zerado com relação as dores.

Flavia Saraiva– Quinta colocada na Olimpíada do Rio, Flavia Saraiva está entre as cotadas para o pódio no Mundial na trave. Tem a sexta melhor nota do ano, 14,667, mas a tendência é que, se conseguir se aproximar dos 15, sobe ao pódio. O “problema” é que tem Simone Biles na prova e, na teoria, sobram apenas dois outros lugares no pódio, e a disputa é intensa pois tem campeã mundial e olímpica na briga.

Podem surpreender

Flavia Saraiva– Se na trave, Flavinha está na lista das candidatas, no solo ela pode surpreender no Mundial de ginástica artística. Não é uma das cinco mais cotadas, mas o potencial dela é evidente. Neste ano, tem a sétima melhor nota, com 14,233. Tem que passar de 14,500 para ir ao pódio, algo bem possível para ela.

Equipe feminina– Em uma categoria em que o ouro é praticamente certo para as americanas, a prata e o bronze parecem abertos, principalmente pelo fato de Rússia e China não estarem com atletas tão regulares. A atuação da seleção nas barras assimétricas será o “diferencial” para que o Brasil brigue pelo pódio, já que está muito bem no solo e no salto, e tem séries contantes na trave. Nas assimétricas, qualquer nota próxima dos 14 já será útil. Além de Rússia e China, Japão e Grã Bretanha estão no bolo. França e Canadá brigam por fora.

Francisco Barreto– Quinto colocado na barra fixa na Olimpíada do Rio, Chico não está na lista dos principais candidatos, mas pode surpreender no Mundial. Fez 14,600 no Campeonato Brasileiro, e essa nota, se repetida, deve o levar para a final. Ali, subindo um pouco a dificuldade e contando com alguns erros dos rivais, pode encostar na medalha.

Brigando por finais

Individual geral feminino – A tendência, e a expectativa, é que a seleção coloque duas atletas entre as 24 finalistas do individual geral. Ainda é cedo para pensar em uma medalha, mas Flavia Saraiva e Jade Barbosa têm ótimas chances de chegar na decisão, quem sabe entre as 10 melhores. Lorrane, em caso de algum erro da dupla, pode beliscar essa decisão também.

Individual geral masculino– Caio Souza, 15º no Mundial do ano passado, é, a princípio, o principal nome do país e, acertando tudo, pode brigar pelo top 10.

Equipe masculina – Entre os oito melhores do mundo há quatro anos, a seleção brasileira deve se manter neste patamar. Só se tiver muitos erros nas eliminatórias não conseguirá um lugar na final por equipes. Brigar por uma medalha complica muito. Beliscar um top 5 talvez seja possível, embora Japão, China, Grã Bretanha, EUA e Rússia estejam um patamar acima.

Caio Souza – Seu principal aparelho é o salto e, pelo que fez no treino de pódio, pode sim brigar por um lugar entre os oito. Um de seus saltos é muito bom, o outro, se for bem executado, pode colocá-lo na decisão.

Arthur Zanetti – Vai tentar dois saltos para tentar se encaixar na final. Está muito bem neste aparelho, tem boas chances de ficar entre os oito.

Para compor as notas da equipe

Rebeca Andrade– Ainda não está 100% fisicamente, por isso não está na briga pelo pódio no salto (deve fazer apenas um), nem no solo (não deve participar). Sua nota nas barras assimétricas será essencial para o desempenho da seleção. Neste aparelho ela até pode pegar uma final, mas é bem complicado.

Thais Fidelis– Grande nome da ginástica brasileira no ano passado, Thais não está em uma grande temporada, mas fará, no Mundial, a trave e o solo. Poderá ajudar a seleção brasileira com boas notas. Uma vaga na final destes aparelhos é um pouco mais complicada.

Arthur Nory– Vai fazer todos os aparelhos, menos a argola. Ainda não está 100% fisicamente e ele mesmo diz que dificilmente pegará final, mesmo em seus aparelhos prediletos, a barra, em que foi quarto no Mundial de 2015, e o solo, no qual levou o bronze olímpico. Suas séries, geralmente muito limpas, devem ajudar a equipe masculina.

Lucas Bittencourt– Não dá para duvidar da capacidade de Lucas, que foi essencial no Mundial de 2015, quando o país conseguiu a vaga olímpica para a Rio 2016. Mas ele não tem sido muito regular nos últimos anos. Suas notas serão de grande ajuda para a composição da equipe e, quem sabe, não dê para beliscar uma vaga no individual geral. Tem, também, uma barra fixa muito boa.

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