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Vôlei de Praia

Pela corrida olímpica, brasileiros disputam etapa na China

Divulgação FIVB

As duplas brasileiras disputam nesta semana a etapa de Xiamen (China) do Circuito Mundial de vôlei de praia 2019. O torneio da Federação Internacional de Voleibol (Fivb) soma pontos para a corrida olímpica brasileira e terá a participação de até 10 duplas na fase de grupos. Os duelos vão de terça-feira (23.04) a domingo (28.04) e a etapa marca a estreia de diversos times do país – especialmente no feminino – no tour internacional.

Os torneios do Circuito Mundial são divididos em estrelas, indo de cinco a uma, e Xiamen é a terceira etapa quatro estrelas da temporada, após as disputas de Haia (Holanda), na primeira semana de janeiro, e Doha (Qatar), em março, que contou apenas com o naipe masculino. Com isso, a parada chinesa será a primeira da corrida olímpica para o naipe feminino.

São cinco equipes inscritas, três delas já garantidas na fase de grupos: Ágatha/Duda (PR/SE), Carol Solberg/Maria Elisa (RJ) e Fernanda Berti/Bárbara Seixas (RJ). Todas entram em quadra apenas a partir de quinta-feira (25.04). Já Ana Patrícia/Rebecca (MG/CE) e Talita/Taiana (AL/CE) disputam o classificatório, na quarta-feira (24.04), precisando vencer dois jogos eliminatórios seguidos para chegar na fase de grupos.

Tendo conquistado o título geral da temporada 18/19 do Circuito Brasileiro no início deste mês, em João Pessoa (PB), Fernanda Berti e Bárbara Seixas chegam embaladas para o primeiro compromisso internacional. Fernanda analisou o compromisso.

“Estamos felizes por estarmos muito bem, fisicamente e tecnicamente. Toda preparação foi pensada na corrida olímpica, o título motiva e é um presente que mostra que o trabalho está sendo bem realizado, mas sabemos que a disputa será muito intensa. Vamos buscar manter essa regularidade que tivemos no brasileiro, também no Circuito Mundial”, disse.

Maria Elisa, que busca sua segunda participação olímpica, após ter disputado os Jogos de Londres, também falou sobre a forte preparação para a primeira disputa no tour.

“Viver uma experiência olímpica é o sonho de qualquer atleta. Eu pude vivenciar isso em 2012 e sentir o quanto é especial. Mas já ficou para trás. Guardo com muito carinho todas as lembranças, mas agora quero viver uma nova história com a Carol e a minha equipe. Fizemos tudo que podíamos nesses últimos quatro meses. Digo isso em todos os aspectos, porque o vôlei de praia vai muito além do que ‘só’ estar na quadra”, destacou.

No naipe masculino, a disputa começa ainda antes. Evandro/Bruno Schmidt (RJ/DF), Guto/Saymon (RJ/MS) e Pedro Solberg/Vitor Felipe (RJ/PB) estão garantidos na fase de grupos, a partir de quinta. André Stein e George (ES/PB), com wild card para o classificatório, entram em quadra na quarta. Já Alison/Álvaro Filho (ES/PB) e Oscar/Thiago (RJ/SC) disputam o Country Quota, nesta terça-feira (23.04), com o vencedor indo ao classificatório, e, em seguida, tentando uma vaga na fase de grupos da competição.

O country quota é disputado quando o número de duplas inscritas por um país excede o limite de vagas permitido para as nações. Assim, são disputadas partidas preliminares entre equipes da mesma nação para definir que terá direito à vaga.

Vitor Felipe, que passou a formar dupla com Pedro Solberg em fevereiro deste ano, comentou a expectativa para a segunda competição do time no tour internacional.

“Estamos cada vez melhores, me sinto mais confortável na saída de rede, que foi a posição que passei a ter em quadra ao lado do Pedro. E evoluindo nos aspectos defensivos. O entrosamento está muito bom, fico muito feliz com o que vejo nos treinamentos. Ver esse crescimento é muito bom. A expectativa é muito boa, acredito que estamos merecendo nosso primeiro pódio e a cada dia que passa a confiança no trabalho aumenta. Vamos buscar uma medalha na China”, disse o defensor paraibano.

Quem também analisou a estreia foi Evandro, que ao lado de Bruno Schmidt disputou três etapas do Circuito Brasileiro 18/19, chegando em duas finais e vencendo uma.

“Vamos chegar muito próximos do nosso 100% em Xiamen, muito perto do auge na parte física. Ainda restam pequenos ajustes e um pouco mais de entrosamento. Chegamos em duas finais do Circuito Brasileiro, mas sabemos que no Circuito Mundial é outro torneio, duplas muito altas, a exigência é maior. Mas vamos chegar bem, tranquilos, sabemos do potencial da nossa equipe e do que temos que realizar. Queremos dar esse pontapé inicial com bom resultado”, destacou o jogador, melhor saque do tour nos últimos quatro anos.

Na corrida olímpica do Brasil, apenas os eventos de quatro e cinco estrelas do Circuito Mundial, além do Campeonato Mundial, são contabilizados, cada um com peso correspondente. Além disso, os times terão uma média dos 10 melhores resultados obtidos, podendo descartar as piores participações. Só valem os pontos obtidos juntos, como dupla.

Na primeira etapa da corrida olímpica brasileira no naipe masculino, em Doha (Qatar), Guto/Saymon e Pedro Solberg/Vitor Felipe ficaram na nona posição, somando 400 pontos. Evandro/Bruno ficou em 17º, somando 320 pontos, mesma colocação de Alison e André Stein, que posteriormente terminaram a dupla, se juntando a novos parceiros.

A corrida olímpica interna das duplas brasileiras acontece em paralelo à disputa da vaga do país, que segue as regras da Federação Internacional de Voleibol (FIVB). Cada nação pode ser representada por, no máximo, duas duplas em cada naipe.

Os países possuem quatro maneiras de garantir a vaga: vencendo o Campeonato Mundial 2019; sendo finalistas do Classificatório Olímpico, que será disputado na China, também em 2019; estando entre as 15 melhores duplas do ranking olímpico internacional; vencendo uma das edições da Continental Cup (América do Norte, América do Sul, África, Ásia e Europa). O Japão, sede, tem uma dupla em cada naipe já garantida.

A fase de grupos em Xiamen terá oito chaves com quatro duplas cada, jogando entre si. Os primeiros colocados avançam direto às oitavas de final (Round 2), enquanto segundos e terceiros disputam uma rodada extra, a repescagem (Round 1), e a partir desta fase, os jogos seguem no formato de eliminatória direta, com oitavas, quartas, semifinais e finais.

As duplas campeãs em Xiamen recebem 800 pontos no ranking do Circuito Mundial e uma premiação de cerca de R$ 75 mil. A cidade chinesa recebe etapas do tour desde 2013 e o Brasil já foi campeão em três oportunidades, com Alison/Vitor Felipe (ES/PB), em 2013, Juliana/Maria Elisa (CE/RJ), em 2014, e Fernanda/Bárbara (RJ), em 2017.

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