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Comissão de Atletas dá voto de minerva para fim do ranking

cruzeiro x montes claros vôlei sul-americano

Criado desde o início da Superliga Masculina, na temporada 1992/1993, o ranking que classifica os atletas por pontuação será extinto para próxima edição

Uma das maiores polêmicas da Superliga masculina chegou ao fim. O ranking que classificava os jogadores por pontuação vai acabar na próxima temporada. Participaram da decisão os dez primeiros colocados da atual edição da competição, mas a votação entre os clubes terminou empatada: cinco a favor e cinco contra. O voto de minerva coube à comissão de atletas, do qual fazem parte os aposentados André Heller, Kid e Renata Colombo, além de Lucarelli, do Taubaté, e Fabi, do Sesc Rio de Janeiro. “Foi a mais bela vitória do vôlei,. Foi realizada uma votação e decidiu-se pelo fim do ranking dos atletas por 6 a 5, ou seja, a partir da próxima temporada não terá mais a classificação por pontos dos jogadores”, comemorou o campeão olímpico Gustavo Endres, ex-jogador e hoje supervisor do Vôlei Canoas.

A CBV deu três opções para a votação: manter o formato atual do ranking em que os jogadores são pontuados de 0 a 7 e cada time pode somar no máximo 40 pontos e ter um limite de três atletas com pontuação máxima por clube, adotar o modelo da Superliga feminina, em que apenas as atletas de pontuação máxima são classificadas e acabar com o ranqueamento. Apesar da escolha já ter sido feita, a CBV ainda não oficializou a decisão porque uma reunião está marcada para a próxima semana e também porque pode haver alteração na classificação dos dez primeiros colocados nas últimas rodadas que faltam até os playoffs.

Apesar disso, Gustavo não acredita que o resultado da votação inicial possa ser revertido e não acha que o fim do ranking possa aumentar o desequilíbrio entre os times. “Mesmo com o ranqueamento dos jogadores nós temos um desequilíbrio. Durante os anos tivemos a hegemonia de algumas equipes como o Minas, que foi tricampeão, o Florianópolis, que conseguiu vencer quatro vezes e hoje com o Cruzeiro tendo títulos em sequência, o tão sonhado equilíbrio não existe”, disse Gustavo.

Contra o argumento de que sem o ranking o dinheiro que as maiores equipes possuem irá comandar o cenário do vôlei masculino, o ex-atleta exemplifica com um cenário. “Imagine que todas as equipes consigam a mesma quantidade de dinheiro para investir, todas, sem exceção. Vão existir times que lutarão contra o rebaixamento do mesmo jeito, outras que vão lutar para classificar e teremos a briga pelo título, mas no fim duas sempre serão rebaixadas e somente uma será campeã”.

Com o fim do ranking, o Brasil se iguala as maiores ligas do mundo como Itália, Polônia, França, Rússia, Japão onde os maiores investimento trazem os melhores jogadores e busca as melhores posições. Além disso, este novo cenário traz a opção de livre comércio para os jogadores, que agora podem ir para os clubes que desejam.

Para o supervisor do Vôlei Canoas, essa é uma das maiores vitórias. “O grande resultado ficou para os jogadores, que com a livre opção de escolha, podem escolher para onde desejam ir e não serem escolhidos pelas equipes que os pode contratar”, finalizou Gustavo.

O ranking dos atletas foi criado com o intuito de trazer equilíbrio para a Superliga. Contudo, não é segredo para ninguém que ele era o centro de grande debate entre a entidade que comanda o esporte, os atletas e os clubes. Para os jogadores, o ranking era ruim. Por conta das regras, alguns atletas, em sua maioria os de maiores pontuação, ficavam limitados na escolha dos times em que poderiam jogar.

Um exemplo disso aconteceu no intervalo entre as temporadas 2015/2016 e 2016/2017. O Cruzeiro, por conta do limite de três jogadores de sete pontos no elenco, tinha um problema. A equipe, que na temporada 15/16 contava com William, Wallace e Leal, como atletas com a pontuação máxima, viu o central Isac ser colocado para a temporada, 16/17, como atleta de sete pontos, tendo que obrigatoriamente ficar sem um dos quatro.

 

 

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