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Tiffany minimiza críticas sobre sua presença na Superliga

Primeira transexual a jogar na Superliga, Tiffany não liga para as críticas que tem recebido e disse estar tranquila por estar cumprindo o regulamento do COI

Na semana passada, Tandara se manifestou contra a presença de Tiffany na Superliga. A declaração repercutiu e ganhou apoio de outras jogadoras. Na sexta-feira, logo depois da partida contra o Barueri, a transexual que defende o time de Bauru falou sobre o assunto. A camisa 10 da equipe do interior paulista minimizou as críticas que sua participação na competição vem recebendo e salientou que o mais importante é que ela está inscrita de acordo com as regras estabelecidades pelo Comitê Olímpico Internacional.

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“Eu não me importo porque essas críticas são o que elas sentem. Eu continuo gostando de todas e amando todas porque para mim não vai mudar em nada. A única importância é ao Comitê Olímpico Internacional. Enquato o COI não mudar a lei, as críticas podem vir de quem for que, para mim, não vai mudar nada. As críticas só tentam me colocar para baixo para me desestabilizar no jogo. Então, eu prefiro não prestar atenção dela e não tenho nada contra as meninas. Se elas têm essa crítica, é a palavra delas e eu respeito”, declarou Tiffany.

O Comitê Olímpico Internacional, no entanto, deve reanalisar o caso depois da Olimpíada de Inverno, que está sendo disputada em Pyeongchang, na Coreia do Sul. Apesar disso, a jogadora está tranquila e garante que sua presença em quadra não prejudica as adversárias.

“Acho que o mundo é um mundo preconceituoso, mas aos poucos a gente vai mudando porque muitas vezes as pessoas vão no achismo e não na verdade. Às vezes falam que é preciso de mais estudos, mas não respeitam os dez anos de estudos (sobre a presença de transexuais no esporte) que já foram feitos. Hoje eu posso atacar com a força que for, mas não vai passar de um ataque de uma mulher forte”, garantiu.

Tiffany também falou da luta que é para uma transexual ser aceita na sociedade, revelou o medo que teve quando tomou a decisão de mudar de sexo e pediu respeito a pessoas que são como ela. “No começo eu tinha muito medo porque nós transexuais vivemos em meio a um preconceito muito grande. Escutei muito de amigos: ‘Tiffany não volte ao Brasil porque aqui é o país que mais mata trans’. Mas eu falei: ‘Vou voltar na hora certa e aqui estou para lutar por elas’. Nós mulheres trans e homens tras temos direitos de viver como qualquer pessoa. Nós podemos fazer de tudo da forma que somos e podemos sair sem ser atacadas, podemos viver. Só basta ter respeito uma pelas outras. Claro que não vou falar que são todas boas, mas, como homens e mulheres, tem pessoas boas e pessoas ruins, mas estamos aqui pelas boas e para transformar as ruins em boas também”, desabafou.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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