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Vôlei

Mercado mostra saída de mais de 50 brasileiros para exterior

Na última matéria da série especial, o Olimpíada Todo Dia fez um levantamento que confirma debandada no masculino e partidas pontuais no feminino

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Lucarelli vai para sua primeira temporada fora do Brasil em 2020/2021 (Divulgação CBV)

O vôlei brasileiro está exportando mais de 50 atletas ao mercado internacional para a temporada 2020/21. A crise financeira do Brasil, que desvaloriza a nossa moeda, o real, em comparação com dólar e euro, e a chegada da pandemia de coronavírus, que agravou ainda mais o cenário, induziram a saída de 54 jogadores, sendo 40 do masculino e 14 do feminino. Somando homens e mulheres, são oito esportistas com passagens pela seleção brasileira.

Além das partidas, aconteceu uma movimentação intensa de atletas brasileiros trocando de clubes no exterior, alguns fizeram o caminho inverso e regressaram ao Brasil e tem também aqueles que mudaram de clube dentro do próprio mercado interno. Na última matéria especial sobre a semana do vôlei, o Olimpíada Todo Dia traz um levantamento que confirma a debandada no masculino e saídas pontuais no feminino.

Vôlei masculino: selecionáveis na Europa

O vôlei brasileiro masculino, detentor do título olímpico na Rio-2016, fornecerá aos clubes do exterior no mínimo 40 atletas na temporada 2020/21. Esse é o número de jogadores com saídas confirmadas até o dia 24 de julho de 2020. Entre eles, estão cinco atletas com aparições frequentes com a camisa do Brasil. Os selecionáveis Lucarelli, Wallace, Flávio Gualberto, Lucas Loh e Éder Carbonera deixaram o país.

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Trentino oficializa Lucarelli (Reprodução/trentinovolley.it)

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Campeões olímpicos na Rio-2016, o ponteiro Lucarelli deixou o EMS Taubaté Funvic e vai jogar no Trentino, da Itália; o oposto Wallace saiu do extinto Sesc-RJ e partiu para o Spor Toto Spor Kulübü, da Turquia; e o central Éder partiu do Sesi-SP para o Berlin Recycling Volleys, da Alemanha. Já o ponteiro Lucas Loh e o central Flávio jogarão, respectivamente, no Cerrad Enea Czarni Radom e Aluron Virtu CMC Zawiercie, ambos da Polônia.

Debandada

Além dos jogadores que passaram pela seleção brasileira neste ciclo, o que marcou o mercado desta vez foi a grande quantidade de atletas que vinham atuando há alguns anos nas equipes da Superliga. Como foi o caso de Pablo Natan (ponta), Pétrus (central) e Renan Buiatti (oposto) que acertaram com o Tours VB (França). Assim como Leonardo Cardoso (ponta), Gabriel França (oposto) e Renan Levandovski (central) fecharam com o CDV Textil Santanderina (Espanha).

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Luan Weber, que estava no Sada Cruzeiro, foi para o Tourcoing Lille Métropole. Já o central Luiz Sene, de passagem por Campinas e Corinthians migrou para o Paris Volley.

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Mais saídas

Três ponteiros atuarão no vôlei polonês, sendo dois deles no mesmo clube. José Ademar Santana e Fábio Rodrigues assinaram com o MKS Będzin. Já Daniel Muniz com o Cuprum Lubin. Outros dois brasileiros estarão na Romênia, no caso, Bruno Canuto, ex-Campinas, e Rodrigo Ribeiro, que estava no Minas, ambos contratados pelo Dinamo București.

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Fábio Rodrigues Vôlei
Depois de atuar por Sesi e Corinthians, Fábio Rodrigues seguirá para o exterior (Instagram/fabiorod20)

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Vôlei feminino

Entre as mulheres, foram apenas três saídas de atletas com passagem pela seleção brasileira. A oposto Paula Borgo, que jogou a Liga das Nações de 2019, fechou com o Çan Gençlik Kale Spor Akademi Kulübü, da Turquia. Já a oposto Bruna Honório, convocada no mesmo ano, mas que saiu da lista por um problema no coração, partiu para o Radomka Radom, da Polônia. E a ponteira Lana, que jogou o Pan-Americano de Lima-2019, fechou no Consolini Volley, da Itália. 

Oposta Paulo Borgo seguirá para a Turquia em 2020/2021 (Mailson Santana/FFC)

A maioria das brasileiras optou pela ida ao vôlei de Portugal. A levantadora Diana Xavier, com passagens por Osasco e São Caetano, acertou com o Belenenses. Linda Jéssica, central que estava no Sesc-RJ, foi contratada pelo Clube Kairós. Já as ponteiras Yasmin Bednarczuk, prima de Ágatha, do vôlei de praia, e Clarisse Peixoto, ex-Osasco e Pinheiros, serão reforços do Porto. Para terminar, a central Gabriella Rocha fechou com o Sporting.

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Além de Portugal, teremos brasileiras em mais quatro países: Turquia, República Tcheca, Romênia e Espanha. As ponteiras Ellen Braga e Fernanda Tomé, que estavam no Osasco, jogarão, respectivamente, no Çan Gençlik Kale Spor Akademi Kulübü e Bolu Belediyespor, ambos da Turquia.

A líbero Tássia, ex-Osasco e Dentil/Praia Clube, está acertada com Dinamo București, da Romênia. E as levantadoras Milla Camurça e Ana Flávia Galvão atuarão, na devida ordem, por VK UP Olomouc, da República Tcheca, e Palmas Gran Canaria, da Espanha.

Trânsito no mercado externo

As atletas brasileiras não movimentaram somente o mercado de saída do Brasil. De 2019/2020 para 2020/2021, 24 jogadoras trocaram de equipes dentro da Europa. Um dos maiores nomes da seleção brasileira neste ciclo olímpico, a ponteira Natália seguirá atuando no exterior. Depois de uma temporada no Eczacıbaşı, da Turquia, a atleta assinou com o Dínamo Moscou.

Depois de sua primeira temporada no velho continente, Rosamaria conseguiu chamar a atenção de clubes na Itália e trocou o Perugia pelo Casalmaggiore.

Rosamaria é apresentada pelo Casalmaggiore (Reprodução/volleyballcasalmaggiore.it)

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Portugal não só descobriu o Brasil, em 1500, como também será destino para muitas jogadoras na próxima temporada. Além de Clarisse e Yasmn, que deixaram equipes brasileiras, o Porto terá outra parte da equipe formada por atletas do país. A levantadora Luciana Bezerra e as centrais Luana Gomes e Kátia Oliveira deixaram o Clube Kairós e seguiram para a equipe atual campeã da Taça e da Supertaça de Portugal.

Desbravando a Europa

Duas jogadoras do Brasil seguirão para a Suíça em 2020/2021. A oposta Julia Borges, que estava nos Estados Unidos, e a ponteira Renata Schmutz, que defendeu o BTV Aarau, atuarão no VBC Cheseaux.

As atletas Raquel Loff e Bruna Caixeta decidiram permanecer no vôlei europeu. A primeira é central e estava no Prometey, da Ucrânia. Já a segunda é levantadora e defendia o Leixões SC, de Portugal. As brasileiras jogarão juntas porque assinaram contrato com o Slávia Bratislava, da Eslováquia. Ambas aguardam o dia da viagem e contaram que foram informadas que a pandemia de coronavírus está sob controle no país.
Roquel Loff é uma das brasileiras que seguirá na Europa (Carolina Oliveira/Divulgação)

O Slávia Brastislava, da Eslováquia, será a casa da central Raquel Loff e da levantadora Bruna Caixeta em 2020/2021. A primeira deixou o SC Prometey, da Ucrânia, e a segunda defendeu o Leixões SC, de Portugal. Já a central Renata Benedito seguirá na Espanha. A atleta deixou Avarca Menorca e defenderá o CV Kiele Socuéllamos. Já Fernanda Melo trocou o Pafiakos, do Chipre, e jogará no AO Thiras, da Grécia.

Caminho inverso

Entre os homens, segundo levantamento feito pela equipe de reportagem do Olimpíada Todo Dia, 39 jogadores brasileiros trocaram de clube fora do país e atuarão em campeonatos em solo europeu na temporada de 2020/2021.

Na lista temos alguns nomes conhecidos, como o central Aracaju e o oposto Rafael Araújo, que já defenderam o Sesi e atuarão Tours VB, da França, e no Arkas Spor Izmir, da Turquia, respectivamente. O central Éder Levy, de passagem pelo Sada Cruzeiro e pelo Sesi, estava na Estônia e jogará a temporada de 2020/2021 no Sporting de Portugal.

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Mas também temos jogadores pouco conhecidos do grande público, como o do levantador Pedro Jukoski, que deixou o CV Teruel, da Espanha, e atuará pelo Saint-Quetin, da França, e do ponteiro Allan Veríssimo, que estava no Pafiakos Paphos, do Chipre, e jogará no francês Narbonne em 2020/2021.

Bruninho é a principal contratação do mercado do vôlei masculino
Bruninho é a principal contratação do mercado do vôlei masculino no país (Divulgação Taubaté)

Contudo, um dos fatores que mais impressiona no levantamento feito pela reportagem é que somente dois jogadores fizeram o caminho inverso, deixando a Europa e retornando para atuar no voleibol brasileiro. O ponteiro João Rafael e o levantador Bruninho deixaram o Tours VB, da França, e o Civitanova, da Itália, respectivamente e defenderão o Taubaté.

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