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Tóquio 2020

Luísa Baptista trabalha duro para ser a surpresa no triatlo nos Jogos

Em live com o OTD, brasileira lembra que modalidade costuma ter mais espaço para as chamadas “zebras” e diz que quer ela ser a dos Jogos no ano que vem

Luisa Baptista triatlo tóquio 2020
Luisa Baptista conquistou dois ouros no Pan de Lima no ano passado (European Triathlon Union)

Não é balela afirmar que os Jogos Olímpicos de Tóquio são imprevisíveis. Muita coisa está em disputa, são anos de preparo e só os melhores do mundo participam. Existem favoritas e zebras, mas no triatlo as surpresas ocorrem ao quadrado, com vitórias inesperadas e repentinas. É nisso que aposta Luísa Baptista. “Tudo pode acontecer.”

Em live do Olimpíada Todo Dia, a triatleta falou sobre o seu momento dentro do esporte e se candidatou para causar espanto em 2021. “Olhando o histórico de vencedoras, sempre tem uma surpresa. Quero acreditar que a surpresa será eu em Tóquio-2020.”

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Aqui é trabalho

Confiança exagerada? Não, muito trabalho e um histórico que a permite acreditar. Pelo ranking olímpico, Luísa Baptista é a 35ª do mundo e está muito perto de ter sua vaga confirmada para 2021. Uma vez garantida para Tóquio-2020, a brasileira vai incomodar as adversárias.

Em 2019, seu melhor ano da carreira, Luísa Baptista saiu dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 com dois ouros, um no individual e outro no revezamento misto. Contando a época de juvenil e adulta, são 77 provas, 20 pódios e 11 vitórias.

“É bem bacana ver esse processo de evolução. Como júnior tive bons resultados. Em 2015, eu tive um ano difícil, as provas não encaixavam. Mas de 2016 pra cá, melhorei, tive altos e baixo, mas 2019 foi o melhor ano da minha carreira, um ano que fui me sentindo cada vez mais parte da elite do mundo.”

Sem falar que no evento-teste do triatlo, Luísa Baptista terminou na 11ª colocação. “Por ser muito quente, ser um evento especial como os Jogos e ser daqui um ano, muita coisa pode acontecer. Falta pouco para eu estar lá na frente com as melhores.”

Experiência

Aos 26 anos, Luísa Baptista ainda é considerada nova dentro da modalidade. O auge dos triatletas está entre 28 e 30 anos. “A gente vê que tem muito para crescer, principalmente para 2024, vamos chegar forte.”

Vittória Lopes e Luisa baptista, medalhistas no triatlo dos Jogos Pan-Americanos triatlo tóquio
Luisa e Vittória Lopes, ouro e prata nos Jogos Pan-Americanos (COB)

Diante dessa perspectiva, o adiamento de Tóquio-2020 para 2021 não foi encarado com pessimismo. “Durante a quarentena eu atingi as melhores potências na corrida e na bike da minha vida. Eu queria estrear logo nos Jogos, mas esse adiamento pode me fazer bem. Encaro com bons olhos.”

Sabendo como serão as condições da prova olímpica, a triatleta já tem um planejamento para chegar nas melhores condições possíveis. “O evento-teste provou que o calor será determinante. O jeito é fazer uma aclimatação longa, uma hiper-hidratação com soro e isotônicos porque o calor vai definir a prova.”

3 em 1

Contudo, o triatlo é cruel. Não basta ser bom em duas modalidades, o conjunto tem que ser eficiente e manter um padrão. “Eu preciso evoluir na natação. Trabalhamos para melhorar e nadar com um grupo mais à frente. Minha corrida é muito boa. Se um dia estiver lá na frente eu posso correr com as melhores da elite.”

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Não basta simplesmente nadar. “No triatlo a gente brinca que são quatro modalidades, porque a luta dentro da água é grande.” Diante disso, Luísa Baptista está focando na potência para se destacar logos nos primeiros 200 m. “Já que minha mãe não me fez com mãos e pés grandes, eu estou focando nessa parte de fugir desse congestionamento do começo e ter um nado mais limpo.”

São detalhes que fazem toda a diferença, ainda mais quando se misturam três modalidades tão diferentes entre si. “Vejo minha progressão diária. Em alguns anos, também me vejo entre as melhores do mundo. Mas tem isso, cada prova tem muitas variáveis.

“Depende das atletas que estão na prova. Do frio calor, curvas, subidas, descidas, cada prova desenrola de um jeito. Mas é legal ver que eu faço parte do grupo das atletas que pode vencer, que vão brigar lá na frente.”

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