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Vôlei

Vôlei nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020

TABELAS

Copa Brasil de vôlei volei nos jogos olímpicos de tóquio 2020 Tudo sobre vôlei nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Campeão da Copa do Mundo em 2019, Brasil luta pela quarto ouro olímpico masculino (FIVB)

Presente nos Jogos Olímpicos desde de Tóquio em 1964, o vôlei volta ao Japão com status de um dos esportes mais populares do programa olímpico. O torneio do ano de 2020 mantém o que vem fazendo nos últimos anos, sendo disputado com doze equipes divididas em dois grupos com seis países, tanto para homens quanto para mulheres.

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Do lado masculino, o Brasil busca em Tóquio não só defender o título olímpico conquistado no Rio, como adicionar ao seu extenso currículo de conquistas a quarta medalha olímpica de ouro. Polônia, o calcanhar de Aquiles da equipe atualmente dirigida por Renan Dal Zoto nos últimos dois mundiais é um dos principais favoritos ao título em 2020, além da tradicional Rússia, os Estados Unidos, França e Argentina, que também pintam como os postulantes a medalhas.

Do lado feminino, o Brasil, bicampeão do torneio, busca retornar em Tóquio ao pódio que escapou em casa nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. As chinesas, atuais campeãs olímpicas e as sérvias, atuais campeãs mundiais, são amplas favoritas a reeditar em 2020 a final olímpica de quatro anos atrás disputada do Maracanãzinho. Estados Unidos, Rússia, Itália e o Japão, apoiado por milhares de fãs apaixonados por uma das modalidades mais populares do país nipônico, também estão entre os países que brigarão pelas medalhas com a equipe brasileira.

Tudo sobre vôlei nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Seleção feminina corre por fora em Tóquio. China e Sérvia são as grandes favoritas (FIVB)

Local da competição

Tudo sobre vôlei nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Ariake Arena tem capacidade para abrigar 15 mil torcedores
(Tokyo Metropolitan Government)

As disputas do vôlei dos Jogos Olímpicos de 2020 acontecerão na Ariake Arena, estádio poliesportivo localizado no distrito de Ariake, em Tóquio. Com capacidade para doze mil espectadores, a arena foi construída para Jogos e após o torneio olímpico, sediará o basquete em cadeira de rodas dos Jogos Paralímpicos 2020.

Grandes nomes da história olímpica

Assim como futebol ou basquete, que produzem grandes e diferenciados ídolos mundo afora, ao longo da história olímpica, o vôlei apresentou grandes e vitoriosos atletas. Esportistas diferenciados, que foram de grande importância para as glórias olímpicas e mundiais de seus países. Há quem diga que o maior deles é Karch Kiraly. O americano é o único jogador da história do vôlei, entre homens e mulheres, que conquistou medalhas de ouro tanto na quadra quando na praia, a outra modalidade regida pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

O lendário Kiraly (usa volleyball)

Kiraly foi de extrema importância para as conquistas dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 84 – vencendo o Brasil na final – e Seul 1988. Em 1996, na estreia olímpica do vôlei de praia, foi campeão olímpico junto com Kent Steffes de forma dominante. Seguiu os passos de Bernardinho e Zé Roberto, e assim como eles se tornou um dos melhores técnicos do mundo, dirigindo atualmente a poderosa seleção americana feminina, onde conquistou as medalhas de prata em Londres 2012 e bronze nos Jogos do Rio em 2016. Vai tentar o inédito outro em 2020.

Quem também teve muito sucesso nas quadras e foi pelo mesmo caminho que os citados técnicos brasileiros foi a chinesa Lang Ping. Campeã Olímpica e melhor jogadora do torneio de vôlei dos Jogos Olímpicos Los Angeles 84, Ping é reverenciada na China, onde muitos a consideram como uma das maiores atletas da história do esporte chinês. Como técnica, foi medalha de prata em Pequim 2008 com a equipe dos Estados Unidos, perdendo para o Brasil, e campeã olímpica com a China nos Jogos do Rio.

Lang Ping: campeã olímpica como jogadora; ouro e prata como treinadora (alchetron.com)

Para os brasileiros, pensar em anos 80 no vôlei feminino é ter pesadelos com a equipe peruana. Duas das responsáveis pelo sucesso do país sul-americano, prata em Seul 88, foram Rosa Garcia e Cecília Tait, atletas até hoje reverenciadíssimas no país vizinho. Foram grandes responsáveis para a única medalha peruana em esportes coletivos até os dias atuais.

Van de Goor: eleito o melhor do vôlei nos Jogos Olímpicos de 1996 e 2000 (FIVB)

Da Holanda, vem Bars Van de Goor, ponteiro que é um dos grandes responsáveis pelo sucesso do pequeno país europeu em meados dos anos 90. O campeão de Atlanta 1996 é o único atleta da história olímpica a possuir dois títulos de melhor jogador do torneio, conquistados além de Atlanta, também nos Jogos de Sydney 2000.

Os anos noventa também marcaram aquela que para muitos é a maior rivalidade da história do vôlei feminino. Mesmo quem não acompanhava o esporte naquela época se lembra dos embates de Brasil e Cuba. As cubanas eram um grande exemplo de jogo coletivo com algumas das maiores estrelas que esses esporte já viu. Regla Bell, Mireya Luis e Regla Torres foram algumas das grandes atletas que levaram o país caribenho ao tricampeonato olímpico, tudo isso mais valorizado ainda pelo excelente time feminino do Brasil, com Ana Moser, Marcia Fu, Leila, Virna, Fofão e Fernanda Venturini.

Por falar em Brasil, o país é o que mais possui MVPs (prêmio concedido ao melhor jogador do torneio) da história olímpica. São cinco prêmios no total. O primeiro a recebê-lo foi Marcelo Negrão em sua campanha campeã em Barcelona 92. Giba, líder da era Bernardinho e considerado o melhor jogador de vôlei do início dos anos 2000 também recebeu o merecido prêmio em Atenas 2004. Murilo Endres, duas vezes prata olímpica e Serginho, o melhor líbero do mundo para a maioria esmagadora dos fãs de vôlei foram agraciados respectivamente em Londres 2012 e Rio 2016.

Paula Pequeno foi a estrela da medalha de ouro do Brasil em 2008 (FIVB)

Paula Pequeno é a única mulher brasileira com o prêmio. Ganhou ao fazer parte da imbatível equipe brasileira de Pequim 2008 que sem dar chances aos adversários faturou o ouro perdendo apenas um set. Os torneios de vôlei feminino vencidos pelo Brasil em 2008 e 2012 merecem ser ainda mais valorizados pelas grandes atletas que estavam nas quadras buscando a vitória. Fora a equipe nacional, que tinha nomes como Fabi – também considerada a melhor líbero de todos os tempos -, Mari, Sheila, Fabiana, Thaísa e cia, as quadras chinesas e inglesas receberam nomes de peso e reverenciados no esporte como Ekaterina Gamova, da Rússia, Yoshie Takeshita do Japão e Destinee Hooker dos Estados Unidos.

Bartosz Kurek, da Pôlonia, e Tijana Bošković, da Sérvia, foram eleitos os melhores jogadores dos campeonatos mundiais vencido por seus países em 2018 e chegam a Tóquio 2020 com a responsabilidade de ajudarem os seus países a buscar medalhas. No torneio olímpico vale a pena ficar de olho ainda na chinesa Ting Zhu, na coreana Kim Yeon-koung, no francês Earving N’gapeth e no americano Matt Anderson, atletas que lideram suas seleções e que tem dado trabalho ao Brasil nos últimos torneios.

Quadro geral de medalhas do vôlei nos Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
União Soviética74112
Brasil53210
Estados Unidos33410
Japão3339
China3126
Cuba3025
Rússia1326
Holanda1102
Polônia1023
Sérvia e Montenegro1012
Itália0336
Alemanha Oriental0202
Bulgária0112
Tchecoslováquia0112
Peru0101
Sérvia0101
Equipe Unificada0101
Argentina0011
Coreia do Norte0011
Coreia do Sul0011
Romênia0011

O esporte

Criado em 1895, um ano antes da primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, Atenas – 1986, o voleibol, ou popularmente conhecido como vôlei, é sem duvidas um dos mais importantes esportes do programa olímpico. Idealizado por William George Morgan, professor de educação física de Massachusetts, nos Estados Unidos, a ideia inicial era criar um esporte coletivo com pouco ou nenhum contato físico, ao contrário da maioria das outras competições disputadas em equipes.

Da criação do esporte para a fundação do órgão máximo que o rege se passaram cinquenta e dois anos, quando em 1947 a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) foi fundada em Paris por uma união de Federações Nacionais do esporte, dentre elas o Brasil.

O primeiro campeonato mundial masculino aconteceu pouco depois, em 1949, na extinta Checoslováquia, com vitória da poderosa União Soviética (URSS), que enquanto existiu conquistou seis títulos mundiais no torneio masculino e cinco no torneio feminino, este que foi disputado pela primeira vez em 1952 com as soviéticas vencendo em casa. Foi em Tóquio, no ano de 1964, que o vôlei entrou no programa olímpico para não sair mais.

A primeira edição olímpica do vôlei contou com seis equipes femininas e dez equipes masculinas. A equipe feminina do Japão, donas da casa, foram as primeiras campeãs olímpicas entre as mulheres, sem ter dificuldade algum no torneio. Vice na chave feminina, a URSS manteve a hegemonia na modalidade e conquistou o primeiro ouro olímpico do torneio masculino, que teve o Brasil como sétimo colocado. União Soviética – posteriormente a Rússia,Brasil, Estados Unidos, Cuba, Itália e a antiga Iugoslávia são alguns dos países que dominaram ao longo dos anos o esporte que foi se adaptando, criando novas regras, mas sem mudar sua essência.

Nas regras atuais, cada equipe possui doze jogadores, sendo seis titulares, um deles o líbero, e seis reservas. Divididos por uma rede em uma quadra de 18 x 9 metros, o objetivo principal e claro é colocar a bola no chão do lado adversário. Se no primeiro torneio olímpico ganharia a partida a equipe que vencesse uma melhor de três sets de até 15 pontos, atualmente a regra exige que para vencer um set é necessário atingir no mínimo 25 pontos. Depois de já ter premiado vinte e um países com medalhas na história olímpica, o vôlei chega em Tóquio 2020 para sua décima-quarta edição olímpica como uma das modalidades mais populares do mundo, principalmente no Japão, país sede. Brasil, Rússia, Estados Unidos em ambos os gêneros, China e Sérvia no feminino e Argentina e França no masculino são alguns dos principais candidatos a glória olímpica atualmente.