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Tóquio 2020

Citando o Brasil, membro do COI diz que Jogos estão ameaçados

John Coates, ex-vice presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional) cita Brasil e vê “ameaça real” da pandemia, com ou sem vacina, sobre realização de Tóquio 2020

Jogos de Tóquio COI Plano B Coronavírus - John Coates
John Coates - Chefe de inspeção do COI (COI/Divulgação)

John Coates, ex-vice presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional) e Chefe da Comissão de Coordenação de Tóquio 2020, soltou o verbo e garantiu que a próxima edição dos Jogos Olímpicos está ameaçada por causa da pandemia. E citou o Brasil para argumentar.

“Nós temos sérios problemas porque receberemos atletas vindo de 206 nações diferentes”, disse Coates em uma coletiva organizada pela News Corp e realizada na Austrália. “Ontem, por exemplo, o Brasil anunciou mais de 10 mil novos casos do novo coronavírus. E poucos países estão avançados no combate à epidemia como a Austrália.”

Coates ainda afirmou que outubro será um mês crítico para entender se Tóquio poderá receber o evento no ano que vem, citando prováveis quarentenas e restrições para o público.

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“Teremos mais de 11 mil atletas nos Jogos, cinco mil árbitros e técnicos, 20 mil profissionais das mais variadas mídias, quatro mil trabalhadores do Comitê Organizador e mais de 60 mil voluntários. É muita gente”, disse John Coates. “Tóquio 2020 só pode ser realizada em 2021. Não podemos adiar novamente. E temos que ter a consciência de que com vacina ou não, ela não será suficiente para o dividir com o mundo todo.”

A fala dura e realista de John Coates vem um dia depois de Thomas Bach, presidente do COI, sugerir que não há plano B para Tóquio 2020: ou os Jogos serão realizado em 2021 ou não serão. E mais do que isso, Bach garantiu que Shinzo Abe, primeiro ministro japonês, teria dito que 2021 “é a última opção”.

Repercussão no país-sede

Segundo o jornal japonês Asahí, as recentes declarações vindas de Bach caíram como uma bomba no Comitê Organizador de Tóquio 2020. Um alto oficial do comitê informou ao jornal que “foi pego de surpresa pelas declarações”.

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O primeiro-ministro japonês. Shinzo Abe, e o presidente do COI, Thomas Bach, se encontram no encerramento da Olimpíada Rio-2016 (IOC/Ian Jones)

Já Toshiro Muto, Secretário Geral do Comitê Organizador de Tóquio 2020, disse que esteve presente na videoconferência entre Bach e o primeiro ministro japonês e que “não se lembra de nada relacionado à citação ‘última opção’ durante a reunião.”

Contudo, o próprio presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, já afirmou, ainda em abril, que “nesse caso (de não ser realizada em 2021), a Olimpíada será descartada.”

Muto foi questionado sobre a semelhança entre a fala de Bach e a fala de Mori. “Não creio que Bach e Mori tenham o mesmo pensamento sobre o assunto.”

Fato é que desde o adiamento por causa da pandemia, a novela sobre a realização ou não da Olimpíada de Tóquio 2020 tem mais capítulos negativos do que animadores.

O logo da discórdia

Nem um problema tão real assim, mas muito emblemático, o logo de Tóquio 2020 foi alterado e causou uma grande controvérsia no Japão.

Publicado pela FFCJ (Foreign Correspondents’ Club of Japan), o logo original da Olimpíada foi transformado em uma representação do novo coronavírus. O britânico Andrew Pothecary foi o responsável pela criação.

Logo de Tóquio 2020 e o logo da discórdia na pandemia
Logo de Tóquio 2020 e o logo da discórdia (Montagem/OTD)

Imediatamente, o Comitê Organizador se pronunciou sobre o assunto, declarando que “claramente o logo original foi usado e isso representa uma quebra de direitos autorais. Além de ser ofensivo para muitas pessoas que sofrem com a doença em meio à pandemia.”

A FFCJ pediu desculpas pelo logo modificado e removeu a publicação.

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