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Tóquio 2020

David Moura quer surpreender o mundo e bater Teddy Riner

Em live com o OTD, David Moura disse que tem estudado Teddy Riner para vencê-lo na busca pelo sonhado ouro olímpico

David Moura quer vencer Teddy Riner em Tóquio (Roberto Castro/ rededoesporte.gov.br)

“Pretendo surpreender o mundo”. É com essa frase que David Moura demonstrou a confiança de que pode bater o multicampeão Teddy Riner e conquistar o ouro na categoria acima de 100 kg no judô dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O brasileiro participou de uma live no Instagram do Olimpíada Todo Dia nesta quarta-feira (20) e lembrou de uma derrota emblemática para o francês.

David Moura e Teddy Riner fizeram a final do Mundial de 2017, em Budapest, na Hungria. Na ocasião, o francês sofreu, mas venceu o brasileiro e conquistou o oitavo título mundial consecutivo na categoria acima de 100 kg. Desde então, David tem estudado formas de vencer o rival.

“Na final do Mundial, depois de dois minutos do Golden Score, ele me jogou com uma certa facilidade, talvez por um erro meu. Eu enxergo isso no outro atleta. Depois de cinco minutos de luta e mais dois de Golden Score, ele ter uma potência para fazer um golpe daqueles é porque estava muito bem preparado. Mas ele não invencível”, disse.

“É um ser humano, apesar de ser um cara que quase não erra. Não é um sonho impossível imaginar eu fazendo mais uma final com ele e ganhando. Tenho criado formas e estratégias para que isso aconteça. E pretendo surpreender o mundo fazendo isso”, acrescentou.

Teddy Riner não é mesmo invencível

David Moura, do judô, tem estudado para bater o multicampeão Teddy Riner na busca pelo ouro na categoria acima de 100 kg dos Jogos Olímpicos de Tóquio
Teddy Riner bateu David Moura na final do Grand Slam de Brasília da categoria acima de 100 kg, de 2019 (Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

De fato, Teddy Riner pode ser batido. Em fevereiro deste ano, no Grand Slam justamente de Paris, o francês perdeu uma invencibilidade de uma década ou 154 lutas ao ser superado pelo japonês Kokoro Kageura, de apenas 24 anos. David Moura disse que era um dia atípico de Riner.

“Quando o japonês ganhou dele, pensei: ‘Ele realmente não é invencível’. Mas naquele dia vi que ele não estava bem. Achei que ele fosse abandonar a competição. Sem tirar o mérito do japonês, mas ele tinha feito um Golden Score com um húngaro que naquele momento nem sabia quem era. E depois fez uma segunda luta bem difícil”, disse.

+ David Moura fala em angústia com eventos cancelados no judô

Após ver uma das maiores invencibilidades do esporte cair diante de si, David Moura acredita que Teddy Riner irá aos Jogos Olímpicos de Tóquio ainda mais preparado para levar o tricampeonato.

“Dava para ver que ele estava bem cansado, pesado. Se tinha algum dia para ganhar dele, o dia era aquele. A gente enxerga quando o cara não está bem. Mas a derrota para ele foi maravilhosa pensando em Olimpíada. Ele deu uma acordada. Vai ir bem treinando na competição”, afirmou.

Adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio

https://www.instagram.com/p/CAbe9kgHC3x/

Mesmo sem a vaga garantida, David Moura apostou e decidiu comprar passagem para toda a família ir a Tóquio. O judoca, nono do ranking da categoria acima de 100 kg, briga pela vaga com Rafael Silva, o Baby, que está em sexto. Quem ficar na frente vai representar o Brasil. As competições, entretanto, estão suspensas por conta do Coronavírus e devem demorar para voltar.  

“Pelo que eu tenho ouvido falar, competição de judô só no ano que vem. Isso é uma dificuldade. Precisamos pensar e repensar o que passa a ser importante nesse momento. Eu falei com um amigo da federação e ele disse: ‘No momento que a gente souber quando vai ter competição, a FIJ (Federação Internacional de Judô) quer dar pelo menos dois meses para os atletas se prepararem’. Já faz a gente acreditar que no mínimo no que vem”, analisou.

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Ainda assim, David Moura está aproveitando o momento para curtir a família e se curar totalmente das lesões. O judoca está treinando em Cuiabá, onde mora e coordena duas unidades do Instituto Reação.

“Dentro do cenário estou muito bem. Estou conseguindo treinar judô três vezes por semanas. A preparação física está normal. É um momento bom para a gente fazer coisas que normalmente deixamos de lado. Quando temos muitas competições, por exemplo, não temos tempo nem de tratar as lesões. Estou me sentindo, talvez por estar treinando há um tempo, muito saudável como não me sentia há muito tempo. Estou zerando as lesões. Enfim, temos que olhar as coisas pelo lado positivo”, finalizou.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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