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Tênis de Mesa

Com mais experiência, Seleção feminina disputa o Mundial

Bruna Takahashi avança às oitavas de final do Mundial Júnior

Mais experiente após as últimas Olimpíadas, Seleção Brasileira Feminina disputa o Campeonato Mundial de Tênis de Mesa por equipes

Hugo Hoyama capitaneará, mais uma vez, a Seleção Brasileira feminina em um Campeonato Mundial, que começa no próximo domingo (29/4), na Suécia. Dois anos depois da edição de Kuala Lumpur, o técnico e a Seleção são praticamente os mesmos. Bem, são as mesmas jogadoras, mas em um estágio mais avançado, técnica e emocionalmente.

A confiança nessa maturidade maior da equipe é um dos pilares na crença de que o Brasil fará uma boa campanha em Halmstad.

“A grande diferença é a experiência adquirida por cada uma. Houve a Olimpíada, vários outros torneios internacionais e algumas conquistas importantes, como, po exemplo, vencer os EUA em nível Pan-Americano. Hoje, elas se sentem mais confiantes. A gente está indo lá (na Suécia) para disputar com as melhores do mundo, ponto a ponto, mas sem a pressão de vencer. Ficar entre 12º e 14º já seria um grande resultado”, destacou.

A expectativa de que o Brasil possa ser zebra positiva no Mundial passa por um fator imprescindível à beira da mesa: tranquilidade.

“Para surpreender, é preciso entrar com a cabeça tranquila, confiante, solta, aplicando suas principais jogadas. Já vi elas ganhando de jogadoras de um ranking e nível maior. Depende do dia e principalmente da cabeça, que é o mais importante”, destacou antes de enaltecer a boa vivência e o intercâmbio das meninas da Seleção em outras praças.

“Lin Gui e Bruna na Europa, disputando os Abertos da Eslovênia e da Croácia para pegar ritmo, especialmente a Bruna, embora tenham treinado na Ásia e Europa. Lin joga na Liga da Polônia e a Jéssica na da França, com bons resultados. Carol tem treinado aqui, mas tem muita qualidade para ajudar o Brasil”.

No jogo de forças do grupo brasileiro, o D, há forças reconhecidas. Isso não impede, porém, o Brasil de buscar um resultado histórico.

“O grupo é difícil, mas tempos oportunidade de fazer bons jogos com todos. Claro que com Hong Kong e Coreia do Sul é um pouco mais difícil, mas com Alemanha (que normalmente tem muitas chinesas, mas não podem jogar o Mundial), Luxemburgo e Tailândia, a nossa briga será para ficar em terceiro ou quarto do grupo. Todos os jogos serão puxados”.

Apesar de uma carreira gloriosa como atleta, Hugo não deixa de curtir cada momento com a Seleção Brasileira.

“Para mim, vai ser muito especial estar de novo na Primeira Divisão com elas. Espero que a gente possa aproveitar a chance para garantir a vaga para o próximo Mundial. Ficar entre 12º e 14º já seria um grande resultado. É legal entrar no clima de jogar a Primeira Divisão, você tem privilégios que não existem na Segunda e na Terceira Divisões, como mesas exclusivas para os treinamentos, por exemplo. Vamos pra cima de todas elas!”, decretou.

A equipe feminina 

Bruna Takahashi

Os melhores mesa-tenistas do mundo têm data e lugar marcados para um encontro especial: a partir do próximo domingo (29/4), em Halmstad, na Suécia, para a disputa do Campeonato Mundial de Tênis de Mesa por Equipes. Adrenalina, rivalidade, técnica e talento estarão em jogo. E, dentre todas essas feras da modalidade, vai estar Bruna Takahashi, 17 anos, 89ª colocada no ranking da ITTF, em seu segundo Mundial. Mas ela garante que o tal frio na barriga dá lugar a outros sentimentos:

“Me sinto bem preparada e focada para o campeonato. Com confiança e motivação”, comenta, lembrando que as outras companheiras de equipe (Lin Gui, Caroline Kumahara e Jéssica Yamada), também estão bem no aspecto da preparação.

“Acho que todas nós melhoramos em alguns aspectos (individuais) em relação ao último Mundial, em 2016. Tivemos mais torneios e oportunidades. Então, creio que estamos mais preparadas”, ressalta.

Sobre o período que antecedeu o Mundial, ela cita seu rendimento nas duas competições anteriores (Abertos da Eslováquia e Croácia) como bem satisfatórios. Quanto aos adversários da primeira fase (o Brasil integra o Grupo D, ao lado de Hong Kong, Coreia do Sul, Alemanha, Tailândia e Luxemburgo), Bruna sabe que a equipe não terá facilidade:

“É difícil ganhar em qualquer grupo que a gente esteja. Mas temos chances se todas trabalharmos juntas”, comenta, citando novamente o espírito do grupo.

Bruna tem seus planos e metas para um futuro bem próximo. Melhorar ainda mais sua posição no ranking está entre as prioridades. Mas não é a única. E ela não esquece de quem a ajuda diariamente nessa perspectiva:

“Minha meta não é apenas subir no ranking. Quero evoluir e ganhar de jogadoras tops. Tenho meus planos e meus técnicos me ajudam a montar e conseguir os objetivos”, finaliza, confiante.

Caroline Kumahara

Caroline Kumahara é um dos expoentes da jovem e talentosa geração que está levando o tênis de mesa brasileiro a um novo estágio. Ela é um dos destaques da Seleção Brasileira feminina que disputará o Mundial por Equipes, a partir do próximo dia 29, em Halmstad, na Suécia.

Quando Carol começou a dar as suas primeiras raquetadas, o Brasil sequer tinha disputado um Campeonato Mundial de Equipes na divisão principal. Agora, porém, o quadro é outro. É a segunda vez que a Seleção está entre as melhores do planeta e a atleta novamente integra o escrete nacional.

Participar dessa mudança de patamar é, além de motivo de orgulho, a realização de uma meta pessoal.

“Para mim significa muito, muito mesmo, ter participado de feitos históricos para o tênis de mesa feminino, tanto em equipes como individualmente. E o motivo principal desse significado ser tão grande é porque desde que eu comecei, um dos objetivos era diminuir/acabar com a desigualdade de gênero no esporte”, explicou, destacando o desejo de transformação em seu meio de convívio.

Da primeira participação em Mundiais (Kuala Lumpur, na Malásia, em 2016) para a que se aproxima, dois anos se passaram. A serenidade parece ter sido o maior ganho para a jogadora.

“Muita coisa aconteceu na minha vida principalmente no último ano. Acho que vejo uma Carol menos “esquentada” agora em 2018 e isso pode ajudar na mesa (risos)”.

No Grupo D, o do Brasil, as adversárias serão Alemanha, Hong Kong, Luxemburgo, Tailândia e Coreia do Sul, num desafio reconhecidamente árduo. Caroline enfatiza que o respeito pelas rivais existe, mas não deve ser um combustível para as outras equipes.

“Acho que temos que entrar de cabeça erguida em todos os jogos e mostrar que estamos lá para bater de frente com qualquer uma. Se você entra na mesa respeitando demais, já começa com um ponto negativo. Temos que acreditar. Talvez podemos deixar o favoritismo para elas no sentido de jogarmos soltas, mas nunca no sentido de achá-las superiores”.

O ranking, que é quase uma obsessão de alguns atletas, não é uma preocupação da brasileira no momento, mesmo com a chance de somar pontos importantes na Suécia.

“Sinceramente, por enquanto não tenho meta em relação à ranking. Em primeiro lugar, porque estou jogando poucos torneios e com a regra do novo ranking eu preciso jogar mais torneios para pensar em subir. Morando longe dos pólos – Europa e Ásia – dificulta bastante”, acrescentou.

Lin Gui 

Não é a emoção de uma novata, não lhe tira o sono. É com uma ansiedade boa que Lin Gui vai para mais uma batalha. Desta vez, pelo Campeonato Mundial de Tênis de Mesa por Equipes, a partir de domingo (29/4), em Halmstad, na Suécia.

E toda essa adrenalina, a mesa-tenista conhece bem. Já tem na bagagem esportiva Olimpíada, Mundial e Pan-Americano. Ela confessa essa emoção em cada disputa e tira proveito disso:

“Claro que sinto frio na barriga quando represento o Brasil nos torneios mais importantes. É como eu digo: é sempre uma honra quando estou em ação. Sempre farei o melhor, lutarei sempre”, comenta.

Além de toda essa confiança e emoção, Lin Gui tem a experiência e a rodagem dos três anos morando e atuando na Europa. Lá, ela disputa as ligas locais, aumentando seu leque de conhecimentos:

“Agora estou mais acostumada com a vida daqui. Estou com mais experiência de jogo e espero levar isso tudo para o Mundial”, destaca.

A atleta reconhece que o Brasil caiu num grupo difícil na primeira fase da competição: o grupo D, formado por Hong Kong, Coreia do Sul, Alemanha, Tailândia e Luxemburgo. Mas Lin acredita em bons resultados:

“Sim, é um grupo difícil. Todas nós acreditamos muito. A nossa obrigação é ter o melhor desempenho. Resultado é consequência”, comenta, sendo mais uma brasileira a sonhar com o Top-100 mundial. Atualmente, é a 102ª do ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF). E, com toda essa confiança, não é um sonho distante. Mas requer bastante concentração e empenho.

“É mais um objetivo e motivação para o resto do ano”, complementa.

Jessica Yamada 

uando bons resultados começam a acontecer, não é obra do acaso. Muito trabalho, rotina de treinos, jogos e viagens fazem parte da vida de Jéssica Yamada, mais uma integrante da Seleção Brasileira que vai estar no Campeonato Mundial de Tênis de Mesa por Equipes, em Halmstad, na Suécia, a partir do próximo domingo (29/4).

Aos 28 anos, Jéssica tem uma forte rotina na França há três anos. Lá, disputa a Liga (Pro A) e se adaptou totalmente ao dia a dia, que não é fácil. Mas tem sua recompensa:

“Estou me sentindo muito bem. Tenho tido um bom desempenho na Liga Francesa, o que me dá muita confiança para a disputa do Mundial”, enumera, e não para por aí. A atleta comenta sobre sua rotina de treinos e a razão do sucesso no último Campeonato Latino-Americano:

“Minha rotina é a mesma sempre. Treino dois períodos, quatro vezes por semana e, um período nos outros dois dias da semana. Sempre visando às vitórias contra minhas adversárias”, comenta.

O time brasileiro feminino tem uma vivência especial, mesmo com idades distintas das quatro mesa-tenistas. Com essa reunião de tantos talentos, Jéssica comemora:

“Fico muito feliz em ver o Brasil disputando os principais torneios entre os melhores do mundo. Isso prova que estamos evoluindo o nosso nível e ganhando nosso espaço no cenário mundial”.

Ela ainda acredita que a disputa do Mundial será muito parelha. Não vê nenhum adversário absurdamente melhor. Crê no equilíbrio:

“Qualquer equipe da Primeira Divisão é forte. Não existe uma única tática para vencer os demais times. O importante é o jogo a jogo. Precisamos estar preparadas para fazer o nosso melhor, não importando o que venha pela frente. O que posso garantir é que lutaremos muito para representar o Brasil da melhor maneira possível”, complementa.

Esta é a primeira vez que as seleções masculina e feminina do Brasil estarão juntas na divisão principal do Mundial por Equipes de Tênis de Mesa. A Seleção feminina tem a Alemanha pela frente na estreia, dia 29, às 5h (de Brasília).

A Seleção masculina estreia neste domingo, às 8h, contra a República Tcheca. A equipe feminina joga sua primeira partida pouco antes, às 5h, contra a Alemanha. Confira a tabela completa do Brasil na primeira fase (com horários de Brasília):

 

FEMININO
29/4 – 5h – Brasil x Alemanha
29/4 – 15h – Brasil x Hong Kong
30/4 – 11h – Brasil x Luxemburgo
1º/5 – 5h – Brasil x Tailândia
1º/5 – 14h – Brasil x Coreia do Sul

MASCULINO
29/4 – 8h – Brasil x República Tcheca
30/4 – 5h – Brasil x Portugal
30/4 – 14h – Brasil x China
1º/5 – 8h – Brasil x Coreia do Norte
2/5 – 5h – Brasil x Rússia

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