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Tênis de Mesa

Depois de renascer, Kumahara segue lutando por seus ideais

Depois de buscar ajuda, mesatenista brasileira renasceu em 2019 e segue lutando pelo que pensa ser o certo

Caroline Kumahara 11 mesa-tenistas disputam Aberto do Paraguai, etapa do Circuito Mundial
Brasileira renasceu em 2019 e busca a terceira Olimpíada da carreira (Crédito: ITTF)

Segundo a mitologia grega, a fênix é a ave que renasce de suas cinzas após uma combustão, pronta para recomeçar. Ao ver a carreira de Caroline Kumahara é possível fazer a analogia com o mito da Grécia antiga. Precoce no esporte, a mesatenista teve um período de baixa se reapareceu em 2019. “O mais importante foi que eu me reencontrei”.

Caroline Kumahara é dos “pontos fora da curva” no esporte. Filha mais nova da família, a atleta esteve cercada de esportistas durante toda a vida e também seguiu pelo caminho. Praticando esportes desde muito nova, Carol seguiu por um período se desdobrando entre o futsal e o tênis de mesa.

A vida dupla seguiu por mais ou menos dois anos, até que o convite para jogar por Santo André, cidade do ABC paulista, foi aceito. Com isso, os dias de pivô no time de futsal acabaram e a vida passou a ser o tênis de mesa. Kuhamara não esconde que o pai sempre teve uma cobrança muito forte com ela, o que a ajudou a chegar aonde chegou. Contudo, para a mesatenista, teve um momento em que passou do limite.

Caroline Kumahara - Aberto de Portugal
Caroline Kumahara defende o Brasil nas competições pelo mundo (Foto: ITTF)

“Aconteceram alguns problemas pessoais e em 2017 foi quando estourou tudo, juntou tudo. Tive alguns problemas com crise de ansiedade, por conta de algumas cobranças em excesso que existia e também questões de politicagem que eu não aguentava mais. Mas consegui identificar isso ainda no começo e procurei ajuda, orientação e controlei”.

2019: o ano de mudanças e renascimento

Após a identificação do que estava acontecendo consigo mesma e a busca por ajuda, Caroline Kumahara passou por um longo processo de recuperação. Apesar de ter tomado uma atitude rápida para a resolução do que estava atrapalhando seu dia a dia, o período foi de altos e baixos.

“Acho que foi um processo longo, de dias bons e ruins. Ao mesmo tempo que eu sabia que estava sendo ruim para o meu tênis de mesa e carreira, eu entendia que estava sendo bom para mim como pessoa. Eu sempre fui muito máquina, muito treino. Mudei um pouco o treino e melhorei meu jogo”.

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2019 foi repleto de mudanças na vida de Caroline Kumahara. No aspecto profissional, além da medalha de prata nos jogos Pan-Americanos, a mesatenista deixou de treinar e representar a cidade de São Caetano. Decidiu treinar no clube Itaim Keiko junto com Eric Mancini e defendeu São José dos Campos no torneios. No ponto de vista pessoal, Carol foi morar junto com a namorada, saindo da casa dos pais e tendo um pouco mais de liberdade.

Equipe feminina de tênis de mesa do Brasil com a medalha de prata em Lima
(Washington Alves/COB)

“Eu me reencontrei em 2019. Tive algumas mudanças, treinei com o Eric Mancini que me deu uma nova visão do meu jogo e me fez ver que eu estava melhorando novamente. Consegui mais liberdade ao ir morar com a minha namorada e me conheci ainda mais”.

Pensando em seus ideais

No esporte desde de cedo, Caroline Kumahara sempre foi precoce. Apesar de ter apenas 24 anos, a mesatenista busca em Tóquio sua terceira participação olímpica. A estreia em Olimpíada aconteceu em Londres 2012, quando tinha 16 anos de idade.

Nos últimos anos, mesatenistas estão partindo para a Europa para competir. É o caso de Hugo Calderano, Bruna Takahashi e Vitor Ishiy. Apesar de ter começado cedo a competir no adulto, Carol Kumahara não jogou ainda no velho continente.

“Profissionalmente sim, mas pessoalmente não. Não vou sentir um prazer em fazer isso, nunca gostei de viajar e ficar muito tempo fora. Mas é algo necessário para a minha profissão. Nem que seja uma temporada, mas penso em fazer isso. Mas na Europa o valor pago para as mulheres é muito menor do que para os homens e o custo de vida é o mesmo. Entra em uma questão que se fala muito que é a representatividade. Ainda é preciso melhorar muito, mas está sendo falado e isso já é algo”, finalizou Kumahara.

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