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Tênis de Mesa

Pan e vaga em Tóquio: o ano de Hugo Hoyama na seleção feminina

Hugo Hoyoma com meninas da seleção - Foto: Reprodução/ Instagram
Foto: Reprodução/ Instagram

Hugo Hoyama completa mais um ano sendo importante para o tênis de mesa brasileiro. Aos 50 anos, ele tem um currículo de dar inveja. Como jogador, esteve presente em seis Olimpíadas e conquistou 10 medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos. Depois de mais de 20 anos atuando na seleção brasileira, ele se tornou treinador da seleção feminina em 2013. Em seu primeiro Pan-Americano, em Toronto, em 2015, ajudou na conquista da medalha de prata.

Neste ano, mais conquistas. Nos Jogos Pan-Americanos, disputados em Lima, Hugo Hoyama ajudou a seleção feminina nas conquistas das medalhas de prata por equipes, bronze pelas duplas femininas (Bruna Takahashi e Jessica Yamada) e bronze com Bruna Takahashi na disputa individual.

Em outubro, a mesma equipe conquistou o ouro no Pré-Olímpico, disputado também em Lima, no Peru, e se garantiu nos Jogos de Tóquio do ano que vem.

“Foi um ano bom, acho que no Pan-Americano, em Lima, os resultados foram bons. Lógico que ficou aquela dorzinha por não termos conquistado o ouro, mas mostramos que estamos batalhando para isso. Depois as meninas se classificaram para Tóquio, vencendo Porto Rico na final. E agora no finalzinho teve a Bruna (Takahashi) entrando entre as 50 melhores do mundo. Então creio que foi um ano bem positivo e faz com que eu, junto com as meninas, possamos fazer um trabalho melhor e conseguirmos bons resultados no ano que vem em todas as competições, inclusive na Olimpíada. Sabemos que lutar por medalhas é muito difícil, mas vamos batalhar para trazer um bom resultado.”, projeta o técnico da seleção.

A convocação da seleção feminina para a Olimpíada será igual à escolha masculina: duas vagas vão para as duas melhores brasileiras do ranking mundial e a terceira vaga fica por conta de indicação técnica. Hugo Hoyama, no entanto, não terá tanta dificuldade. Tudo leva a crer que o trio olímpico será o mesmo que disputou os torneios internacionais em 2019: Bruna Takahashi (49ª), Jessica Yamada (148ª) e Caroline Kumahara (155ª).

“Sim, se não acontecer nada, ficará assim. Sem a Gui Lin (que se aposentou aos 26 anos) já ficou mais ou menos definido. Mas todas têm que continuar batalhando. Tem atletas jovens que já querem entrar na seleção, como a Giulia Takahashi, a Laura Watanabe, e isso é bom. Elas têm consciência disso, mas o importante é seguir trabalhando para se manter nesse grupo.”

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Diferentes gerações

Hugo Hoyama começou a jogar tênis de mesa aos 7 anos de idade, numa época em que tudo era diferente. Hoje em dia, especialmente com a ascensão de Hugo Calderano – número 6 do mundo – o esporte se tornou mais popular no Brasil e muitas crianças sonham em se tornar atletas.

“Isso é muito legal. Mostra que o tênis de mesa cresce a cada ano e tem como crescer mais ainda. Hoje, o ídolo é o Hugo Calderano e com ele conseguindo essas vitórias espetaculares sobre os melhores jogadores do mundo, faz com que essa criançada tenha motivação para começar a realmente se dedicar mais.”, opina Hugo Hoyama.

Hugo Hoyama. (Foto: Abelardo Mendes Jr/ Rede do Esporte)

Perguntado sobre o que dizer para quem quer começar no esporte, Hugo Hoyama dá um conselho: “Eu acho muito importante colocar objetivos. Não treinar para ver onde vai chegar, e sim treinar para chegar naquele lugar. Para mim foi assim, desde os meus 10 anos. Eu sabia que queria ser jogador da seleção brasileira, e aí participar das principais competições. Quando eu tinha 10 anos, o tênis de mesa ainda não estava nem em Jogos Panamericanos, nem em Olimpíadas. Quando a modalidade entrou na Olimpíada e no Pan-Americano, meu objetivo aumentou ainda mais, então eu acho que colocar objetivo é muito importante.”, explica.

Hugo Hoyama é treinador há 6 anos, mas está no esporte há 43 anos. “Eu gosto de treinar, principalmente porque eu sei que posso – e estou – ajudando a seleção feminina a conquistar seus resultados. Mas como atleta era mais gostoso, porque ali na mesa é você que está fazendo as coisas. As vezes ali sentado no banco, você quer que a jogadora faça alguma coisa, as vezes ela não consegue, então jogando é muito mais gostoso.”

Mas será que ele sente vontade de levantar, pegar a raquete e resolver as coisas ele mesmo? “Isso não, sabe por que? Porque eu também não treino mais, engordei 10 quilos desde que parei de jogar. Eu sei que se eu entrar na mesa eu vou passar vergonha, então deixa com elas agora.”, brinca.

Melhor ficar do lado de fora mesmo, Hugo Hoyama. Passando instruções e ajudando no crescimento do tênis de mesa, como sempre.

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