Siga o OTD

Surfe

Mineirinho deixa John John Florence para trás e é vice-campeão de QS no Havaí

Adriano de Souza, o Mineirinho, quase festeja sua segunda vitória no templo sagrado do esporte no Havaí. Ele fez os recordes do último dia na etapa mais importante do WSL Qualifying Series até agora, mas terminou como vice-campeão numa bateria fraca de ondas que decidiu o título do QS 3000 Volcom Pipe Pro, vencido pelo jovem australiano Soli Bailey, 21 anos. O norte-americano Griffin Colapinto ficou em terceiro lugar e o havaiano Bruce Irons em quarto. Atual campeão do mundo, John John Florence parou nas quartas-de-final.

O campeonato ficou vários dias parado esperando pelas ondas, que só reapareceram na quinta-feira. O último dia até começou com boas condições, com séries de 6-8 pés abrindo canudos adrenalizantes principalmente nas direitas do Backdoor. Foi lá que Adriano de Souza fez os recordes da quinta-feira no segundo confronto do dia. Ele só estreou no QS 3000 Volcom Pipe Pro no último dia e sua primeira onda foi sensacional, um tubaço que arrancou nota 9,5 dos juízes. Ele ainda pegou outro que valeu 7,0 para totalizar imbatíveis 16,50 pontos.

“Foi praticamente a melhor onda do meu inverno aqui no Havaí”, disse Adriano de Souza, que ficou treinando na ilha de Oahu desde a Tríplice Coroa Havaiana em dezembro. “Me senti abençoado, como se tivesse ganho algo realmente especial. Me senti como se tivesse vencido o melhor campeonato da vida com aquele tubo. Essa onda é tão desafiadora, é tão difícil conseguir uma boa assim lá fora e já estou aqui há 3 meses, então você pode imaginar como me senti. Eu fiquei três meses esperando para surfar um tubo assim”.

Mineirinho ainda disputou mais quatro baterias só no último dia e foi derrubando os adversários que enfrentou nas oitavas de final, nas quartas de final e nas semifinais, quando barrou outro brasileiro, o paulista David do Carmo, para chegar em sua terceira final em Banzai Pipeline. A última tinha sido na inesquecível decisão verde-amarela dos dois campeões mundiais do Brasil no Billabong Pipe Masters de 2015, quando ele derrotou Gabriel Medina depois de festejar a conquista do título da temporada no maior palco do esporte.

A outra final de Adriano de Souza em Pipeline foi no mesmo Volcom Pipe Pro de 2014, mas nessa ele ficou em último na bateria e o vice-campeão foi o também paulista da elite mundial, Wiggolly Dantas, com ambos sendo derrotados por Kelly Slater. Os dois brasileiros voltaram a se encontrar esse ano no confronto que fechou as oitavas de final. Só que dessa vez Mineirinho venceu e Wiggolly ficou em último, terminando em 25.o lugar no campeonato. Nas duas baterias seguintes, ele também competiu com um brasileiro que acabou eliminado.

Nas quartas de final, Adriano teve que brigar pela segunda vaga na disputa vencida pelo espanhol Aritz Aranburu e superou o carioca Lucas Silveira, que tinha feito o segundo maior placar do último dia, 15,43 pontos, na fase anterior. E nas semifinais, Mineirinho ganhou a batalha pela última vaga na grande final de David do Carmo, com o veterano havaiano Bruce Irons passando em primeiro lugar. David dividiu o quinto lugar com o argentino Leandro Usuna, que fez grandes apresentações também nos tubos de Pipeline e Backdoor, sendo barrado junto com o atual campeão mundial John John Florence, pelo campeão Soli Bailey e o também jovem americano Griffin Colapinto.

DECISÃO DO TÍTULO – A decisão do título aconteceu quando as condições do mar já estavam bastante deterioradas, com poucas ondas boas entrando na última bateria do QS 3000 Volcom Pipe Pro. O australiano Soli Bailey teve mais sorte de achar o melhor tubo, que valeu nota 7,33 para garantir a vitória mais importante da sua carreira por 13,26 pontos. Adriano de Souza só conseguiu nota 4,5 na sua melhor onda e foi suficiente para confirmar o vice-campeonato com 8,43 pontos, contra apenas 3,90 das duas notas de Griffin Colapinto e 3,66 de Bruce Irons.

“Esta é definitivamente a maior vitória da minha carreira”, disse Soli Bailey. “Eu tive algumas derrotas difíceis no ano passado e tive que aprender com elas para chegar aqui agora mais confiante para competir. Tentei me manter calmo porque as condições do mar estavam difíceis na final e acabei pegando as duas melhores ondas que entraram na bateria. É um sonho que se tornou realidade e um passo dado para chegar mais perto de onde eu quero estar, que é o CT”.

PERNA AUSTRALIANA – Do outro lado do mundo, no domingo foi encerrada a terceira etapa do QS 1000 da longa “perna australiana” do WSL Qualifying Series. O melhor sul-americano no Telstra Stores Tweed Coast Pro foi o capixaba Rafael Teixeira, que só perdeu para o campeão Ty Watson nas semifinais. Ele terminou empatado em terceiro lugar com o surfista de Guadalupe, Timothee Bisso, barrado na outra bateria pelo vice-campeão Cam Richards, norte-americano que aparece em terceiro lugar no ranking, entre Adriano de Souza e Peterson Crisanto.

O jovem catarinense Mateus Herdy e o paraibano Raphael Seixas também fizeram boas apresentações nas ondas de Cabarita Beach. Mateus parou no vice-campeão Cam Richards na bateria que abriu as quartas de final e ficou em quinto lugar. E Raphael perdeu na rodada anterior, para o australiano Wade Carmichael e o americano Nolan Rapoza, terminando em nono lugar no Telstra Stores Tweed Coast Pro

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

Mais em Surfe