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Tóquio 2020

Ítalo Ferreira diz estar ansioso para disputar a Olimpíada

“Não vejo a hora de estar nessa competição”, diz o atual campeão mundial, que vê Medina como grande rival na briga pelo ouro

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Atual campeão mundial, brasileiro quer conquistar o primeiro ouro da história olímpica da modalidade (ISA/Pablo Jimenez)

Em 2020, o surfe faria sua estreia nos Jogos Olímpicos. Contudo, por conta da pandemia do coronavírus, a Olimpíada foi adiada para 2021 e a estreia da modalidade foi postergada. Campeão mundial em 2019 e classificado para Tóquio, Ítalo Ferreira nunca escondeu a vontade de representar o país no Japão. “Não vejo a hora de estar nessa competição”.

Na última temporada, Ítalo Ferreira fez história. Depois de não conseguir bons resultados nas primeiras etapas do circuito da WSL (World Surf League), o brasileiro emendou uma sequência nas etapas finais e foi campeão ao conquistar o título de Pipeline.

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio, o surfe disponibiliza 20 vagas de cada gênero, com limite de dois atletas por país. De acordo com as regras de classificação, os 10 primeiros colocados no ranking mundial de 2019 se garantiriam na Olimpíada. No caso do Brasil, Ítalo Ferreira e Gabriel Medina estavam no top 10 do mundo e garantiram presença no Japão.

Como a edição olímpica marca a estreia da modalidade no programa de esportes dos Jogos Olímpicos, Ítalo não esconde que existia uma ansiedade para cair na água do Japão neste ano.

Ítalo Ferreira surfe
Ítalo Ferreira em ação na etapa do circuito mundial
(Kelly Cestari/WSL)

“Eu estava muito ansioso. Infelizmente mudou tudo, mas não vejo a hora de estar nessa competição que tem uma visibilidade gigantesca. Espero que realmente seja possível acontecer os Jogos Olímpicos em 2021 e conseguir alcançar meus objetivos no Japão e fazer história”, comentou o surfista em coletiva de anúncio do programa “Parque do Ítalo”, que será transmitido no canal por assinatura “Off”, nesta quarta-feira (17), às 21h30.

O objetivo de Ítalo Ferreira em Tóquio é o ouro. Apesar de não esconder que pensa grande, o surfista sabe que terá adversários de nome na Olimpíada, mas reconhece qual será o maior deles.

“O Gabriel Medina, sem dúvida ele é o meu maior adversário. Acho que temos grandes chances de alcançar o lugar mais alto do pódio e colocar a modalidade em outro patamar”.

Representação brasileira

Quem parasse para olhar a classificação da WSL um pouco depois da metade da temporada de 2019 pode pensar que Ítalo Ferreira fez o impossível acontecer. Foi quase isso mesmo.

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Depois da oitava etapa da temporada, o surfista estava atrás de Gabriel Medina e tinha mais de 10 mil pontos de desvantagem para Felipe Toledo, que liderava o ranking da WSL. Neste cenário era improvável a conquista do título e da vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

Campeão Mundial Ítalo Ferreira ganha documentário especial da WSL Studios
Ítalo Ferreira, campeão da WSL em 2019 (WSL/Cestari SOCIAL)

A disputa pelo título da temporada e pelas vagas do Brasil na Olimpíada se mantiveram até o fim da etapa de Pipeline, que fecha o ano da WSL. Apesar de se esperar uma concorrência grande entre os brasileiros pelas vagas em Tóquio, por conta dos resultados dos surfistas do país no circuito mundial nos últimos anos, o que se viu entre Ítalo Ferreira, Gabriel Medina e Felipe Toledo foi surpreendente.

Garantido em Tóquio, Ítalo não deixa de valorizar o que o surfe pode fazer na Olimpíada, no masculino e no feminino.”Sem dúvida o Brasil está bem representado. Sempre disse que se o Felipe Toledo estivesse entre os dois (que vão para a Olimpíada) também estaríamos muito bem. Realmente podemos fazer história no surfe, tanto no masculino como no feminino. Eu acho que o surfe só tem a ganhar com a entrada na Olimpíada. As federações podem aproveitar a oportunidade para crescer”.

Não se pode prever o futuro

Em 2020 parte do calendário da WSL foi cancelado por conta do coronavírus. Apesar de alguns lugares do mundo já estarem tendo o retorno de suas atividades esportivas, a entidade que rege a modalidade no mundo ainda não se posicionou sobre a realização ou não da temporada de 2020.

Para Ítalo Ferreira, a decisão sobre a realização da temporada de 2020, em que o brasileiro defenderia o título mundial, tem que levar em consideração alguns fatores e, dependendo do momento, pode ser melhor decidir por não se competir.

“É difícil responder por conta da incerteza que existe da WSL e dos países que fazem parte do circuito. Por conta disso não temos um norte sobre o que pode acontecer. Se seguir desta maneira e chegar mais para o fim do ano não vejo a necessidade de fazer o mundial”, finalizou o surfista.

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