Siga o OTD

Tóquio 2020

‘Fadinha do skate’, Rayssa Leal lamenta adiamento de Tóquio

Com apenas 12 anos, Rayssa Leal ocupa a segunda posição no ranking da World Skate na modalidade street

Rayssa Leal Skate Tóquio Skatista
Rayssa Leal ocupa a segunda posição no ranking da World Skate, colocação que lhe garante vaga para os Jogos de Tóquio (Julio Detefon/CBSK)

Rayssa Leal está apenas na fase de transição de criança para adolescente, mas, mesmo tão nova, com 12 anos, já tem um currículo vitorioso no skate brasileiro e internacional. A skatista ocupa a segunda posição no ranking da World Skate, colocação que lhe garante a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021 por conta da pandemia de coronavírus.   

+ Leticia Gonçalves vê Olimpíada como chance de viver do skate

Em entrevista concedida em uma live no instagram da Confederação Brasileira de Skate (CBSK), a atleta contou que conheceu o skate por intermédio de um amigo e que ele também lhe apresentou outras coisas, como o patins. Rayssa revelou que no começo não gostava de seu apelido e lamentou o adiamento da Olimpíada de Tóquio.

“Sou a fadinha, mas antes não gostava e achava chato todo mundo me chamando assim. Agora não tem problema”, disse, para na sequência comentar sobre o adiamento da Olimpíada.

“Foi um pouco chato ter recebido a notícia [do adiamento], mas já sabíamos que isso aconteceria por causa do coronavírus. Acabei ficando triste por não poder treinar e ter que ficar em casa nesse período. Isso me pegou de surpresa”, completou a skatista, que ainda disputa uma vaga para a Olimpíada de Tóquio.  

Resultados esportivos aliado aos estudos

Rayssa Leal Skatista Tóquio Skate
Nascida no Maranhão, Rayssa Leal revela apoio dos pais (Julio Detefon/CBSK)

Em 2019, Rayssa proporcionou um momento histórico para o skate brasileiro. Na época com 11 anos, a garota nascida no Maranhão ganhou pela primeira vez uma etapa do SLS (Mundial de Skate Street), em Los Angeles, se tornando a atleta mais jovem a conseguir essa façanha. A skatista tem que lidar com a dedicação ao esporte em alto rendimento e, ao mesmo tempo, se empenhar nos estudos.  

+ Aline Pellegrino relembra ouro no Pan de 2007: “Foi único”

“Quero terminar meus estudos, pois considero algo essencial e estou conseguindo conciliar. Meus pais são fundamentais na minha vida e meus heróis. Eles sempre brigaram por mim para que eu pudesse fazer o que gosto. Hoje todo mundo apoia, mas antes tinha gente da família que não gostava”, contou a garota.

A skatista tem preenchido seu tempo na quarentena jogando videogame, em especial, jogos de ação, e tem feito também tarefas da escola. Bastante obstinada, Rayssa deixa uma mensagem para quem deseja andar de skate. “Uma coisa que sempre digo é para que nunca desistam de seus sonhos. Mesmo que ninguém coloque fé que você vá conseguir. Digo que somente se não tentar é que não vai conseguir”, disse.

Horas de treino para aprender novas manobras

Rayssa Leal skatista skate Tóquio
Rayssa Leal (no centro da foto) foi campeã da etapa de Los Angeles da SLS (Julio Detefon/CBSK)

Pequena na altura, gigante na pista

Ainda pequena em idade e altura, Rayssa parece uma gigante na pista com várias manobras de alto grau de dificuldade. E para conseguir colocar em prática alguns movimentos radicais precisou treinar bastante. “Já cheguei a demorar de 6 a 8 horas tentando fazer uma manobra nova. Não conseguia nem pensar em parar. Ficaria triste se não acertasse. Dei meu melhor e continuo para não demorar tanto na próxima vez”, contou a skatista.

+ Drussyla recorda época no vôlei de praia e mudança para quadra

Rayssa está com saudades de competir, no entanto, sabe da importância da quarentena por consequência do coronavírus. “Fiquem em casa. Isso é bastante importante, pois é uma maneira de se prevenir para não pegar o coronavirus. Se ficarmos em casa logo isso tudo vai passar e estaremos andando de skate e se divertindo”, concluiu a atleta.

Depois de um 2019 vitorioso, Rayssa foi indicada ao Laureus em 2020. A skatista da seleção brasileira competiu na categoria Atleta de Ação do Ano, porém, o prêmio ficou com a snowboarder Chloe Kim, atleta dos Estados Unidos, mas a atleta brasileira segue bem posicionada pensando em Tóquio.

+ SIGA O OTD NO FACEBOOKINSTAGRAMTWITTER E YOUTUBE

No ano passado, a competidora subiu ao pódio nas etapas de Londres, Inglaterra, e Los Angeles, Estados Unidos, com as medalhas bronze e ouro, respectivamente. Ela ainda se tornou campeã brasileira ao ganhar duas etapas e ficar com o segundo lugar no terceiro e último evento do circuito nacional de Street.

Mais em Tóquio 2020