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Visando Paralímpiada, Many consegue lugar fixo para treinar

Ymanitu Silva, atual número dez do ranking de tênis em cadeira de rodas, passou a integrar a equipe ADK Tennis, em Santa Catarina

Ymanitu Silva Many nos Jogos Pan-Americanos tênis em cadeira de rodas
Ymanitu Silva é o atual 10º colocado no ranking mundial (Alê Cabral/CPB)

Número 10 do ranking mundial do tênis em cadeira de rodas na categoria Quad, o catarinense Ymanitu Silva, o Many, passou a integrar a equipe ADK Tennis, sediada no Itamirim Clube de Campo, em Itajaí (SC), conseguindo um lugar fixo para os treinamentos.

Jogador número 1 do Brasil na categoria, Many tem mantido uma rotina de treinos, porque o clube permanece aberto mesmo durante a pandemia, porém com restrições e respeitando o isolamento social, desde decreto do Governo de Santa Catarina no final de abril.

O fato de ter, agora, um local fixo de prática foi bastante comemorado pelo atleta, que vem fazendo história na categoria. No ano passado, o tenista se tornou o primeiro brasileiro a disputar a chave de um torneio Grand Slam de tênis em cadeira de rodas ao ser convidado a participar de Roland Garros. Posteriormente o paratleta disputou ainda o US Open.

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Aos 24, Ymanitu Silva sofreu um acidente de carro e ficou tetraplégico. Durante a reabilitação, ainda em um hospital de Brasília, Many conheceu o tênis em cadeira de rodas e nunca mais largou a modalidade.

“Fiquei quatro meses sem mexer mãos e pernas. Depois desse tempo, os movimentos das mãos retornaram, mas com certas limitações, especialmente no tronco. Todo mundo diz que eu fiquei o falso tetraplégico, porque consigo mexer os braços. Perdi força e amplitude de movimento. No hospital conheci o tênis e desde então voltei a praticar e consegui realizar vários sonhos em razão desta deficiência”, declarou Ymanitu Silva.

Paralimpíada

Nesta temporada, Many havia disputado apenas um torneio antes da paralisação pela pandemia do coronavírus. Sua atual posição no ranking entre os dez melhores do mundo o deixa com grandes chances da disputa dos Jogos Paralímpicos em Tóquio, no Japão, em 2021.

 “A minha vinda para a equipe foi para melhorar o meu rendimento e realizar meus dois objetivos: o primeiro, conquistar a vaga para a Paralimpíada. Depois de conquistar essa vaga, lutar para trazer a tão sonhada medalha que o tênis ainda não tem. Sei que é um caminho árduo, muito difícil, mas estou trabalhando duro”, analisou.

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Além de seu período de treinamento no clube, Ymanitu Silva ainda tira tempo para cuidar de sua noiva e seus filhos, do trabalho extra-quadra, de onde tira parte de seu sustento financeiro, além dos estudos da faculdade.

“Desde 2010 sou funcionário de uma empresa de revestimentos cerâmicos e desde o início eles me liberam para os treinamentos e disputar os torneios. Esse apoio é fundamental para que eu possa desempenhar minha carreira de atleta profissional. Conto ainda com o apoio da Confederação Brasileira de Tênis, do Bolsa Atleta e da Caixa Econômica Federal. Além desses, também tem o meu patrocinador. Ter todo esse suporte mostra que estou no caminho certo. Ainda conto como uma bolsa de estudos que me ajuda a cursar minha faculdade. Essa rede é de apoio fundamental”, completou o novo tenista da ADK Tennis, aos 37 anos.

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