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Ferla comenta evolução do parataekwondo e projeta Tóquio

A seleção brasileira de parataekwondo, coordenada por Rodrigo Ferla, vai para os Jogos Paralímpicos de Tóquio com três atletas

Rodrigo Ferla destacou a crescente do parataekwondo e mira resultados expressivos nos Jogos Paralímpicos de Tóquio
Rodrigo Ferla, o último à direita, é o coordenador da seleção brasileira (Divulgação/CBTkd)

No final de 2017, Rodrigo Ferla recebeu a missão de comandar o recém-criado departamento de parataekwondo da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTkd). Apesar do pouco tempo de trabalho, o coordenador técnico da seleção brasileira celebrou a ascensão da modalidade e projetou a participação dos atletas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio durante uma live no Instagram da entidade.

“Quando assumimos o parataekwondo, a gente fez um plano de trabalho e colocamos metas que seriam para um meio-ciclo, para 2020. E só de pensar que vários países estavam na nossa frente, porque começaram em 2015, alguns até em 2009, no primeiro mundial de parataekwondo, colocamos até um objetivo alto, que era conquistar duas vagas para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Nós colocamos um objetivo bem alto já para 2020 para que a gente conseguisse trabalhar com metas”, disse.

Expectativa para Tóquio

As metas, inclusive, não foram só atingidas, mas superadas. O Brasil tem três atletas garantidos no parataekwondo dos Jogos de Tóquio. Em março deste ano, Silvana Fernandes (categoria até 58 kg) e Nathan Torquato (até 61 kg) ganharam a medalha de ouro no Pan-Americano de parataekwondo e, de quebra, asseguraram seus lugares na modalidade.

A dupla se juntou a Débora Menezes (acima de 58kg), já classificada para os Jogos após ficar em segundo lugar no ranking mundial ao término de janeiro, período usado para qualificação direta pelo ranking. Para Rodrigo Ferla, os três brigam para subir ao pódio em Tóquio, que marcará a estreia da modalidade no programa paralímpico.

“Eu falo com convicção que os três têm chances reais de medalha. Não é nenhuma demagogia ou querer levantar bola de alguém, mas realmente vamos aos Jogos Paralímpicos com três chances reais de medalhar. E eu falo isso pelos resultados obtidos e pelo rendimento dos atletas”, disse, explicando a expectativa.

“A Débora, por exemplo, é a atual campeã mundial e número dois do ranking. O Nathan, nos últimos dois anos, só perdeu para dois atletas no mundo, um da Mongólia e outro da Turquia. Então, só esses dois estão dando trabalho. E a Silvana é a mais nova dos três, mas teve uma luta em um Open da Europa, contra uma atleta da Dinamarca, número 1 do ranking mundial da categoria dela, que ela estava ganhando até o terceiro round e só perdeu por falta de experiência”, afirmou.

“Só por isso que passei, considero eles como favoritos à medalha. E como estou direto com eles, também falo isso por conta dos resultados que vêm rendendo nos últimos campeonatos. Isso me dá a garantia que eles vão brigar por medalha em Tóquio”, concluiu.

Fomento do parataekwondo no Brasil

Rodrigo Ferla destacou a crescente do parataekwondo e mira resultados expressivos nos Jogos Paralímpicos de Tóquio
Débora Menezes é a atual campeã mundial na sua categoria (Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB)

Para alcançar resultados importantes no cenário internacional, Rodrigo Ferla comandou um processo para fomentar o parataekwondo no Brasil. O primeiro passo foi criar um curso de classificadores, os responsáveis por alocar o atleta em determinadas classes após uma avaliação. O segundo foi a construção de um calendário.

“Com a criação do curso de classificadores, conseguimos criar um calendário do parataekwondo. Com o calendário, no primeiro ano criamos o Brasileiro e, no segundo, criamos os regionais, que deram resultados, até porque em um deles a Silvana apareceu. Conseguimos levar os eventos para as cinco regiões do país”, disse.

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A crescente do parataekwondo no âmbito nacional ficou visível pela diferença do número de atletas que participaram dos Campeonatos Brasileiros de 2018 e 2019. Em um ano, a competição teve o número de participantes quadruplicado, indo de 24 para 104.

“As medalhas da Débora Menezes e da Cristhiane Neves no Mundial (de 2019) dão uma visibilidade maior para a modalidade, mas os eventos regionais também foram um ponto crucial. A Confederação deu passagem, hospedagem e alimentação a esses atletas para fomentar a modalidade. A gente esperava uns 80 atletas, o que já era alto, mas 104 foi muito acima da nossa expectativa. Recebemos da World Taekwondo a notícia de que até aquele momento o Campeonato Brasileiro de Parataekwondo de 2019 tinha sido o maior evento da modalidade que um país realizou”, finalizou Rodrigo Ferla.

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