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Mulheres ainda são minoria no comando das modalidades

Apesar de algumas pioneiras no mundo esportivo, treinadores são majoritariamente do sexo masculino mesmo em esportes praticados por mulheres

Se a desigualdade de gênero dentro da prática esportiva ainda está em processo de diminuição, imagine no comando técnico das modalidades. As mulheres ainda sofrem com o desafio de conquistar espaço numa função realizada, na maioria das vezes, pelo sexo masculino. Isso acontece, inclusive, nas modalidades exclusivas para mulheres, como o futebol feminino e o vôlei feminino.

Apesar de ainda serem poucas, algumas mulheres conseguiram – e ainda conseguem – ultrapassar a barreira do sexismo e mostrar que elas também são capazes de comandar equipes com garra, disciplina e títulos.

Futebol feminino?

Dentro das quatro linhas, 22 mulheres comandam o esporte. Na área técnica, não é bem assim. No Campeonato Brasileiro 2020, por exemplo, 16 times estão na disputa e apenas dois possuem treinadoras: Patricia Gusmão, de 41 anos, treina o Grêmio, enquanto Tatiele Silveira comanda a Ferroviária.

Tatiele, inclusive, entrou para a história da competição ao se tornar a primeira técnica mulher campeã com o título de 2019 sobre o Corinthians. Desde que o Campeonato Brasileiro mudou de formato, em 2013, apenas homens levaram suas equipes ao título. O mais próximo que uma mulher chegou foi em 2016, quando Emily Lima levou o São José à final, mas não venceu.

Gaúcha de 39 anos, Tatiele dedicou toda a sua vida ao futebol. Começou a carreira como jogadora no Internacional, onde atuou entre 1997 e 2003, e foi no clube que deu os primeiros passos como treinadora. Passou pela base do Inter, Grêmio, e também foi auxiliar-técnica de Luizão na Seleção Brasileira Feminina Sub-17. Em 2017/18, comandou a equipe principal do colorado gaúcho e em 2019 iniciou seu trabalho à frente da Ferroviária. 

Tatiele Silveira comanda a Ferroviária desde 2019 (Foto: Divulgação)

“É maluco você sair do Sul do Brasil, onde o futebol feminino ainda tem muito para evoluir em relação ao estado de São Paulo, comandar um clube como a Ferroviária, que tem uma tradição enorme, e conseguir colocar as minhas ideias em prática”, ressaltou Tatiele depois da conquista de 2019. “Aceitei esse desafio para que eu possa continuar encorajando e inspirando agora outras treinadoras. Outras professoras a buscarem o seu sonho. Gosta de futebol? Entende do jogo? Estuda. Se qualifica e vem para o campo. Um dia a gente perde, no outro a gente perde. No outro a gente ganha.”

Representatividade

Nas seleções a desigualdade de gênero também está presente no comando técnico. Na disputa da Copa do Mundo de futebol feminino da França, em 2019, por exemplo, das 24 seleções que participaram da fase de grupos, nove tinham uma mulher no comando, o que representa apenas 37,5%.

O Brasil também passou por um longo processo no assunto. Depois de 21 anos de comandos masculinos, com sete treinadores diferentes, a seleção contratou uma mulher para o cargo de treinadora. A ex-jogadora Emily Lima chegou em novembro de 2016 para substituir Vadão, que comandava o time principal desde 2014.

 “Muitas mulheres estão em cargos que a sociedade não acreditava que fosse possível. Estamos aí, dando os nossos passinhos, mas são passos firmes e fortes”, disse Emily na chegada à seleção. “Deixo uma mensagem de acreditar sempre. Nós, mulheres, não temos nenhuma diferença de capacidade em relação aos homens. Por conta do preconceito que existe, nossa capacidade acaba tendo que ser até maior. Precisamos acreditar que somos fortes”, ressaltou.

Primeira treinadora da seleção, Emily Lima comandou equipe em 14 jogos (Foto:Lucas Figueiredo/CBF)

Depois de começar a carreira de jogadora no São Paulo em 1997, Emily teve passagens por São Bernardo (SP), Barra de Teresópolis (RJ) e Veranópolis (RS). Em 2003, foi convidada a jogar em clubes da Espanha, onde atuou por cinco anos, até ir para o Napoli, da Itália. Devido a uma série de lesões no joelho, parou de jogar aos 29 anos. Ainda como atleta, Emily fez parte da primeira Seleção Brasileira Sub-17, em 1997. Na categoria principal, entretanto, jogou como volante da seleção portuguesa de 2007 a 2009.

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A primeira experiência fora das quatro linhas foi como supervisora e auxiliar da Portuguesa, em 2010. No ano seguinte, foi convidada pelo Juventus para comandar o time feminino. Em 2012, atuou como treinadora em uma parceria entre o clube e o São Caetano. Estes anos de trabalho a credenciaram a chegar nas categorias de base da Seleção Brasileira.

No início de 2013, Emily Lima foi anunciada como a primeira treinadora de uma equipe nacional, quando comandou a Sub-17. Em 2014, passou a se dedicar, exclusivamente, à equipe de São José dos Campos, tradicional no futebol feminino, onde foi vice-campeã da Copa do Brasil 2016, conquistou os Jogos Abertos e os Regionais de São Paulo de 2015 e 2016, além do Campeonato Paulista de 2015.

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Mas a passagem de Emily pela seleção brasileira não durou muito. Depois de apenas 10 meses de trabalho, a CBF ficou insatisfeita com os resultados da treinadora e, apesar do pedido de atletas para que ela seguisse à frente do time, optou pela saída.  Em 14 jogos na seleção feminina, Emily teve sete vitórias, cinco derrotas e um empate, e não teve chances de disputar um campeonato oficial como treinadora.

Na época, a experiente atacante Cristiane criticou a decisão da entidade em suas redes sociais: “Simplesmente tiraram essa comissão em pouquíssimo tempo, todas as atletas estavam gostando. Sem entender. Todas as outras que passaram tiveram muito tempo de trabalho, um ciclo grande. E essa não teve esse tempo de trabalho. Só porque era mulher?”.

Emily foi para o Santos depois da passagem pela seleção (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/ Santos FC )

Mesmo sem a seleção, Emily não desistiu de ser técnica de futebol. Foi para o Santos, onde ficou de 2018 a 2019, e foi campeã do Campeonato Paulista e vice da Libertadores de 2018. Atualmente, aos 39 anos, Emily comanda a seleção do Equador.

Para seu lugar na seleção, a CBF contratou Vadão mais uma vez. Sua segunda passagem durou 1 ano e 10 meses (2017-2019) e ele foi demitido depois da eliminação do Brasil nas oitavas de final da Copa do Mundo da França. Aí o comando da amarelinha foi para mãos experientes…e femininas.

Experiência sueca

Com currículo vitorioso, a sueca Pia Sundhage chegou pronta para revolucionar o futebol do Brasil. Medalhista de ouro em Pequim-2008 e Londres-2012 e vice-campeã da Copa do Mundo de 2011 comandando a seleção dos Estados Unidos, Pia também treinou a seleção da Suécia de 2012 a 2017 e foi medalha de prata dos Jogos do Rio em 2016.

Atualmente com 60 anos de idade, a sueca começou como treinadora em 2003 após trabalhos como assistente e, além das longas passagens por Estados Unidos e Suécia, comandou diversos clubes e foi auxiliar técnica da seleção da China em 2007.

Como jogadora, começou sua trajetória em 1977 jogando principalmente em clubes suecos. Com a camisa da Suécia, disputou a primeira Copa do Mundo da FIFA, em 1991. Também jogou a Copa de 1995 e as Olimpíadas de Atlanta, em 1996. Foi campeã da primeira edição da Euro Feminina, em 1985, e ficou com o vice dois anos depois.

Pia conquistou dois ouros olímpicos comandando os Estados Unidos (Foto: Marcio Jose Sanchez/Associated Press/Associated Press)

“Adultos e crianças querem jogar futebol. Não importa se é menina ou menino. Você tentará ser muito bom. Só pensa nisso, não importa o gênero. É a mesma coisa como técnica. Para fazer isso, ao olhar a história, você vê que precisa ter vontade, ter paixão e amar o jogo. Às vezes é injusto porque existem alguns obstáculos a mais para as mulheres dentro de um ambiente masculino como o futebol. Mas, se você tem força de vontade e paixão, juntando esses dois elementos, pode fazer a diferença”, afirmou a treinadora em sua apresentação em julho de 2019.

Até hoje, Pia comandou a seleção brasileira em onze partidas. São seis vitórias, quatro empates e uma derrota. A treinadora chegou com um estilo de jogo e treinamentos que agradou as jogadoras.

Pia Sundhage - Seleção
Em 11 jogos, Pia tem apenas uma derrota à frente da seleção brasileira (Foto: Daniela Porcelli/CBF)

“A Pia é fora de série, ela é sensacional, como técnica e como pessoa. Ela tem colocado um trabalho muito bacana, com muita intensidade, com muita responsabilidade, com muita cobrança, mas ao mesmo tempo com muita alegria e simplicidade”, conta Tamires, lateral do Corinthians e da seleção. “Ela sabe passar pra gente e deixar bem claro que todas e todos que fazem parte do elenco, dentro ou fora de campo, são importantes para o crescimento da seleção, para o crescimento da modalidade.”

Agora o maior desafio de Pia Sundhage será levar a seleção brasileira a uma medalha de ouro nos Jogos de Tóquio-2020, depois das pratas de Atenas-2004 e Pequim-2008.

Dificuldade em dobro

Se já é difícil ter a chance de treinar até time feminino, imagine uma mulher no comando de uma equipe masculina? É o que conseguiu Nilmara Alves, de 38 anos, treinadora do Manthiqueira, de Guaratinguetá.

Formada em Educação Física, Nilmara foi a primeira mulher da história do futebol brasileiro a ter o seu nome registrado como treinadora no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF. É também a única treinadora de uma equipe profissional no Estado de São Paulo. Antes dela, somente Cláudia Malheiro, vice-campeã acreana com o Andirá, em 2007, havia treinado um time de futebol masculino no Brasil.

Nilmara se destaca treinando um time masculino (Foto: Divulgação/Manthiqueira)

Nilmara assumiu o comando do Manthiqueira em 2012, após treinar com a base sub-15 e sub-17 do clube. Em 2017 saiu do time por motivos pessoais, mas retornou em 2019 e foi confirmada para a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Paulista de 2020, que começa em abril.

Vôlei de homens

Se no futebol as mulheres conseguem – aos poucos – mais espaços em comandos técnicos, não podemos dizer o mesmo do vôlei. Nos principais times e seleções femininas de todo o mundo, os treinadores são majoritariamente do sexo masculino.

No Brasil, as Superligas A e B, masculina e feminina, possuem apenas homens no comando. Essa realidade também vale para as seleções. Na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, das 24 equipes nas disputas feminina e masculina, apenas a seleção feminina da China tinha mulher na área técnica. Lang Ping levou o ouro olímpico da edição, com direito a vitória sobre o Brasil nas quartas de final.

“Eu acredito que há várias mulheres capazes de ocupar a posição de técnica de uma grande equipe ou seleção. São várias explicações para isso. Muitas ex-jogadoras desistem de seguir carreira para ficar com a família. Mas são várias que poderiam seguir como técnicas. Espero que isso mude nos próximos anos”, afirmou a chinesa durante os Jogos.

No Brasil, a única mulher que conseguiu quebrar esse paradigma foi Sandra Mara Leão. Em 2016, a treinadora levou o Araraquara-SP ao título invicto da divisão de acesso da Superliga. Mas, depois de 13 anos trabalhando na equipe paulista, a própria treinadora anunciou o fim do time em 2016 por problemas financeiros. Desde então, Sandra Mara não recebeu convites para treinar outras equipes.

Sandra Mara Leão no comanda do Araraquara em 2016 (Foto: Arquivo Pessoal)

No vôlei de praia a situação é um pouco melhor. Letícia Pessoa é um exemplo de sucesso dentro da areia com duas medalhas olímpicas de prata: com Adriana Behar/Shelda, em Sydney-2000 e Pequim-2008, e com Emanuel/Alison, em Londres-2012.

Com quase 30 anos de experiência, Letícia começou a treinar com apenas 18 anos de idade. “Na época eu não me via sendo colocada de lado por ser mulher. Mas atualmente, um pouco mais experiente, sei que superei a desconfiança de muita gente. Mas nunca me importei com isso. O que sempre atraiu minha atenção foi ter o melhor time, tentar ganhar, realizar projetos consistentes. E acho que isso eu consegui.”

Letícia Pessoa com Alison e Emanuel, em 2012 (Foto: Divulgação/CBV)

Basquete (também) de homens

No basquete a desigualdade é ainda maior, pois também na prática do esporte a presença das mulheres é menor. No Brasil, por exemplo, a LBF (Liga de Basquete Feminino), que completa 10 anos em 2020, conta com a presença de apenas oito equipes. O Campeonato masculino (NBB) tem 16 equipes e, portanto, dura mais tempo.

Dos oito times que disputam o torneio feminino deste ano, apenas o Santo André possui uma mulher no banco, a experiente Arilza Coraça. Ela foi para a equipe do ABC para jogar em 1971, onde ficou até 1985, quando se aposentou aos 34 anos. Na sequência, Arilza virou auxiliar da lendária Laís Elena, antiga jogadora da seleção brasileira, que conquistou medalha de Bronze no Mundial de basquete de 1971, e treinou o time feminino do Santo André por quase 40 temporadas entre time profissional e time de base.

Depois da aposentadoria de Laís Elena em 2015, Arilza assumiu a equipe até 2016. Agora, após um período como diretora, a ex-jogadora comanda a equipe na LBF de 2020.

Arilza Coraça está no Santo André desde 1971 (Foto: Jorge Bevilacqua/LBF )

No basquete masculino, uma notícia animou as mulheres amantes do esporte no último dia 10. Pela primeira vez no NBB, uma mulher esteve presente na comissão técnica de uma equipe masculina. Trata-se de Rosana Lopes, coordenadora das categorias de base do Corinthians, que assumiu o cargo de auxiliar técnica para as próximas partidas do campeonato.

“Está sendo uma honra poder representar todas as mulheres que batalham pelo nosso basquete brasileiro e principalmente em uma liga tão importante como o NBB, que vem crescendo a cada ano e que hoje já é referência no âmbito nacional do basquetebol. Não tenho dúvidas que é de vital importância que mais mulheres atuem em ligas compostas por homens. Não é o gênero que vai definir quem atua ou não, mas sim, a competência profissional. Então nós temos que ter espaço realmente para mostrar o nosso trabalho e esse momento chegou”, comemorou Rosana.

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No comando do rugby

O pioneirismo feminino também acontece em esportes com menos tradição. É o caso da modalidade paralímpica do rugby em cadeira de rodas. O projeto brasileiro do esporte teve início em 2016 e, desde então, é comandado por Ana Ramkrapes, primeira técnica da modalidade no país.

Formada em Educação Física, Ana conheceu o rugby em cadeira de rodas nos primeiros anos da faculdade. Depois de se apaixonar pelas batidas das cadeiras, ela começou no esporte como estagiária e, já como treinadora, teve a ideia de criar um time, o Gigantes, em 2013. A equipe é a base da seleção brasileira, cuja maior conquista foi o bronze no Parapan da modalidade em 2017.

Ana Ramkrapes durante o Parapan de Lima 2019 (Foto: Caio Poltronieri)

Seu trabalho à frente da seleção começou com desconfianças pelo fato de ser mulher. “Não foi fácil no começo. É um processo de conquista. Infelizmente, para mulher se destacar ela tem que estar sempre à frente de um homem. E é muito mais difícil, porque tem que ter o convencimento. Mas a gente conseguiu trabalhar muito bem e eu hoje tenho o respeito deles como profissional e como pessoa. Não é fácil para quem está olhando de fora, mas eles (jogadores) já interiorizaram”, contou Ana Ramkrapes durante os Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.

Apesar de ser um esporte misto, o Brasil ainda não tem atletas mulheres e Ana comanda uma equipe formada por 12 homens. “Eu sentia diferença quando eu falava alguma coisa e quando o meu auxiliar técnico (Antonio Manoel Pereira) falava algo. Parecia que o que ele falava tinha mais credibilidade. Eu precisei ficar provando o tempo inteiro que o que eu falava tinha fundamento. Eu percebi que estava fazendo diferença quando um atleta falou assim: ‘ah, Ana, se você está falando é porque você estudou e você sabe’. Aí eu vi: ‘agora eu conquistei a Ana profissional, não a Ana mulher’”.

Japonesa no tatame

A dificuldade para uma mulher liderar atletas não acontece apenas em esportes coletivos, mas também nos individuais. Em maio de 2018, a japonesa Yuko Fujii tornou-se a primeira mulher da história do judô brasileiro a comandar a seleção masculina da modalidade. Aos 37 anos, Yuko mostra que gênero não faz diferença no tatame.

“A escolha da sensei Yuko Fujii para estar à frente da equipe masculina é um marco para o nosso esporte. É mais uma demonstração de que o judô está conectado aos princípios mais atuais de gestão. Independentemente de ser mulher ou homem, é a competência que fala mais alto. A meritocracia é o nosso principal critério, e a Yuko tem tudo para fazer um ótimo trabalho”, afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Judô, Silvio Acácio Borges.

Nascida na cidade de Toyoake, na província de Aichi, Yuko morou na Inglaterra por cinco anos e meio, onde, de 2010 a 2012, fez parte do treinamento da seleção inglesa para os Jogos de Londres-2012. No mesmo ano, ela chegou ao Brasil para trabalhar com as categorias de base. E em maio de 2018, assumiu o posto de técnica principal da seleção masculina, tornando-se uma das poucas representantes do gênero a chefiar homens em equipes olímpicas no Brasil.

Yuko Fujii é treinadora da seleção masculina desde 2018 (Foto: Abelardo Mendes Jr./Rede do Esporte)

“Ser a técnica principal é grande responsabilidade, especialmente com a equipe brasileira, que tem histórico de resultados. Hoje, nós temos uma equipe forte e dedicada. Estou empolgada com esse grande desafio, junto com os atletas, com os técnicos dos clubes, com o COB, com a CBJ, enfim, com todos que nos apoiam. Assim, como uma equipe, como um time Brasil, nós conseguiremos fazer grandes conquistas em Tóquio 2020”, ressaltou Yuko depois que assumiu o cargo.

Yuko Fujii foi a treinadora da judoca Rafaela Silva, que conquistou ouro nos Jogos Olímpicos de 2016.

Desafio continua

Na última Olímpiada do Rio de Janeiro, em 2016, apenas 39 atletas foram treinados por mulheres, menos de 10% da delegação de 462 atletas presentes na disputa. Dos 110 treinadores credenciados pelo Brasil, apenas 11 eram mulheres. O desafio ainda é grande para vencer a barreira do gênero no esporte e na sociedade em geral.

Apesar do caminho ser longo, diversos exemplos servem de esperança para as mulheres na busca por igualdade no mundo machista do esporte. Cada vez mais as mulheres mostram que o lugar delas é onde quiserem estar. E o que elas querem é poderem liderar o esporte como treinadoras competentes, vitoriosas e livres.

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