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Natação

César Cielo não se vê em Tóquio 2020 e pede mudanças na CBDA

Brasil encerra segundo dia do Mundial sem medalhas
Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Em evento comemorativo aos dez anos da medalha olímpica, César Cielo falou sobre o atual momento da natação no Brasil. Confira!

A poucos dias de comemorar dez anos da conquista do ouro histórico nos 50m livre em Pequim 2008, César Cielo tem pensado e trabalhado ano a ano, sem criar expectativas precoces para a disputa dos próximos Jogos Olímpicos, em Tóquio, no Japão.

“Hoje, para ser bem sincero, não me vejo em 2020, não faz parte dos meus objetivos na água. Mas, como vou temporada a temporada, eu estabeleci que se eu tiver um bom resultado esse ano, vamos para mais uma, se meu corpo permitir. Em relação a 2020, zero promessas”, considerou o atleta em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (8).

Ressaltando que o objetivo principal de 2018 será a disputa do Campeonato Mundial de piscina curta em Hangzou, na China, de 3 a 8 de dezembro, Cielo acredita também que pode ter um papel importante longe das competições.

“Sinto que posso ajudar mais fora da água, porque hoje a natação está passando por um período muito ruim e sei que vamos precisar de ex-atletas ajudando bastante. Estou sentindo que minha hora de fazer isso está chegando”, repensou.

Relembrando os problemas da gestão anterior e atual da CBDA, o nadador apontou algumas soluções que poderiam “bagunçar de uma forma muito positiva a gestão do esporte”. Entre elas, está a mudança na duração dos campeonatos nacionais (que não são seletivas para outros torneios), de cinco para três dias. Além disso, Cielo também sugeriu um número maior de competições, com um novo sistema de pontuação.

“Não dá para depender da imprensa se o nosso conteúdo é o que está no Instagram. O povo quer ver a gente nadando e competindo. Fazer esse material de competições crescer é importante. Precisamos de mais campeonatos, e com menos dias”, ressaltou.

“A gente teve uma mudança da CBDA, mas ela foi uma mudança de tabela, no papel, e não estamos sentindo efetivamente essa mudança na prática. Se a natação continuar do jeito que está, vai ser um decréscimo constante e teremos cada vez menos nadadores na piscina”, completou.

Promessas para Tóquio 2020

Não garantindo a participação nos próximos Jogos Olímpicos, César Cielo foi certeiro ao falar sobre os brasileiros que tem chances reais de pódio. “Acho que, hoje, a chance número um do Brasil em Olimpíada é no 4×100 livre. Se os meninos continuarem nessa pegada, essa é a nossa principal chance nos próximos campeonatos”, considerou o campeão olímpico.

A respeito de Bruno Fratus, um dos principais nomes da natação brasileira na atualidade, Cielo foi mais cauteloso. “Ele tem chances. Nos 50m livres, eu não falo porque é muito difícil, o cenário pode mudar muito rápido. Mas se ele pegar uma medalha no Mundial do ano que vem, ele se coloca na posição de conquistar uma medalha olímpica de novo”, finalizou o atleta.

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