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Natação

Crise econômica e fracasso olímpico deixa nadadores de ponta desempregados

Donos dos melhores resultados do Brasil na Olimpíada do Rio de Janeiro, Thiago Pereira, Bruno Fratus e Felipe França estão desempregados. A informação foi dada nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de São Paulo. A conjuntura econômica e o fracasso da natação, que não ganhou nenhuma medalha na piscina, resultou em grandes cortes de investimento dos clubes, pegando em cheio os atletas com maiores salários. Leonardo de Deus também chegou a ser dispensado, mas acertou em seguida com a Unisanta, ganhando menos do que recebia do Corinthians.

Principais clubes do país na natação, Pinheiros, Corinthians e Minas Tênis Clube baixaram o teto salarial. Cesar Cielo, Thiago Pereira, Felipe Lima (todos do Minas), Leonardo de Deus, Thiago Simon, Felipe França (do Corinthians), Bruno Fratus, Henrique Rodrigues, João de Lucca e Joanna Maranhão (do Pinheiros) estão entre os que não tiveram contratos renovados.

Além de Leonardo de Deus, Joanna Maranhão e Thiago Simon também acertaram com a Unisanta, única equipe que ampliou seu investimento para o novo ciclo olímpico. Faz parte do time santista também a única medalhista da natação, Poliana Okimoto, que ganhou a medalha de bronze na maratona aquática. Henrique Rodrigues, por sua vez, topou ganhar menos no Sesi, que manteve Etiene Medeiros. O restante está desempregada com muitas dificuldades para se recolocar no mercado.

No Pinheiros, Bruno Fratus, medalha de prata no Mundial de Kazan em 2015, disse à reportagem de O Estado de São Paulo que não gostou da maneira como as coisas aconteceram: “Achei esquisito depois de dez anos de clube e inúmeras conquistas, uma história toda dentro do clube, ser apenas avisado que não renovariam o meu contrato. Depois de dez anos dando o sangue pelo clube, ser descartado deixa um gosto amargo’’.

Bruno Fratus treina nos Estados Unidos e voltava ao Brasil para competir pelo Pinheiros. Segundo o clube, a decisão de renovar o contrato do nadador tem a ver justamente com isso. “Optamos por não renovar com alguns atletas por vários motivos, sendo o principal deles o de concentrar os maiores investimentos no grupo que está treinando na sede do clube, em São Paulo, e ajudando na formação das novas gerações’’, explicou ao Estadão Alberto Silva, o Albertinho, supervisor técnico do Pinheiros.

A posição encontra eco no Minas Tênis Clube. “O atleta tem de estar treinando com a gente. Não queremos mais atleta que venha para nadar na competição e ir embora’’, disse Hélio Lipiani, novo diretor de natação do clube mineiro.

Já o Corinthians, que pagava R$ 20 mil por mês a seus principais nadadores, reduziu seu orçamento mensal para R$ 25 mil. Em nota, Oldano Carvalho, diretor de Esportes Aquáticos do clube, disse ao Estadão apenas que o Corinthians está “se reposicionando’’ e que não pretende deixar de formar atletas.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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