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Sempre positiva, Susana Schnardorf quer pódio em Tóquio

Aos 52 anos, nadadora busca vaga na Paralimpíada e sonha com pódio em Tóquio

Susana Schnarndorf
Atleta na natação paralímpica quer subir ao pódio em Tóquio (Divulgação/Nissan)

“Nunca perde nada. Ou você ganha ou você aprende”. Essa é uma das frases que dita a vida de Susana Schnardorf, da natação paralímpica. Aos 52 anos, a atleta é a mais experiente de sua modalidade na seleção brasileira, falou em live com o Olimpíada Todo Dia neste sábado (13) sobre as questões que envolvem sua participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.

Susana Schnardorf vive superando as expectativas e desafiando as marcas. A nadadora, que sofre de atrofia de múltiplos sistemas, vinha mais uma vez quebrando marcas. Estava se preparando para a disputa da seletiva para a Paralimpíada, que aconteceria em março. A atleta estava em um dos melhores momentos de sua carreira quando tudo parou por causa do coronavírus.

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“O que me deixa mais triste é que eu estava muito bem. Perdi 12 kg, estava fazendo o índice da Paralimpíada nos treinos, que nunca tinha acontecido comigo. Mas precisamos pensar pelo lado positivo, teremos mais tempo para a preparação. Meu sonho atual é ir para Tóquio e subir no pódio. Tenho vários sonhos, mas o meu como atleta é isso”.

Questão de vida

Diferente do que se vê no esporte convencional, o paralímpico envolve muito a qualidade de vida que cada um dos atletas conseguem ter e com Susana Schnardorf não é diferente. Como a atrofia de múltiplos sistemas é uma doença degenerativa sem cura, a prática esportiva dá uma sobrevida para a nadadora.

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Susana Scnardorf compete na classe S4 da natação paralímpica
(Divulgação CPB)

“Quando eu fui diagnosticada com a doença, o médico não me dava mais de uma ano de vida ativa e isso já faz 15 anos, acho que ele errou bem. Isso só aconteceu por conta do esporte e do estilo de vida que eu levo. Meu médico me fala que eu sou um milagre, que a medicina não consegue explicar o que aconteceu comigo”.

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Contudo, a pandemia trouxe um novo cenário. Com o centro de treinamento do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) fechado, Susana Schnardorf não tinha aonde manter a rotina de exercícios e as tarefas comuns do dia a dia passaram a ficar mais difíceis.

“Eu fiquei sem piscina somente no começo da quarentena, porque consegui uma para treinos particulares. Quando tudo começou eu fiquei assustada, pois a minha doença piora muito quando eu fico sem fazer exercícios. Mas graças a Deus eu consegui esse amigo meu que me cedeu essa piscina”.

Paralimpíada diferente

Por conta de tudo que passou e vive até hoje, Susana tenta ver a vida sempre pelo lado bom. Conseguindo manter a atividade na piscina do jeito que dá e se preparando para a volta, a nadadora não esconde que o fato de conseguir acordar, escovar os dentes e ir para a piscina treinar já é uma felicidade.

Perto de completar 53 anos, Susana Schnardorf se prepara para tentar disputar sua terceira paralimpíada. “Idade é só um número. As vezes eu vejo que tenho um pouco de ruga, os amigos dos meus filhos me chamam de tia, mas quando eu coloco o óculos e a toca e caiu na piscina eu me sinto com 15 anos”.

Mesmo estando no terceiro ciclo de Jogos Paralímpicos, a nadadora não perdeu o frio na barriga para competir e pensa que isso é uma das melhores partes da vida. Quando projeta seus pensamentos e sonhos para os próximos meses e anos, Susana Schnardorf não esconde a importância dos Jogos em Tóquio.

“Não existe Paralimpíada normal, mas essa em especial será mais ainda importante por tudo que aconteceu”.

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