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Natação

Superação, piscina e desenhos marcam vida de Andreas Mickosz

Apaixonado pelas piscinas e pelos desenhos, nadador superou trauma familiar ainda criança e seguiu no esporte

Andreas Mickosz
Andreas Mickosz competindo pelo Minas Tênis Clube (Reprodução Instagram)

A vida não é subir no bloco, esperar a partida, saltar na piscina e dar o máximo que pode em 50, 100, 200, 400 metros, ou seja lá qual for a distância no tipo de nado escolhido. Andreas Mickosz é prova disso.

Atleta do Minas Tênis Clube e do exército brasileiro, o jovem nadador descobriu o amor pela natação nas primeiras vezes que se viu dentro de uma piscina, assim como a paixão pelos desenhos. Mas a vida dele vai além de braçadas em busca do melhor tempo e de traços tentando o desenho mais bonito.

Dentro das águas desde muito cedo, a certeza de Andreas era que seguiria carreira nadando pelo mundo veio rápido. “Tinha mais ou menos uns 6 anos. Lembro que dizia pros meus pais que queria ‘sustentar minha família nadando’ e mais tarde isso foi evoluindo”.

O contato com a água era frequente no dia a dia do atleta. Durante a rotina, as aulas de natação tinham o intuito mais educativo, para ensinar Andreas Mickosz a nadar. Nas férias, as viagens com a família para a casa na praia fazia com que a troca da piscina pelo mar acontecesse de forma natural. “Os treinos passaram a ficar mais sérios quando eu tinha 12, 13 anos e percebi que realmente queria seguir no esporte”

Com os treinos mais sérios, as conquistas começaram a vir. Depois de um tempo representando equipes de Curitiba, Andreas Mickosz precisou alçar vôos mais altos, e ele passou pelo Corinthians antes de chegar ao Minas. Fora do país representou o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2014, em Nanjing, China, e nas Universíades de 2015 e 2019. Contudo, a vida do atleta não foi feita só de superação nas águas em busca do melhor tempo possível.

Três anos de pesadelo

A vida entre piscinas e aulas de natação corria bem, até 2003. Naquele ano, a tudo mudou completamente quando o irmão do nadador, Ulisses, foi diagnosticado com leucemia.

A natação, então, foi para segundo plano e deixou de ser praticada durante todo o período de tratamento de Ulisses. “Eu fiquei longe das piscinas no período do tratamento dele. E assim, eu entendia que aquilo era a prioridade no momento, o tratamento foi de mais ou menos 3 anos e logo após eu voltei, um pouco mais velho”.

Apesar de toda a luta de Ulisses e de todos da família, a leucemia acabou vencendo e o irmão de Andreas faleceu. Com isso, a volta aos treinos aconteceu em 2005. Andreas ainda tinha nove anos e a idade aliado ao amor pela natação fez com que o período longe das piscinas fosse recuperado rapidamente. Após esse período, a família Mickosz se uniu muito mais e isso foi um dos combustíveis do nadador na sequência da busca pelo sonho. “(Na volta para a natação) Tive o apoio direto dos meus pais, que dura até hoje aliás, então com certeza fortaleceu e fortalece muito”.

Entre braçadas e tracejadas

Hoje, aos 23 anos, Andreas Mickosz sabe que a natação não vai durar para sempre. Assim como aconteceu com o esporte, o atleta tem outro grande paixão na sua vida: os desenhos. “É outra paixão minha, desenho quase a tanto tempo quanto eu nado, sempre gostei muito.”

Olhando para o futuro e sabendo que, assim como faz com a natação, pode tentar levar o amor pelos desenhos como carreira, Andreas Mickosz não esconde que pensa em seguir carreira na área artística. “É algo que eu me vejo trabalhando, com certeza. Eu tentei me especializar (em um tipo específico de desengo) ano passado, mas infelizmente não consegui dar continuidade ainda. Penso em trabalhar em algo mais voltado para tatuagem”.

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