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Atletismo

Uma instrutora de esqui que entrou para a história olímpica

A suíça Gabrielle Andersen tornou-se um ícone do esporte na estreia da maratona feminina em Olimpíadas

Gabrielle Andersen
Totalmente desidratada, a suíça Gabrielle Andersen se esforça para completar a maratona dos Jogos de Los Angeles-1984 (Reprodução)

Se você gosta da história dos Jogos Olímpicos é impossível que nunca tenha ouvido falar na suíça Gabrielle Andersen. Não sabe de quem estou falando? Bom, então certamente você deve se lembrar daquela atleta que chegou aos trancos e barrancos na maratona feminina da Olimpíada de Los Angeles-1984. Foi num 5 de agosto, como nesta quarta-feira, que Gabrielle entrou para a história olímpica.

Os Jogos de Los Angeles-1984, marcados pelo boicote da União Soviética e aliados, em retaliação ao boicote americano à Olimpíada de Moscou-1980, tiveram como uma das atrações a primeira disputa de uma maratona feminina. As mulheres conseguiram convencer os conservadores dirigentes do COI (Comitê Olímpico Internacional) a incluir a prova no programa do atletismo. Um ano antes, a prova também fez sua estreia no Mundial de Atletismo, realizado em Helsinque.

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No dia 5 de agosto de 1984, 50 mulheres alinharam para a largada, no Coliseu de Los Angeles. Era um momento marcante para a história do esporte feminino. Mas para fugir do forte calor californiano na época, o início da prova foi marcado para às 8h. E 2h24min depois, a americana Joan Benoit, campeã da Maratona de Boston de 1983, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

A prova ficou mais famosa, no entanto, pela força de superação de uma atleta que passou longe do pódio.

+ O tropeção que marcou a história da Olimpíada de Los Angeles

Aos 39 anos, a fundista Gabrielle Andersen estava longe de ser uma das favoritas. Embora vivesse nos Estados Unidos desde os 18 anos, quando chegou ao país para trabalhar como instrutora de esqui, Gabrielle gostava mesmo era de correr. Nos anos 1970, chegou a ser campeã suíça dos 3.000 metros, foi recordista do país nos 10.000 m e teve o melhor tempo de uma atleta suíça na maratona na época.

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Mesmo tendo vencido duas maratonas em 1983, Gabrielle não estava cotada para vencer. No dia da prova em Los Angeles, ela ocupava a 20ª posição quando perdeu o último posto de hidratação, já na parte final. O calor e a umidade alta cobraram caro o erro. A suíça ficou desidratada e ao entrar no Coliseu para os últimos 500 m, estava acabada.

A partir daí, é a história que todos conhecem. Cambaleante, Gabrielle Andersen insistiu em terminar o percurso, apesar do desespero dos paramédicos, que temiam que ela sofresse algum colapso. E foi quase tropeçando que a fundista suíça cruzou a linha de chegada, em 37º lugar, tornando-se um símbolo do verdadeiro espírito olímpico em uma prova histórica.

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