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Qual será a Olimpíada mais ‘suja’ da história?

Atual revisionismo de casos de doping segue tirando os trapaceiros dos arquivos dos Jogos Olímpicos

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O turco Mete Binay, do levantamento de peso, testou positivo para doping em Londres-20212, após reanálise (Reprodução)

Uma notícia que vem sendo repetida com certa frequência nos últimos tempos voltou a dar o ar da graça nesta quinta-feira (9). Novamente, o COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou uma punição retroativa por doping em edições de Jogos Olímpicos. O turco Mete Binay, do levantamento de peso, categoria 69 kg, teve reanalisada sua amostra referente à Olimpíada de Londres-2012.

Sexto colocado na competição, o atleta de 35 anos, que foi campeão mundial em 2010 e 2011, teve seu exame positivo para a substância stanozol. O resultado de Binay nos Jogos foi anulado e teve retirada sua medalha e diploma de participação.

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O revisionismo que o COI vem fazendo dos controles de dopagem em Olimpíadas (inverno e verão), fruto do escândalo de doping organizado pelas autoridades esportivas da Rússia, mais uma vez coloca no foco uma verdade inconveniente: qual seria a Olimpíada mais suja em termos de doping da história?

Pelos dados até aqui divulgados, os Jogos de Londres seguem liderando esta “inglória” corrida. E aqui não vai nenhum juízo de valor, são apenas números.

No total, desde Atenas-2004 e incluindo ainda os Jogos de Inverno de Vancouver-2010 e Sochi-2014, já foram reanalisadas 149 amostras.

Desde que o COI iniciou este processo de reanálise de exames, em 2017, nenhuma Olimpíada apresentou tantos resultados positivos quanto Londres-2012.

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De acordo com os dados divulgados pela ITA (Agência Internacional de Testes), são 66 casos positivos em 2012 após a reanálise. Com os casos até então conhecidos (9), chega-se a 75 atletas desclassificados. Importante lembrar que o período de reanálises de amostras referentes aos Jogos de Londres prosseguirá até agosto deste ano.

Justiça seja feita, a “vantagem” da Olimpíada de 2012 é bem pequena. Os Jogos de Pequim-2008 seguem logo na sequência no levantamento do COI com maior número de novos positivos, 65 no total e com a inclusão dos sete casos divulgados na época, temos um total de 72 trapaceiros eliminados.

Além disso, os dados divulgados pelo COI também evidenciam como o atletismo e o levantamento de peso lideram a quantidade de novos casos de doping nos últimos Jogos. Entre 2004 e 2012, são 61 positivos do atletismo e 58 do levantamento de peso.

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A situação fica menos ruim para os britânicos quando se faz uma análise mais profunda dos casos revisados. Enquanto em Londres-2012 teve 25 exames positivos de atletas que foram ao pódio, obrigando assim a uma realocação de medalhas, em Pequim-2008 a coisa foi bem mais séria. Após as reanálises, foram simplesmente 41 atletas medalhistas desclassificados.

Passado que não pode ser esquecido

Agora, se alguém me perguntar se Pequim ou Londres seriam de fato as Olimpíadas mais afetadas pelo doping, eu diria que é impossível cravar isso. Como as análises dos exames são apenas de Atenas-2004 para cá, trata-se de um recorte específico.

Difícil acreditar que as Olimpíadas com a presença da Alemanha Oriental, por exemplo, país famoso por esquemas coordenados de doping em várias modalidades, não tenham tido mais casos positivos.

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Enfim, felizmente a justiça vem sendo feita, mesmo que com atraso. Que todos os trapaceiros do esporte sejam desmascarados.

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