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Atletismo

Medalha para Cláudio Roberto corrige um erro imperdoável

Uma sequência de falhas impediu que Cláudio Roberto Sousa ganhasse a prata do 4 x 100 m após a final em Sydney-2000

Cláudio Roberto Souza medalha prata atletismo Sydney-2000
Cláudio Roberto Souza exibe a réplica da medalha de prata do 4 x 100 m de Sydney-2000 (COB)

Muito bacana a reportagem exibida no último domingo (17), pelo programa Fantástico, da Rede Globo, relatando o final feliz de um drama que durava quase 20 anos. Finalmente, o ex-atleta Cláudio Roberto Sousa foi informado que receberia sua medalha como integrante do revezamento 4 x 100 m, que levou a prata na Olimpíada de Sydney-2000.

Parece incrível que quase duas décadas depois, o piauiense Cláudio, que aos 47 anos vive em Jaú (SP), onde trabalha em um projeto social, só agora terá direito a receber esta medalha.

Uma bizarra história na qual muita gente errou e houve apenas uma vítima: o atleta, privado do prêmio por sua conquista.

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As equipes de revezamento contam normalmente com seis integrantes, os quatro titulares e dois reservas. É comum que os países mais fortes poupem seus principais atletas na eliminatória, já pensando nas finais.

Foi isso que fez o Brasil. Escalou Cláudio Roberto para o lugar de Claudinei Quirino como quarto homem. Fechando a segunda bateria eliminatória em 29 de setembro de 2000. O tempo de 38s32 do time brasileiro só ficou atrás dos Estados Unidos. Por sinal, repetiu o resultado da final, disputada no dia seguinte, um sábado, dia 30.

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Pelo regulamento, quem disputou semifinal ou eliminatória tem direito à medalha como os finalistas. Pois bem, Cláudio Roberto esteve no Estádio Olímpico naquele sábado, torceu e incentivou muito seus companheiros e esperava receber sua medalha. Mas ela não veio. Nem naquele dia, nem depois de ter retornado ao Brasil.

+ Cláudio Roberto receberá medalha de prata olímpica após 20 anos

Uma inacreditável sequência de erros. Que começou pelo comitê organizador dos Jogos de Sydney, que não efetivou a entrega da medalha; pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), que lavou as mãos na época e só se mexeu por pressão anos depois; e até pelos dirigentes brasileiros da época que estavam na Austrália, que não se tocaram que Cláudio Roberto Sousa não tinha recebido sua medalha.

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Medalhista de prata no 4 x 100 do Mundial de Paris e ouro no Pan de Santo Domingo, ambos disputados em 2003, Cláudio contou neste período com o reconhecimento da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), que o colocou no programa Heróis Olímpicos, patrocinado pela Caixa. Dos colegas de equipe, recebeu uma réplica da sonhada prata de Sydney, em 2016. E teve apoio do COB (Comitê Olímpico do Brasil), que este ano intercedeu junto ao COI para que a injustiça fosse corrigida.

Uma correção com 20 anos de atraso, mas que termina com uma das grandes injustiças do esporte olímpico brasileiro.

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