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Judô

Dobradinha do Brasil no Mundial! Veja vídeo de todas as lutas!

David Moura e Rafael Silva subiram no pódio na categoria acima de 100kg no Mundial de judô. Ambos foram derrotados apenas pela lenda francesa Teddy Riner e ficaram, respectivamente, com as medalhas de prata e bronze

Rafael Silva enfrentou Teddy Riner nas quartas de final, enquanto David Moura o teve como adversário na final. Sem perder desde 2010, o francês confirmou seu favoritismo para ficar com a medalha de ouro. A final foi extremamente equilibrada e só foi decidida no Golden Score. No único momento em que o brasileiro vacilou, Riner se aproveitou para conseguir o ippon que o levou novamente para o lugar mais alto do pódio.

“Com certeza a ficha só vai cair amanhã ou mais tarde. Lógico, estou muito feliz, é um sonho, uma grande medalha. Uma conquista que, estou sem palavras, estou tentando realizar ainda. Eu saí da final com um gostinho de quero mais, pois fiz uma boa luta final, uma excelente competição e o ouro passou muito perto. Vou continuar trabalhando no mesmo caminho que eu estou, que eu acho que é o caminho certo para no próximo mundial buscar o ouro”, avaliou David ao sair do tatame. “Vou estudar a luta depois com a minha equipe e ver onde posso melhorar. Eu acho que eu, realmente, não criei muitas oportunidades para finalizar a luta ou pontuar. E, no finalizinho, eu comecei a cansar, senti que ele também, mas ele manteve a mão mais dura. E para lutar com o Riner eu preciso estar numa aceleração maior do que a dele. Para ganhar dele eu acho que preciso aguentar lutar muito tempo numa intensidade muito alta. Mas, estou muito feliz. Muito mesmo por fazer uma final de Mundial.”

Foi a primeira vez na história que o judô brasileiro colocou dois atletas da mesma categoria no pódio do Mundial. Com ouro de Mayra Aguiar e o bronze de Érika Miranda, o país encerrou as disputas individuais em quarto lugar geral, atrás apenas de Japão (1º), França (2º) e Mongólia (3º).

A campanha até as medalhas

Líder do ranking mundial e, portanto, cabeça-de-chave número um, David estreou já na segunda rodada de sua chave com um juji-gatame (chave de braço) certeiro para finalizar o sérvio Zarko Culum por ippon.

Na sequência, o brasileiro derrotou o bielorrusso Aliaksandr Vakhaviak por um waza-ari e chegou às quartas.

Com um uchi-mata fulminante, David pontuou com um waza-ari e superou o mongol Tuvshinbayar Naidan, vice-campeão olímpico em Londres 2012 e campeão em Pequim no meio-pesado (100kg), para chegar à sua segunda semifinal de Mundial.

Com um uchi-mata potente, o brasileiro projetou o anfitrião Barna Bor, da Hungria, por ippon e silenciou a torcida da casa para se garantir em sua primeira final, onde encontrará o francês Teddy Riner.

Já Rafael Silva (+100kg) não teve vida fácil. Venceu Ushangi Kokauri, do Azerbaijão por ippon.

Depois, derrotou Daniel Natea, da Romênia, por um waza-ari

Nas oitavas, a vitória foi sobre Faicel Jaballah, da Tunísia, por ippon

Mas nas quartas de final, Rafael Silva não conseguiu passar por Teddy Riner.

Na repescagem, Rafael foi mais agressivo e forçou três punições ao austríaco Daniel Allerstoffer para a avançar a disputa pelo bronze.

Para ficar com o terceiro lugar, Rafael Silva contou com uma falha do adversário, o húngaro Barna Bor, que foi eliminado por David Moura na semifinal e usou um golpe irregular contra Baby no Golden Score, levou uma punição e acabou derrotado.

“Foi um ótimo dia. Tive boas lutas e o resultado mostra que estamos muito fortes nessa categoria. É um privilégio ter dois pesados no pódio mundial e para mim é muito bom começar o ciclo com o uma medalha em mundial. É difícil se manter num alto nível de rendimento, sempre estando entre os melhores e estou muito feliz de continuar brigando para chegar em 2020 em condições de lutar bem. Foi um Mundial bem atípico, com muitos atletas novos, atletas medalhistas olímpicos que subiram da categoria de 100kg. Para mim é uma honra muito grande conseguir um pódio nesse Mundial”, comemorou Baby.  “Na repescagem foi uma luta bem complicada. O austríaco surpreendeu, ganhou de adversários fortíssimos, com volume de luta bem alto. E depois a disputa de medalhas com o adversário da casa, que é um amigo pessoal também. Eu tive a experiência de lutar no Rio com a torcida a favor e aqui totalmente o oposto. Ainda bem que deu tudo certo e eu consegui a medalha.”

Essa foi a terceira vez que Rafael Silva subiu ao pódio do Campeoanto Mundial. Ele agora tem uma prata (Rio 2013) e dois bronzes (Chelyabinsk 2014 e Budapeste 2017).

Outros brasileiros

Luciano Corrêa (100kg) foi o primeiro brasileiro a entrar no tatame nesse sábado, mas não avançou. Diante de Benjamin Fletcher, da Grã-Bretanha, empatou no tempo normal sem punições e no golden score sofreu um waza-ari.

Já no feminino, Maria Suelen Altheman (+78kg) venceu Sonia Asselah da Argélia, mas sofreu um revés diante da chinesa Song Yu e deixou o Mundial de Judô.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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