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Judô

Rafael Silva ‘Baby’ adapta rotina de treinos com esposa

Disciplinado durante a quarentena, judoca mantém o condicionamento com exercícios diários enquanto torce pelo retorno das competições

judoca Rafael Silva, o Baby, do judô fala sobre rotina adaptada de treinos e adiamento dos Jogos de Tóquio
Rafael Silva 'Baby' tem duas medalhas olímpicas na carreira (Reprodução/Instagram)

Um tatame faz falta na vida de um judoca, mas Rafael Silva, o “Baby”, está se adaptando como pode durante a quarentena causada pela pandemia do coronavírus. Com treinos diários, o judoca de 32 anos conseguiu estabelecer uma rotina disciplinada de exercícios que envolve, inclusive, a esposa Bruna Luísa.

“Fica difícil colocar tatame dentro de casa, então estou usando um match, um tapete, pra fazer as entradas de golpe do judô. Minha esposa é judoca também, então isso facilita um pouco. Ela coloca o quimono e dá pra gente fazer alguns exercícios de judô, sim. Mas sem tatame e sem conseguir derrubar. Esse tipo de coisa faz falta”, contou Baby ao Olimpíada Todo Dia.

“Estou treinando duas vezes ao dia, seis dias da semana. Depois que eu estabeleci uma rotina ficou tudo mais tranquilo. Algumas coisas mudaram, a alimentação mudou um pouco, os tipos de estímulo, tive que adaptar bastante coisa, mas está tudo dentro do normal”, completou.

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Adiamento dos Jogos

Rafael Silva tem duas medalhas olímpicas na carreira na categoria acima dos 100 kg. Conquistou o bronze em Londres, em 2012, e nos Jogos do Rio, em 2016. Mesmo ansioso por Tóquio-2020, o judoca admitiu a necessidade da decisão do COI e do comitê japonês de adiar o evento.

“Eu acho que o adiamento dos Jogos foi um mal extremamente necessário. Com o coronavírus com certeza seria inviável e seria uma tremenda falta de segurança manter a competição na data que estava estipulada”, opinou. “Esse adiamento foi essencial para todos os atletas. Para que a gente possa se preparar melhor, para que as qualificações sejam justas também e tudo ocorra de uma maneira segura até o ano que vem.”

Focado na preparação, Baby estava confiante para a disputa olímpica no Japão, mas agora prefere não pensar mais no que já passou.

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“Minha preparação estava ótima, eu estava me sentindo muito bem, fazendo boas competições nas classificações. A gente tinha mais três ou quatro competições pra fechar o calendário e foi uma pena que aconteceu tudo isso. Mas agora já foi, acho que tem que se adaptar, não tem jeito, e eu acho que as condições estão ruins para todo mundo”, afirmou o judoca.

100% Recuperado

Baby esperava fazer em 2020 um ano melhor do que foi 2019. No ano passado, uma fratura na mão esquerda o tirou da disputa dos Jogos Pan-Americanos de Lima. No Campeonato Mundial no Japão, em agosto, ele ainda não estava completamente recuperado e saiu sem medalha individual.

“Agora para esse ano estava tudo normal, a lesão estava totalmente recuperada. Eu estava numa ascendência muito boa pensando nas competições do início do ano. Agora eu acho que a tendência é melhorar esses aspectos de pequenas lesões por estar mais afastado do treino diretamente no tatame. Mas está tudo tranquilo na preparação pensando na fase classificatória e também nos Jogos Olímpicos do ano que vem.”

judoca Rafael Silva 'Baby' luta na categoria acima dos 100 kg (Divulgação/IJF)
Rafael Silva ‘Baby’ luta na categoria acima dos 100 kg (Divulgação/IJF)

Planejamento

Devido às incertezas em torno da questão da saúde mundial, ainda é cedo para fazer planejamentos futuros. Todas as competições de judô continuam suspensas até pelo menos 30 de junho de 2020, e, mesmo ainda não definindo um novo calendário, a Federação Internacional de Judô (IJF) aumentou o prazo da classificação olímpica via ranking até o dia 29 de junho de 2021.

Baby, no entanto, espera que, aos poucos, as coisas voltem ao normal em seis meses. “Eu, particularmente, estou calculando as voltas para os meses de outubro e novembro e, é claro, acho que vai voltar aos poucos. Primeiro, voltar os clubes em cada país, voltar os locais de treinamento, depois as viagens de uma maneira mais restrita e, depois, eu acho que vai ser possível a gente competir”, projetou.

“Estou esperando ansiosamente pra saber essas datas e aí a gente fica com o norte mais acertado. Mas, enquanto isso, a questão é se manter saudável, se manter tranquilo, treinando e com a cabeça no lugar”,concluiu o medalhista olímpico.

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