Siga o OTD

Judô

Só deu Brasil no Mundial Militar por equipes de judô

Time feminino vence o Mundial Militar novamente após a conquista de 2013, e seleção masculina conquista o ouro que escapou há cinco anos

Divulgação/CBJ

O Brasil fez barba e cabelo no torneio por equipes do 38º Mundial Militar de judô, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira 8, com os times masculino e feminino conquistando a medalha de ouro. Foram duas finais emocionantes, contra Rússia e França respectivamente, decididas apenas na última luta dentro de um ginásio que mais parecia uma panela de pressão.

As brasileiras repetiram o feito de cinco anos atrás quando também subiram no lugar mais alto do pódio na edição de Astana. Já os homens conquistaram o ouro que havia escapado na final do torneio de 2013.

E que confrontos! Jéssica Pereira (-52kg) foi quem abriu as finais derrotando Marine Lhenry por imobilização. A campeã olímpica Rafaela Silva (-57kg) fez 2 a 0 com um waza-ari sobre Helene Receveaux, mas a França reagiu e empatou o duelo com a tricampeã mundial e vice-campeã olímpica Clarisse Agbegnenou (-63kg) vencendo Aléxia Castillos também por imobilização, e a vice-campeã mundial Marie-Ève Gahié (-70kg) derrotando por ippon a caçula do time brasileiro, Ellen Santana.

A decisão, então, ficou para a disputa entre as acima de 78 quilos com Maria Suelen Altheman garantindo o ouro ao forçar três punições para Julia Tolofua.

A final masculina do judô foi tão ou mais emocionante. David Moura (+90kg) perdeu a primeira luta para Tamerlan Bashaev por um waza-ari, mas Charles Chibana (-66kg) empatou o duelo ao vencer Alim Balkarov. Os russos voltaram à dianteira com Georgii Elbakiev (-73kg) batendo Marcelo Contini.

O duelo seguinte foi um sufoco. Com o Brasil precisando da vitória para seguir vivo, Alan Khubetsov (-81kg) saiu na frente de Eduardo Yudy com um waza-ari, mas o brasileiro empatou o duelo e conseguiu um ippon no Golden Score que levantou o ginásio.

O confronto final foi entre Eduardo Bettoni (-90kg) e Mikhail Igolnikov e, assim como Maria Suelen, o brasileiro forçou 3 punições do rival para garantir a dobradinha brasileira.

Campanha – O caminho da seleção masculina para a decisão teve vitórias sobre China (3 a 1), Sérvia (3 a 0) e França (3 a 0). O time das mulheres passou por Sérvia (3 a 1) e China (4 a 1) na fase de grupos, e pela Rússia na semifinal (3 a 0).

No feminino as equipes foram divididas em dois grupos com três seleções se enfrentando dentro das chaves, e as duas melhores passaram para as semifinais. Entre os homens o sistema foi o de chave única.

Quem pisou primeiro no tatame foram os homens. Contra os chineses, Marcelo Contini (-73kg) e Eduardo Yudy (-81kg) abriram 2 a 0 para o Brasil. Eduardo Bettoni (-90kg) acabou levando o ippon e a China descontou, mas David Moura (+90kg) fez o ponto da vitória com uma imobilização em cima de Wen Gao (foto acima – CBJ). Logo a seguir, bateram a Sérvia com vitórias de Moura, Charles Chibana (-66kg) e Contini logo nas primeiras três lutas para garantir a vaga na semifinal.

Após as duas primeiras vitórias do masculino, as mulheres estrearam contra a Sérvia e venceram por 3 a 1. A campeã olímpica Rafaela Silva (-57kg) precisou de 4 minutos de Golden Score para derrotar Jovana Rogic na punição, e as europeias empataram com a vitória de Anja Obradovic sobre Aléxia Castilhos (-63kg). A brasileira começou a luta vencendo por um waza-ari, mas acabou tomando o ippon logo depois.

Ellen Santana (-70kg) recolocou o Brasil à frente ao conseguir dois waza-aris contra Ivana Jandric, e Maria Suelen Altheman (+70kg) aplicou um ippon em Vesna Rakic para fazer o primeiro ponto do Brasil no torneio.

Na segunda rodada, as brasileiras passaram pelas chinesas com uma vitória por 4 a 1 e garantiram vaga nas semis. Jéssica Pereira (-52kg) abriu o marcador com um waza-ari no Golden Score sobre Chien Chen, Rafaela marcou o segundo em um belo ippon, e Castillhos aplicou outro golpe perfeito para o 3 a 0. Ellen foi derrotada por Zi Yan, mas Maria Suelen fez o quarto ponto em mais um ippon para as brasileiras.

Semifinais – A semifinal masculina do Mundial Militar de judô contra os franceses começou com mais uma vitória de David Moura, projetando Cedric Olivar. Daniel Cargnin (-66kg) fez o segundo ponto derrotando Alister Ward por waza-ari, e Contini colocou o Brasil na decisão ao bater Julien La Rocca por imobilização.

Na feminina, Rafaela Silva projetou Anastasia Konkina na primeira luta do confronto. Depois Alexia Castillos venceu Kamila Badurova com um waza-ari no Golden Score, e Ellen Santana imobilizou Alena Prokopenko.

Individual – Após a competição por equipes, é a vez do torneio individual. Os confrontos serão nesta sexta (-60kg, -66kg, 73kg, -48kg, -52kg, -57kg) e sábado (-81kg, -90kg, -100kg, +100kg, -63kg, -70kg, -78kg e +78kg).

Entre os destaques internacionais no feminino, além das francesas Clarisse Agbegnenou, vice-campeã olímpica e tricampeã mundial, Audrey Tcheumeo, também vice-campeã olímpica e campeã mundial, e Marie-Ève Gahié vice-campeã mundial, está a cazaque Otgontsetseg Galbadrakh, medalhista de bronze no Rio 2016. Entre os homens, o iraniano Saeid Molaei, campeão mundial em 2018; Aleksandar Kukolj, da Sérvia, número 2 do mundo; e Niaz Ilyasov, da Rússia, campeão mundial júnior e bronze no Mundial Sênior de Baku 2018. Confira abaixo a delegação brasileira:

Seleção Feminina de judô
48kg – 3º Sgt Gabriela Chibana
52kg – 3º Sgt Jéssica Pereira
57kg – 3º SG Rafaela Silva
57kg – 3º SG Tamires Crude
63kg – 3º Sgt Alexia Castilhos
63kg – 3º SG Yanka Pascoalino
70kg – 3º Sgt Ellen Santana
78kg – 3º Sgt Samanta Soares
+78kg – 3º SG Maria Suelen Altheman

Seleção Masculina de judô
60kg – 3º Sgt Eric Takabatake
66kg – 3º SG Daniel Cargnin
66kg – 3º Sgt Charles Chibana
73kg – 3º Sgt Marcelo Contini
81kg – 3º Sgt Eduardo Yudy Santos
90kg – 3º Sgt Rafael Macedo
90kg – 3º Sgt Eduardo Bettoni
100kg – 3º Sgt Leonardo Gonçalves
+100kg – 3º Sgt David Moura

 

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

Mais em Judô