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Pan 2019

Jaqueline Ferreira se diz “muito feliz” com o resultado em Lima

Com direito a quebra de recorde brasileiro, representante do levantamento de peso veio do atletismo, aprova resultado nos Jogos Pan-Americanos e projeta Mundial

Wander Roberto/COB

Aos 32 anos de idade, Jaqueline Ferreira disputou os Jogos Pan-Americanos mais uma vez. É a quarta participação da carreira. Nas provas desta terça-feira (30) no levantamento de peso, a brasileira finalizou com o sexto lugar geral, resultado interessante para a sequência da temporada. Em entrevista exclusiva com o Olimpíada Todo Dia, ela aprovou o desempenho, contou sobre um problema no joelho antes de Lima e comentou a expectativa da delegação para o Campeonato Mundial da modalidade.

O público marcou presença no Coliseo Mariscal Caceres, localizado no distrito de Chorrillos. Afinal, as principais atletas das Américas elevaram o nível da competição. Durante a conversa, Jaque se impressionou com os altos números do torneio, mas valorizou seu rendimento individual. Além disso, superou também o recorde do país na categoria. “Me senti muito bem, estava bem. Mantive o resultado da minha última competição, que foi a melhor do ano. Eu estou feliz que bati o recorde brasileiro de arremesso. Eu tive um incidente há cerca de um mês atrás e isso atrapalhou um pouquinho a minha preparação. Com isso, planejamos uma melhor performance para o Mundial, que está muito em cima também. Essa competição serviu de preparação. É só continuar trabalhando que dá para evoluir.”

“Eu caí de uma escada e torci o joelho, tive que ficar duas semanas de molho. Isso deu uma bela atrapalhada. Não dava para forçar, prejudicou principalmente a segunda prova, de arremesso. Até duas semanas atrás eu não estava conseguindo fazer porque ainda estava em fase de recuperação. Eu fiquei muito feliz com o resultado de hoje, isso mostra para mim mesma que está fácil, que dá para fazer mais. Independentemente do que aconteça, vamos para cima. Vamos tentar essa vaguinha para o ano que vem, Olimpíada de Tóquio, e estar mais firme do que nunca”, complementou.

A presença de fortes concorrentes faz com que o desafio seja ainda mais difícil. Para Jaqueline Ferreira, muito mais do que a briga direta por medalhas, compartilhar o tablado com outras grandes atletas é extremamente recompensador. “Para você ter noção, eu competi aqui com duas medalhistas mundiais, que são a chilena Maria Fernanda Valdés e a dominicana Crismery Santana. Se eu não me engano, a equatoriana Tamara Salazar ,se não foi medalha, ficou bem próxima. Para mim, é uma felicidade estar competindo ali junto com elas. É como se eu já estivesse no Mundial, sentindo aquele clima do Mundial. É uma honra estar entre as medalhistas mundiais. Está sendo ótimo. Já é o meu quarto Jogos Pan-Americanos. Infelizmente, eu não consegui medalhas aqui em Lima, mas é sempre gratificante estar representando o Brasil nessa competição.”

Carioca que é, ela elege a edição de 2007 como uma das melhores lembranças da carreira. “No Rio, minha família toda estava lá. Foi muito bonito, foi dentro de casa. Eu fiquei muito perto da medalha, perdi no peso corporal, que era um critério de desempate na época. Depois, foi Toronto, que eu peguei medalha de bronze. O de 2019 também está sendo ótimo, não tem o que reclamar, não”, afirmou.

Mesmo com o sucesso no levantamento de peso, Jaqueline Ferreira iniciou sua trajetória no atletismo. Aos poucos, viu que não era bem aquilo e conheceu o amor pelo esporte atual. “Eu falo para todo mundo que não escolhemos o esporte, o esporte que nos escolhe. Eu vim do atletismo. Fazia atletismo quando eu conheci o levantamento. Fui fazer um teste super por acaso e me apaixonei pela modalidade. Eu tive bons resultados muito rápido no levantamento de peso. Eu comecei em 2003. Já em 2004,  fui campeã brasileira. Então, imagina. Fui um destaque, me apaixonei pela modalidade. Estou nela há 16 anos. Infelizmente, eu não era tão boa assim no atletismo, ficava na parte de baixo da classificação, mas gostava muito também.”

O Campeonato Mundial de levantamento de peso está marcado para setembro. Como não poderia ser diferente, o desejo da delegação brasileira é alcançar pontos suficientes para a Olimpíada no Japão. “Para o Mundial, a ideia é melhorar as marcas lá. Continuar entre as 10 do ranking para assegurar, mais uma vez, a pontuação para a vaga nos Jogos Olímpicos”, finalizou Jaqueline Ferreira.

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